Medos e inseguranças

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Nine on

Assim que o Pavel e o Dome saíram, o Joong sentou-se á minha frente e encarou-me em silêncio.

Eu escolhi não começar a conversa e esperar que ele iniciasse, afinal nem eu sabia muito bem o que dizer. Eu não estava verdadeiramente com raiva. Apenas um pouco triste por ele me ter mentido.

- Nine – ele agarrou a minha mão – por favor, não fiques chateado. Eu só não contei nada porque sabia que irias ficar assim.

Eu não estou com raiva, seu idiota.

- então preferes mentir – eu disse – isto não vai resultar com mentiras. Elas fazem a confiança diminuir.

- Nai, estás a ser incompreensível – ele reclamou.

- ai eu é que sou o incompreensível? – falei indignado – eu simplesmente não admito que me faças de mintas.

- Nine, foi só uma luta. Não é o fim do mundo. Eu já fiz isto milhares de vezes – ele rebateu.

- não fales disso como se fosse algo normal, Joong. Porque não é – eu elevei o tom de voz deixando as pessoas cada vez mais curiosas.

- é a minha forma de ganhar dinheiro. É o meu sustento e tu vais ter que aceitar isso.

- tu podes magoar-te a sério. Será que tu não percebes isso? – eu só não queria correr o risco de ver as coisas correrem mal como da ultima vez.

- eu faço isto há anos e estou aqui até agora. Eu consigo aguentar uns socos. Talvez tu não consigas, mas eu não sou nenhum fraco – ele esbravejou alto.

Aquilo realmente tinha acertado em cheio na minha cara. Eu não era nenhum fraco, era apenas um bobo apaixonado.

Ele pareceu aperceber-se da estupidez que tinha dito quando os meus olhos se enxeram que lágrimas que eu impedi que caíssem.

- desculpa lindo, desculpa – ele disse desesperado voltando a agarrar a minha mão que tinha soltado em algum momento da conversa.

- eu só não quero ter que voltar a visitar-te na porcaria de um hospital – eu sussurrei tentando ser discreto e levantei-me rapidamente da mesa.

- Nine, espera – ele agarrou o meu pulso.

- larga, seu imbecil – eu desfiz o toque com força – falar contigo é como falar com uma pedra. Será que tu nunca vais perceber que eu só estou preocupado? – ele nada respondeu e eu apenas saí daquele refeitório sem nem sequer olhar para trás, sentindo apenas as expressões de julgamento que as pessoas ali presentes depositavam em mim.


Joong on

- burro, burro, burro – eu dizia a mim mesmo passando a mão pelos cabelos frustradamente.

- afinal a paixãozinha durou menos do que aquilo que eu estava a espera – ouvi uma voz dizer atrás de mim e ao levantar a cabeça percebi que era a Yihwa. Outra vez ela.

- sai daqui, eu não estou com paciência – respondi num tom ameaçador.

- é assim tão difícil admitires que eu tinha razão? – continuou a falar e eu suspirei tentando acalmar a raiva que estava a sentir dela naquele momento – mas eu entendo a tua revolta. Depois de tanto esforço para convencer o riquinho de que gostavas dele, deve ser frustrante não teres conseguido o que realmente querias – ela riu fazendo a minha paciência se esgotar.

- ouve uma coisa garota – eu levantei-me e agarrei o seu braço com força – tu não voltas a falar dele como se ele fosse uma vadia qualquer, e não voltas a referir-te a mim como se eu fosse uma maquina sexual sem sentimentos. Tu vais respeita-lo a bem ou a mal – gritei na sua cara.

I Hate Loving You ( Joong Nine, PavelDome)Onde histórias criam vida. Descubra agora