♡ Mera Coincidência ♡ {Concluída}

30 - Um novo eu 💙

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Josh

Josh: Oi Any !

Josh: 15:00 horas mesmo ? beleza !

Josh: Me manda só o seu endereço que depois de almoçar eu to indo ai

Josh: beijinhos ?

Josh: Essa é nova !

Josh: KKKKKKK

Não queria parecer desesperado, mas também não poderia ser desanimado.

Fiquei deitado na cama mais um pouco e tentando criar a tarde perfeita na minha mente, mas sempre tinha um pé atrás, sempre tinha um sentimento, uma insegurança que não saia de mim.

Tentei fechar os olhos e relaxar, mas não conseguia, me virei para o lado e me dei de cara com um CD, eu tinha me esquecido completamente dele.

Levantei rapidamente e o peguei, fiquei encarando a escrita da minha mãe e novamente a saudade bateu forte em meu peito, queria ver o que era, matar essa curiosidade, mas sabia que iria chorar de novo e não seria nada legal se eu chegasse na casa da Any com o olho todo vermelho.

Respirei fundo e tentei tirar esse sentimento de mim, queria me concentrar em apenas uma coisa, na minha saída com a Any, coloquei o CD no mesmo lugar e me levantei da cama para arrumar meu material.

Em uma mochila eu arrumei meu caderno, livro, folhas soltas, estojo, fones de ouvido e alguns chicletes.

Estava quase terminando quando meu celular vibra, vou até la e vejo que a Any respondeu, ela passou a localização e fiquei animado por isso.

Pego minhas coisas e desço ansioso, ainda tinha alguns minutos.

- Pai ? - vejo ele sentado no sofá com as pernas sob a mesinha e lendo um jornal - o que esta fazendo aqui ?

- Oi pra você também Joshua - ele responde sem ao menos me olhar - eu acabei tirando o dia de folga e... - ele se vira e para de falar quando me vê, ele parece surpreso - nossa, a onde vai bonitão assim ? - ela fala sorrindo malicioso. Bonitão? eu ? nossa obrigado pai.

- Ah, eu vou sair com uns amigos - falo meio nervoso e envergonhado, se eu contasse o porquê da minha saída, ele não iria me deixar em paz, iria me zoar até eu morrer.

- Ah é! não parece - ele volta o seu olhar para o jornal - geralmente quando um homem se arruma desse jeito tem mulher envolvida - meu pai fala como se fosse algo normal, que acontecesse frequentemente - você vai contar ou eu vou ter que me contentar com as minhas paranoias ? - vejo que ele esta gostando da situação, eu ainda não tive uma conversa com meu pai sobre garotas e nem queria ter, ele viria com um sermão de uma hora sobre essas festas onde tem bebida e pegação, mas no meu caso eu acho desnecessário, já que eu nunca vou em uma dessas, mas mesmo assim ele apoiaria se eu dissesse que estava gostando de alguém, ah e como apoiaria, acho que ele até teria um infarto, o jovem Joshua desencalhou finalmente, sem brincadeiras, não acho impossível ver ele pagando para uma garota namorar comigo, isso seria o sonho dele.

- Vai ser só um encontro de estudos, pode ficar tranquilo - tento parecer calmo e relaxado, mas isso eu não tava.

Me viro em direção a porta, mas meu pai me chama.

- Quer pegar o carro ? - O quê ?? desde quando o meu pai quer que eu dirija ? meu Deus - pra causar uma boa impressão  - ele novamente me olha com o seu sorrisinho de canto, acho que ele alugaria um balão se fosse possível para eu causar uma boa impressão e sair mais de casa.

- Sério ? Você me empresta ? - pergunto ainda sem acreditar que ele deixou eu ir dirigindo, assim chegaria mais rápido e em grande estilo.

Nesse momento bateu um orgulho e uma determinação que nem eu sabia explicar de onde vinha, mas isso era bom e me dava mais confiança sobre hoje a tarde.

- Claro, pega ai - ele aponta para a mesinha que ele estava apoiando o pé.

Eu me aproximo com passos lentos e tento não ficar nervoso com isso, me agacho e quando fui pegar a chave, meu pai me puxa para perto dele e fala no meu ouvido:

- Sei que tem medo Joshua - ele sabia - mas seja você, me orgulho de quem se tornou - ele abriu um sorriso, não pode deixar de sorrir.

- Obrigado pai - falei com sinceridade, isso realmente me tocou, fazia tempo que eu não tinha essas conversas com ele, fazia falta, ele me conhecia tão bem, mesmo passando um bom tempo no trabalho ele ainda se importava comigo, sorri sozinho.

Fui até a garagem, abri a porta do carro e entrei, coloquei meu sinto e olhei em volta, sentia falta de ter um pouco de independência e talvez até um ego crescendo em mim.

- É Josh, hoje promete - falei para mim mesmo, apertei para colocar na rádio e dei partida.

Sai bem devagar e dei algumas voltas no quarteirão, só vendo a movimentação das pessoas e com o vidro aberto sentia o vento em meu rosto, me senti livre e despreocupado, eu precisava mesmo sair um pouco, ri sozinho quando a minha música preferida tocou na rádio, comecei a cantar sem me importar com absolutamente nada, sem me importar em desafinar ou as pessoas escutarem, parei o carro no semáforo e de repente vi meus pés se mexerem conforme a música, ah como sentia falta disso, abri um sorriso e comecei a mexer meus braços e mãos, parecia que o ritmo da música entrava em meu corpo e controlava tudo, apenas me deixei levar e dancei, não acreditava que eu conseguia viver sem a dança, meu transe foi interrompido com o barulho de uma buzina, pisei no acelerador e fui andando mais um pouco, mas agora com uma sensação de leveza em meu corpo, eu estava calmo e totalmente relaxado, sabia que o dia tinha valido a pena só pelo fato de eu conseguir me mexer de novo sem sentir nenhuma dor ou tristeza.

Retornando, paro o carro na frente de casa e pego meu celular, abro na conversa com a Any e clico na localização.

- O QUÊ ????? - dei um grito tão alto no carro que jurei que meu pai escutou na sala.

Respirei fundo e olhei em volta, isso não era possível! ou era ? Não, não, não, eu não acredito, isso era muito azar ou será sorte ? Minha cabeça estava muito confusa e meu coração acelerava de novo, meu pai amado.

Comecei a rir de nervoso e estava suando, passei a minha mão no rosto e tentei esconder o riso, eu não acreditava naquilo e comecei a lembrar do meu sentimento de antes, se era uma boa eu me aproximar dela, tinha decidido que sim, mas depois disso eu... eu... tinha certeza, não tinha como ignora-la depois disso.

Olhei de novo para o meu celular ainda com um sorriso no rosto, encarando a mensagem do GPS dizendo :

" Seu destino está a sua frente "

Tudo isso passava de uma*Mera*
*Coincidência* .....

Ou será que não ?

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