CAPÍTULO 39

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BELINHA

NÃO REVISADO

Chegar no meu quarto durante todas as noites nesse último mês sem Patrick tinha sido deprimente, a cama sempre estava fria no lugar onde ele costumava dormir e seu cheiro tinha acabado assim que dona Mariana tirou a concha de cama que ele dormiu pela última vez.

Quase pedi para ela deixar por mais um tempo só para ter seu cheiro nos meus lençóis, mas não fiz isso é claro, em vez disso entrei no quarto em que ele dormia e paguei uma de suas camisas que ele tinha deixado em cima da cama, ela tinha o seu cheiro de homem misturado com seu perfume amadeirado. 

É agora nesse exato momento eu estava me entregando as lembranças sentido seu perfume na blusa que eu tinha confiscado, enchia meus pulmões com o seu cheiro sentindo meu coração palpitar de saudade,mas também voltei a realidade em um segundo quando escutei a porta do meu quarto batendo com força.

Joguei a blusa para o lado com o susto, mas era só Maria entrando no meu quarto.

— Ainda cheirando essa blusa fedendo a suor?.

— Ela não está fedendo.-pego a blusa e aperto no peito, pois apesar de tudo o que ele fez com Tereza praticamente na minha cara eu ainda sentia uma coisinha por ele.

— Humm..sei.-faz careta para mim e senta do meu lado até parece que nunca fez isso com as de Pedro.

— Você ainda tem um absorvente que possa me emprestar? Os meus acabaram.-ela sempre vinha pedir os meus era impressionante, acho que ela fazia era folia com os delas.

— Sim, você sabe onde fica.-aponto para o banheiro.

Ela vai até o banheiro pegar um pacote e volta para sentar na cama comigo novamente.

— Que estranho, belinha, você não está mais menstruando não?.-tiro minha atenção do celular que acabei pegando para ver as mensagens e a olho.

— Estou sim, por que? .-volto minha atenção para a tela do celular de novo esperando uma mensagem de Patrick por que apesar de tudo ainda nos falávamos.

— Humm...qual foi a última vez? Por que parece que foi a séculos, seu armário está cheio de pacotes todos fechados.-diz brincando com o pacote que estava em suas mãos.

— Bom...eu não sei, talvez já tenha um mês ou mais não sei direito.

— Como assim mês belinha? Você está atrasada? .-ela toma meu celular quando não lhe dou atenção que ela queria.

— Ei só estou atrasada três semanas Maria, isso não quer dizer nada agora me devolve meu celular.-tento pegar dela mas ela não deixa.

— Claro que tem! você estava transando com Patrick, alguma vez aconteceu de vocês fazerem sexo sem camisinha?.-reviro os olhos para ela.

— Claro que não Maria, que pergunta! eu estava me cuidando direitinho.-camisinha é uma forma de se cuidar certo?.

— Estava mesmo? Por que esse seus enjoos e tonturas não são normais, e vim reparando que estão frequentes.-o que ela estava querendo dizer com isso?.

— Quem disse que eu estou enojada e com tonturas? Eu estou perfeitamente saudável.

— Claro que está, já que gravidez não é doença né minha prima? .-eu tive que rir, eu grávida? Maria estava louca só pode.

— Não estou grávida Maria, não tem como, eu e Patrick sempre usamos camisinha.

— Você sabe que camisinha pode furar não é?.-ela me olhava séria e também preocupada e isso me deixou com medo.

Já que até eu tinha percebido que esses mal-está que vinha sentindo não era exatamente normal, pois nunca fui de ficar doente atoa.

— Ele teria me dito se isso tivesse acontecido, e o fato da minha menstruação estar atrasada, e às vezes, raramente para falar a verdade eu sinto enjoos não que dizer nada.-eu não estava grávida isso era loucura.

— Você tem certeza que sempre usaram camisinha? Pode ocorrer as vezes que podemos esquecer de colocar o que não é certo mas às vezes isso acontece.-sua voz estava calma como se estivesse falando com uma criança que tinha acabado de fazer merda.

Mas no meu caso eu estava sendo acusada de ter transando sem camisinha.

— Que eu me lembre não.-tentei puxar na mente as noites tórridas de prazer e acabei lembrando de uma noite que me deixou preocupada. 

Eu nunca tinha deixado de usar camisinha com o Patrick, exceto aquela noite em que senti uma coisa diferente quando o mesmo gozou.

Ah merda o desgraçado tinha gozado dentro de mim.

— Eu vou matar aquele desgraçado.-levanto da cama em um pulo.

Ai meu Deus, por favor, por favor que seja só um atraso bobo.

— O que foi belinha? Para de puxar seus cabelos você vai acabar arrancando.-ela pergunta preocupada com a minha reação  e tira minhas mãos do meu cabelo com cuidado pois eu não percebi que os estava puxando.

Eu não respondo, pois o desespero começou a me sufocar  me fazendo ir ao chão de joelhos com força.

— Belinha meu Deus, você se machucou? .-Maria vem até o chão onde estou preocupada e me abraça.

— Maria....eu não pos-so es-tá....gráv-ida.-minha voz saiu em um sussurro estrangulado.

— Pode ser só um atraso e não gravidez, você lembra de quando você fez sexo pela primeira vez?.-balanço a cabeça em positivo minha voz não queria sair.

— Então, você também atrasou e me deixou louca dizendo que estava grávida, e no final das contas você só estava atrasada e não grávida.

— E o que isso tem a ver agora Maria?.-pergunto passando as costas das mãos limpando algumas lágrimas que estava descendo sem freio pelo meu rosto.

— Estou tentando dizer que pode ter acontecido a mesma coisa agora.

— Você acha isso? .-perguntei com uma pontinha de esperança por que ela era a última que morre certo?.

— Claro que sim, é amanhã mesmo vamos fazer um teste de farmácia ou algo que possa nós confirmar que nossa suspeita não passa disso, então agora não chore mas odeio ver você assim.-ela limpa meu rosto com minha camisa igual uma mãe faz com o filho e volta a me abraça apertado.

Eu estava ainda preocupada mas parei de chorar por um segundo, acreditando que talvez não passasse de um falso alarme, porque em hipótese alguma eu poderia estar grávida de Patrick.

PATRICK: DUOLOGIA IRMÃOS TORRES-(LIVRO 2)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora