Capítulo 2 - Um duro golpe

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Olá,

Como Ladybug irá reagir à identidade de Chat Noir? Hummm... sei não.

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Marinette se transformou e enviou uma mensagem a Chat Noir, não esperando que ele ligasse imediatamente.

— Ei, Ladybug, não vi nenhum akuma enquanto patrulhava. O que foi? – Chat disse assim que Ladybug atendeu.

Nada de My Lady. Ele não havia usado apelidos carinhosos para ela desde Miracle Queen e ela ainda não tinha conseguido encontrar coragem para perguntar por quê.

— Eu não sabia que você estava patrulhando. De qualquer forma, preciso ver você pessoalmente. Pode me encontrar na Torre Eiffel? – Ela tentou manter um tom neutro em sua voz para não o preocupar.

— Vou chegar lá primeiro. – Ele encerrou a ligação. Pelo menos ele ainda era o mesmo palhaço brincalhão que ela conhecia. Isso não havia mudado.

Quando Ladybug chegou, ele já estava lá com um sorriso presunçoso.

— Você trapaceou – disse ela em falsa acusação.

— Você é uma má perdedora, Ladybug. – Chat cutucou o braço dela sorrindo.

A falta de apelido não passou despercebida e Ladybug decidiu aproveitar o clima de brincadeira para perguntar.

— Sem My Lady, nem Bugaboo, estou vendo. – Ela manteve um sorriso no rosto, fingindo que não se importava com a mudança.

Chat Noir sentou-se na beirada da torre, balançando as pernas.

— Há uma garota com quem estou saindo.

— É melhor que não seja outra... – Ladybug começou a dizer, sentindo um nó na garganta.

— Não – ele a interrompeu. – É verdade. Ainda não estamos namorando, mas não parece certo flertar com você quando estou envolvido com outra pessoa. – Ele olhou para a cidade abaixo, evitando o olhar dela.

— Oh! Estou feliz por você – ela disse não tão alegremente como quando ele tentou deixá-la com ciúmes. Ela não sabia se era para não deixá-lo chateado ou se pelo súbito vazio em seu peito. Ela não conseguia entender o sentimento, ou talvez conseguisse. Ela abrira mão de Adrien e Luka, e agora Chat Noir escapava por entre seus dedos, o que ela tinha apenas a si mesma para culpar.

— Eu sei que você está – ele sorriu amargamente, mas franziu o cenho quando viu o rosto dela. – Você não parece bem. O que você precisava falar comigo? – Ele deu um tapinha no espaço ao lado dele para ela se sentar.

Ladybug sentou-se com as pernas cruzadas na frente dela de frente para ele. Ele a imitou.

— Você sabe que eu sou a Guardiã agora – ela começou timidamente.

—Sim, mestre, estou ao seu dispor. – Chat Noir se curvou exagerando os movimentos, fazendo-a rir. Só ele mesmo para aliviar o clima.

Ladybug respirou fundo preparando-se para a reação dele.

— Como Guardiã, eu tenho que saber quem são os portadores dos Miraculous. – Ela viu o rosto dele se iluminar e se apressou a esclarecer. – No entanto, minha identidade deve permanecer em segredo. – Ele desanimou um pouco, mas não ficou bravo como ela esperava.

— Bem, tenho que admitir que esperava revelar nossas identidades juntos e estou um tanto decepcionado. Mas acho que não me faria bem conhecer sua identidade agora que finalmente estou partindo pra outra. E eu entendo suas razões. – Ele disse depois de um tempo.

— Você entende? – Ela não conseguiu esconder o alívio, mas optou por ignorar o comentário dele sobre partir para outra.

— Claro que sim. Você não é apenas a Guardiã, mas também Ladybug. Eu estive pensando sobre isso. É uma grande responsabilidade que você tem em suas mãos. Eu gostaria de poder ajudar para você não ter que suportar tudo sozinha, mas não sei como.

Ladybug se jogou nos braços dele e ele a abraçou de volta sem jeito.

— Desculpe, e que estou tão feliz. Seu apoio significa muito para mim. – Ela tentou se afastar quando se lembrou da ainda não namorada dele, mas ele a abraçou sem reservas.

— Eu sempre vou apoiar você, não importa como. Fiquei surpreso, só isso.

— Foram duas semanas difíceis – ela murmurou em seu peito enquanto ele lhe afagava as costas. Ela teve que se afastar em algum momento. – Wayzz me disse apenas alguns minutos antes de eu ligar para você que eu precisava saber sua identidade e não tenho nada planejado. Vou precisar do seu nome, acho que também seu endereço e número de telefone e, é claro, saber como você é sob essa máscara. – Ela tocou o rosto dele. – Eu ainda tenho que encontrar uma maneira de você entrar em contato comigo que não denuncie minha identidade.

— Vou me detransformar para que você possa ver meu lindo rosto, só tome cuidado para não desmaiar. – Ele piscou ganhando um soquinho leve no ombro de Ladybug. – Vou lhe dar o meu número de telefone também, o resto você vai saber. – Ele deu de ombros.

Ladybug estreitou os olhos, se perguntando como saberia o nome dele, mas teve que fechá-los quando ele sussurrou sua frase de transformação. Então ela surtou.

— Adrien! – ela disse em uma voz aguda que fez Adrien se encolher.

— Isso é hilário. – Plagg riu tirando Ladybug de seu estado de choque.

— Você está bem, Ladybug? – o rosto angelical, o rosto do garoto que ela tanto amava e pelo qual ela havia rejeitado Chat Noir, perguntou a ela. Não, ela não estava bem.

— Fique aqui, eu preciso de um momento. – Ele olhou para ela confuso, mas não disse nada enquanto a observava subir ao topo da torre.

Uma vez lá, ela começou a andar de um lado para o outro e falar sozinha controlando a voz para permanecer o mais baixa possível.

— Eu não acredito que era ele o tempo todo e eu o rejeitei. A garota que ele ama sou eu, não Kagami. – Ela fez uma pausa. – Não, ele não me ama. Ele ama Ladybug. Se ele me amasse, não teria escolhido Kagami. – Ela caiu de joelhos. – Mas eu basicamente o empurrei para ela e ela não perdeu a oportunidade. – Ela lamentou.

A mente de Ladybug gritava com ela. Todas as interações deles em ambos os lados das máscaras surgiam em sua mente a uma velocidade que a estava deixando tonta. Quando ele disse a ela que amava alguém, ela pensara que fosse Kagami, era o mais lógico, já que ele havia pedido ajuda antes com Kagami e a tratava com tanta ternura. Ele nunca a tratara Marinette assim. Para ele, Marinette era apenas uma amiga, uma ótima amiga com quem ele gostava de conversar, mas nada além disso. Ele a teria visto de outra maneira se ela tivesse lhe contado sobre seus sentimentos ou a teria rejeitado da mesma maneira que Chat Noir? Ele não havia rejeitado Kagami, no entanto.

Havia muitas perguntas, muitos "e se". Mas havia uma certeza; ela não poderia mudar o que estava feito. Ela não podia voltar no tempo e mudar tudo. Tecnicamente, ela tinha o poder de fazê-lo, mas seria egoísta e errado. Ela era a Guardiã e os Miraculous tinham que ser usados para o bem maior, para não resolver seus problemas.

Talvez tenha sido o melhor. Seu relacionamento com Adrien estaria condenado desde o início por causa dos segredos entre eles. A Caixa dos Miraculous parecia ainda mais pesada agora.

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Bem, eu acho que Adrien trata Marinette com muito carinho e afeto. Mas Marinette tem em mente aqui os momentos ocorridos nos dois últimos episódios da temporada 3. 

O peso de ser um GuardiãoDonde viven las historias. Descúbrelo ahora