Vou cuidar de você

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"Eu escalaria todas as montanhas
E nadaria todos os oceanos
Só pra estar contigo
Oh, porque eu preciso que você veja
Que você é o motivo"

Musica: Calum Scott - You Are The Reason


Ruth e Oscar estavam no hospital quando Anahi chegou.

- Onde está Henry? - perguntou Ruth.

- Com a minha mãe - respondeu Anahi - Achei que era melhor não trazê-lo aqui, pelo menos até sabermos o que está acontecendo. Não quero que ele fique com medo. - Ruth assentiu, então Anahi perguntou: - Vocês já viram Alfonso?

- A única coisa que ele fez foi perguntar por você e por Henry.

Anahi olhou para o médico.

- Quanto tempo posso ficar?

O Dr. Hunt sorriu.

- Não tenha pressa, fique o tempo que quiser.

Anahi deu um sorriso agradecido ao médico e foi para o quarto de Alfonso. O monitor cardíaco continuava apitando em um canto, mas o tubo assustador que estava enfiado no peito dele na última vez em que Anahi o vira havia desaparecido. A gaze envolvendo o peito de Alfonso tinha sido reduzida, e ele estava ligado a um número menor de fios.

Estava dormindo. A respiração por trás da máscara de oxigênio
era profunda e linda. Anahi parou ao lado da cama e pôs a mão sobre a dele, delicadamente. Inclinando-
se, beijou-o na testa.

- Estou aqui - murmurou.

Os olhos de Alfonso se moveram sob as pálpebras, enquanto Anahi continuava ali, sussurrando palavras
amorosas. Com uma piscadela, eles se abriram. Só meio centímetro, mas se abriram. Estavam opacos, cansados e confusos, mas eram os olhos verdes mel mais lindos.

- Aí está você, meu amor - disse ela baixinho, correndo os dedos pelo rosto dele.

Alfonso a fitou por entre os cílios e com aqueles olhos cansados, e o canto da sua boca se retorceu.

Anahi pegou a mão dele e a apertou.

- Estou aqui. - Ela levou a mão dele ao rosto e beijou os nós dos dedos. - Vou cuidar de você. Não vou sair daqui. Prometo.

Sentiu Alfonso puxar sua mão com um movimento fraco, indicando a máscara de oxigênio.

- Está desconfortável? - perguntou Anahi tentando ajeitar as tiras que apertavam o rosto dele. - Espere um pouquinho - murmurou ela, baixando a máscara até o queixo dele, não sem medo de que o Dr. Hunt pudesse aparecer e ficar furioso. - O que foi? - perguntou, baixinho. - Está doendo? Quer que eu chame a enfermeira?

Alfonso negou levemente com a cabeça, apontando para a própria boca. Anahi se debruçou ainda mais,
lutando para ouvir as palavras que tentavam sair pelos lábios de Alfonso. Ele arquejou, e seu rosto se contraiu de dor. A voz dele soou baixa e rouca:

- Annie.

Ela sorriu.

- É, amor. Estou aqui.

Anahi senta-se ao lado de Alfonso na cama e com cuidado o abraça deixando seu rosto na curva do pecoço dele a mão sobre o seu peito. Por alguns minutos ficou apenas ali o acariciando ouvindo o coração dele bater era tão bom ouvir, aquela sensação maravilhosa que o seu amor estava ali bem e vivo. Algumas lágrimas escorreram pelo seus olhos.

- Graças a Deus você acordou Poncho - ela diz contra o pescoço dele com a voz arrastada.

Mesmo com uma dor insuportável no braço Alfonso passou mão pelos cabelos de Anahi sentindo o cheiro do perfume dela.

- Eu... eu tive tanto medo de não ver mais você o Henry... eu queria voltar mais tava tudo escuro... tava escuro... - disse com dificuldade com a garganta arranhando.

Anahi levanta a cabeça e seus olhos encontram os de Alfonso angustiados.

- Shh - Anahi se abaixa e roça seu nariz no dele.

- Annie eu...

- Ta tudo bem meu amor se acalma, você não pode ficar agitado.

- O Henry...

- Ele esta bem , logo logo estaremos todos juntos você eu e o nosso filho, prometo.

Alfonso engoliu, fazendo uma careta, e, depois de um instante, disse:

- Promessa cor-de-rosa.

Anahi sentiu os olhos arderem. Apertou a mão dele com mais força e fez que sim com a cabeça.

Alfonso fechou os olhos.

- Beijo.

Ela chegou mais perto e deu um beijinho naqueles lábios quentes e ressecados. Foi maravilhoso, perfeito.

Anahi respirou fundo ao sentir a boca de Alfonso se mover, abrindo um ligeiro sorriso.

Recuando devagar, ela recolocou a máscara no lugar com todo o cuidado e se sentou na beirada da cama.

- Senti muita saudade de você.

- Fique.

Ela sorriu e passou a mão pelo cabelo dele.

- Para sempre meu universo infinito.

****

Já fazia dois dias que Alfonso tinha acordado, completamente desnorteado, numa cama de hospital e com a sensação de que um caminhão enorme tinha passado em cima de cada parte do seu corpo.
Passado em cima, arrastado e o virado do avesso. Aparentemente, isso não estava muito longe da verdade.

Não tinha visto o carro que o atropelou quando estava atravessando a rua para comprar as latas de Red Bull para tomar com vodca. Não se lembrava de nada, a não ser de abrir os olhos e ver uma
enfermeira, um médico, e, depois, os pais e os irmãos. Por mais que tivesse sido bom ver todos eles, Alfonso só queria mesmo era ver Anahi e Henry

Desnecessário dizer que ele estava se sentindo bastante frágil, e que a dor constante no peito, na cabeça e na perna o fazia passar o tempo todo
desejando mais analgésicos. Tentava disfarçar diante dos médicos, das enfermeiras e até mesmo de Anahi, mas, não o tinha deixado um minuto sequer sozinho, e ele imaginava que ela devia estar exausta. Tinha olheiras profundas e dava a impressão de estar precisando de uma boa refeição, mas, mesmo assim, continuava
sendo a coisa mais linda que ele já tinha visto na vida.

A porta do quarto se abriu, tirando-o de seus pensamentos sobre Anahi e Henry.

Era o seu pai.

Ele entrou e o ficou olhando sem jeito

- Oi, filho.

- Oi, pai.

Fernando não falou muito com ele, mas Alfonso sabia que o pai tinha passado quase tanto tempo quanto a mãe ali no hospital, o que significava muito.

_____

O que será que vai acontecer agora? Teremos reconciliação? Preparam-se porque teremos momentos de muitass emoções nesses capítulos finais de Always With You🙊🙊

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