Internato

Capítulo 26

Pov Sina

Tava deitada no colo de Heyoon no sofá, e ela fazendo carinho no meu cabelo, estava quase dormindo quando percebi ela com uma carinha pensativa, e já sabia que ela ia me perguntar alguma coisa.

— Sina... – Não falei?

— An?

— Você já falou várias vezes na sua avó, mas e seu avô? O que aconteceu com ele?

— Eu não sei muito sobre ele, não sei nome, nem idade, nunca nem sequer vi fotos dele, e nem ele sabe que eu existo. Eu só sei que tudo foi algo familiar, ele não queria a empresa que hoje é do meu pai, ele nunca gostou de negócios, minha vó falava que a paixão dele era livros. Então ele treinou meu pai pra assumir a empresa, e depois sumiu e nunca mais voltou.

— Seu pai nunca procurou por ele?

— Acho que não Yoon. Eu sei que o gosto dele por livros era parecido com o seu, minha vó falou que o livro favorito dele era Dom Casmurro, por isso eu conhecia a história, eu li por causa do meu avô.

— Consegui me deixar mais curiosa em relação a seu avô agora.

Heyoon continuou pensativa, eu fiquei apenas apreciando seus carinhos por um tempo indeterminado.

— Okay! Eu nasci pra ver Heyoon Jeong sendo otária por alguém. – Ouvi uma voz masculina e me assustei. Mas relaxei quando percebi que era o amigo gay dela.

— Vou tomar essa chave que te dei de volta. Eu tô em casa Krystian, podia ao menos avisar que chegou e não entrar assim.

— Que estresse é esse minha consagrada? – Ele andou até uma poltrona e se sentou com uma postura impecável. — Preciso te contar, que ano novo babado, peguei um macho ontem que estou no céu até agora. Aliás te esperei na praia, mas Hina me falou qual foi seu destino, não pude deixar de ficar feliz, enfim um ano novo que você não passou sozinha mofando nesse sofá lendo livro. – O garoto não parava de falar um segundo, eu não sei de onde saia tanto assunto.

— Espera você tava com minha irmã ontem? Meu Deus, agora eu fiquei preocupada.

— KRYSTIAN! – Ouvi Hina falar o nome do garoto aos gritos, e veio andando até o sofá. — Conseguiu o numero do... oi Sina. – Ela olhou para mim e continuou falando com o garoto. — Espera... – Ela se virou para eu e Heyoon novamente e arregalou os olhos. — Não acredito!

— Hina você falou que ia sair com seus amigos e não com Krystian!

— Não deu pra eles irem. Nunca me diverti tanto em um ano novo Heyoon, krystian é a melhor pessoa.

— Sua irmã fez sucesso com os garotos ontem... – Krystian falou provocando Heyoon, que eu já percebi que estava com ciúmes da situação. Eu apenas observava tudo e achava divertido.

— Krystian se tivesse acontecido alguma coisa com minha irmã eu ia te matar seu viadinho mequetrefe.

— Olhe os xingamentos amada. O que aconteceu com sua irmã ontem, foi a fila de garotos que ela pegou.

Quando mais Heyoon se mostrando irritada, mas ele gostava de provocar, Hina tava vermelha como um pimentão, mesmo eu achando que Krystian tava exagerando em algumas coisa eu sabia que Hina tinha aprontado ontem.

***
Krystian quem preparou nosso almoço, felizmente o apartamento iria sobreviver a mais um dia. Depois do almoço Hina voltou a dormir, e Krystian foi pra casa dele fazer o mesmo.

— Sina eu tive uma ideia!

Heyoon tava na cozinha e veio correndo pra sala. Fiquei olhando pra ela, esperando ela continuar.

— Você confia em mim certo? – Apenas balancei a cabeça. — Então eu tava pensando que você poderia voltar a dançar. – Fiz uma careta, ela corre pro sofá e se sentou no meu colo com uma perna de cada lado, covardia do caralho. — Sina você poderia dançar para mim, eu amaria te ver dançando.

— Heyoon eu não consigo voltar a dançar nem sozinha, ainda mais com plateia.

— Vamos dar um jeito nisso. Começamos dançando juntas igual na plataforma.

Ela saiu me puxando pro quarto dela e fechou a porta. Foi até a televisão e colocou uma música lenta para tocar no YouTube.

— Dança comigo minha bela moça? – Ela me ofereceu uma mão, a segurei e levei até minha boca deixando um beijo.

— Sina o papel do cavalheiro era meu! – Ela falou com birra, soltei um riso alto e a puxei pela mão sem delicadeza alguma, o corpo de Heyoon colidiu com o meu. — Grossa!

— Birrenta! – Rodamos no meio da sala ao som da suave canção.

— Irritante! – Dois passos para lá e para cá.

— Dramática! – Segurei em sua mão e a girei.

— Detestável! – A puxei para meu peito novamente e encostei nossos rostos.

— Linda...

— Odeio como não consigo ficar brava com você. – Nos separamos novamente, e dessa vez ela me conduziu a dar um giro.

— Por que ficaria brava comigo? Eu só te dou amor. – Heyoon movimentou o corpo para frente e para trás, o corpo dela era uma escultura, que mulher linda.

Heyoon mordeu o lábio inferior enquanto encarava os meus, nossos movimentos foram parando, até que estávamos dançando quase sem se mexer, a música já estava acabando levei minha mão até seu rosto e fiz um leve carinho com meu polegar, depois encaixei minha mão no seu rosto e a puxei até meus lábios, tão doces, calmos e macios.

[...]

Quando anoiteceu, Heyoon decidiu comprar comida coreana pra gente jantar, Hina passou o dia todo trancada no quarto, ela falou que estava com sono e ficou dormindo, mas no fundo eu achava que ela queria apenas dar liberdade para eu e Heyoon.

Assim como o dia inteiro, quando Hina terminou de jantar foi se deitar novamente, e eu me desesperei internamente, eu tava pensando em ir dormir com Hina. Como diabos eu vou dormir com Heyoon? Você não vai se aguentar Sina, mas eu tava temendo tanto tocar ela agora, porque tudo era ainda muito recente, mas será que eu tô sendo apenas idiota e Heyoon também quer? Acho que eu e ela precisamos conversar sobre isso e sobre o que nós duas temos.