Maya mora em Tokyo há quase três anos e embora o longo tempo, tem apenas três melhores amigos confiáveis e alguns conhecidos não muito próximos.
Existem muitas paixões em sua vida, como sua carreira de modelo, seu amor por flores e seu peixinho Bim...
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— Por acaso você não cansa de passar seu line pra esse bando de desconhecido não? — Minzu indagou, emburrada. Era o décimo garoto da noite que pedia uma foto e logo em seguida perguntava se poderíamos trocar o line. — Vai que um deles é um psicopata e tá tentando tirar proveito da fantasia pra ir atrás de você depois?
Revirei meus olhos, despedindo-me do garoto vestido de múmia.
— Fala sério, um psicopata não viria atrás de mim.
— Nunca se sabe — ela deu de ombros, sorrindo maliciosamente pra mim.— Todo mundo pensa isso até de fato um aparecer atrás de nós.
— Por acaso isso é inveja porque estou recebendo mais atenção que você? — provoquei-a.
— Nem um pouco— Minzu remexeu o balão vermelho que segurava. — Essa palhaça aqui está perfeitamente bem assustando as pessoas. Bem melhor que ser obrigada a trocar line.
— Eu não fui obrigada.
— Não saber dizer não dá no mesmo.
— Também não foi por esse motivo que não recusei.
— Então por que diabos está se esforçando tanto?
Eu me aproximei dela como se aquele segredo fosse o mais importante do mundo.
— Quer mesmo saber? — perguntei.
— É óbvio.
Soltei um pequeno sorriso, encarando-a.
Então apontei para a minha própria roupa.
— Eu sou policial — pisquei para ela. — É meu dever ajudar as pessoas.
— Fala sério, Maya! Isso não é desculpa. — ela me encarou incrédula.
A verdade é que era halloween,poxa. O mínimo que eu poderia fazer pelas ruas de Tokyo após um longo dia de trabalho era me divertir, mesmo que a multidão dificultasse isso. E passar meu line significava conhecer pessoas novas, isso não era bom?
Minzu vivia reclamando que eu não tinha muito amigos apesar da personalidade atrativa e agora também estava reclamando sobre eu tentar encontrar novas pessoas? Mesmo que fosse preocupação por parte dela, eu sabia me cuidar. E se tudo desse errado, era só bloquear.
Simples.
— Isso está um caos — ela disse, sendo empurrada pelas pessoas.
Shibuya normalmente era um lugar movimentado, mas hoje, não dava nem pra comparar em relação aos outros dias. Haviam tantas pessoas caminhando ao redor de nós, tantas vozes alteradas e risadas sendo emitidas, tantas fantasias diferentes e tão belas... era impossível não amar.
Segurei seu braço para que não nos separássemos e entrelacei-o ao meu.
