Capítulo 7 - Visita inesperada

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Olá pessoal,

Capítulo novinho.

Aproveitando para escrever enquanto as aulas estão suspensas. Cuidem-se, Coronavirus não é brincadeira.

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Marinette não esperava que Kagami aparecesse em sua porta minutos antes da aula de esgrima começar. Ela sentiu que deveria ter antecipado isso.

Marinette deu as boas-vindas a Kagami o melhor que pôde e a levou para o sofá enquanto fazia um gesto desajeitado para ela se sentar.

— Eu queria falar com você. – Kagami sentou-se no sofá, as mãos cruzadas no colo. – Você é minha amiga mais próxima e eu realmente preciso de um amigo agora.

— É sobre Adrien, não é? – Era inútil fingir que ela não sabia.

— Imaginei que ele teria lhe contado. – O fato de Kagami saber dos sentimentos de Marinette por Adrien e, mesmo assim, decidir procurá-la para falar sobre seu relacionamento com ele era perturbador. Mas não havia um tom acusatório em sua voz, nem zombador.

— Quero dizer... – Marinette começou, mas Kagami a interrompeu.

— Está tudo bem. Na verdade é bom. Dessa forma, não preciso contar tudo. Ele te contou sobre a garota que ama? – Marinette assentiu. – No começo, pensei que fosse você, mas quando percebi que não era eu me senti menos culpada por tentar conquistá-lo. Bem... agora eu sei por que você não fez nada sobre seus sentimentos por ele. Ele realmente ama aquela garota. Eu me sinto um pouco idiota agora por pensar que poderia fazer ele esquecê-la.

Marinette suspirou lembrando as palavras de Adrien.

— Ele se importa com você, sabe, e sua amizade significa muito para ele.

Kagami bufou.

— É! Ele disse isso. Ele é um amigo muito bom e é por isso que vou evitá-lo por enquanto. Não quero estragar isso. – Ela jogou a cabeça para trás, apoiando-a no sofá. – Só estou com raiva que ele demorou tanto tempo para me dizer que só queria ser meu amigo. Eu pensei que estávamos progredindo nas últimas duas semanas. – Ela soltou o ar zangada fechando as mãos em punhos ao lado dela.

Marinette não pôde evitar a culpa que apertava seu coração. Ela estava tentando descobrir o que dizer quando o telefone soou. Ela teria ignorado se não fosse o som do aplicativo que ela usava apenas com Chat Noir.

— Desculpe, Kagami. Eu preciso mesmo responder. – Marinette disse enquanto se levantava do sofá.

Prettykitty: Cadê você? Akuma perto do Arco do Triunfo.

Marinette respondeu a mensagem, informando que se atrasaria e se perguntou como ele tinha conseguido escapar da esgrima e já estava lutando. Ela não tinha ideia de como se desvencilhar de Kagami.

— Pronto – Marinette disse colocando o telefone de lado. – Onde estávamos? – Pela sobrancelha franzida de Kagami, Marinette pôde ver que sua tentativa de parecer casual não havia funcionado.

— Talvez eu deva ir. Parecia importante. – Kagami tentou se levantar, mas Marinette a segurou no lugar com a mão em seu ombro.

— Nada que não possa esperar um pouco. – Ela deu um sorriso tranquilizador a Kagami, sabendo muito bem que Chat era mais do que capaz de cuidar de si mesmo. Ele mandaria outra mensagem se precisasse de ajuda imediata. – Você é minha amiga e eu quero estar aqui para você.

Kagami levantou-se e começou a andar.

— Eu disse que estávamos progredindo, mas se eu pensar bem nisso, ele nunca esteve lá. Fisicamente, sim, mas não a mente dele. Ele nunca me beijou.

— Nunca? – Marinette perguntou surpresa.

— Era sempre a mesma história 'não estou pronto'. Isso era tão chato. – Ela bufou.

Marinette observou Kagami. Ela estava chateada, mas não parecia estar com o coração partido. Pensando em tudo o que sabia sobre a garota, era seguro para Marinette assumir que Kagami gostava de Adrien, sim, mas ela também o via como um desafio, mesmo que subconscientemente.

Com pouca ou nenhuma interação social com pessoas da idade dela, teria sido fácil para Kagami confundir amizade com amor. Realmente não havia muita diferença. Ambos traziam a cálida sensação de ser apreciado e a necessidade de compartilhar momentos, bons ou ruins. Amizade significa que você pode ser você mesmo, sem medo de ser julgado. O amor, por outro lado, te deixa nervoso, com medo de que você possa estragar tudo a qualquer momento.

Marinette havia percebido desde que se tornara amiga íntima de Kagami que a garota agia com mais liberdade, permitindo-se ser brincalhona e insensata sempre que estava com Marinette ou Adrien.

Talvez o que Kagami realmente quisesse fosse fazer parte de algo, sentir-se amada, assim como Adrien. Eles tinham muito em comum, os antecedentes familiares, as expectativas colocadas sobre eles. Era fácil pensar que se está apaixonado pela primeira pessoa que o trata de maneira diferente que todos os outros.

— Sabe de uma coisa, eu acho que você precisa de um passeio com as garotas. – Marinette disse se levantando do sofá, ela olhou rapidamente para o telefone. Não havia tocado novamente, mas ela não podia demorar mais. E se ele estivesse novamente tentando provar que era capaz, como fez em Desperada? Ou pior, se tivesse sido pego pelo akuma. Seu estômago revirou e Kagami pôde ler seu rosto.

— Podemos conversar sobre isso outra hora.

— Desculpe... eu

Kagami pegou a mão de Marinette.

— Seja o que for, parece importante para você. Vou te enviar uma mensagem avisando quando eu estiver livre.

— Vou combinar com as outras garotas.

Kagami deu um sorriso agradecido enquanto caminhava em direção à porta.

— Eu não quero que você se machuque, Marinette, mas acredito que suas chances de sucesso são muito maiores que as minhas. – Marinette olhou fixamente para a porta quando Kagami a fechou. Tikki teve que cutucá-la para que ele se transformasse.

Quando Ladybug chegou local do ataque, seu coração retorceu e ela começou a se culpar por esperar tanto tempo. Chat Noir estava rolando no chão e miando como um gato de verdade entre algumas crianças. Ela já tinha visto isso antes quando o prefeito fora akumatizado. As orelhas dele se levantaram quando ela se aproximou e Ladybug assumiu uma postura defensiva, esperando que ele se movesse para capturar seu Miraculous. Os olhos deles se encontraram e ela pôde lê-lo como a um livro, enquanto ele lentamente desviava o olhar para um menino à direita dela.

O menino não tinha mais que cinco anos, ele tinha o rosto pálido e uma chupeta roxa se destacava na boca. Com Chat continuando a distraí-lo, ela invocou o talismã, que era uma mamadeira, e o trocou pela chupeta, sem resistência da criança. Quando lançou sua cura milagrosa, ela viu que os adultos mantidos pela polícia entre as bases do arco eram na verdade crianças e bebês.

Ela olhou para Chat bem a tempo de vê-lo entregar o menino a uma mulher.

— O que aconteceu? – ela perguntou.

— Ele ficou com ciúmes porque seus pais estão dando mais atenção à irmã recém-nascida. Ele fez uma birra e Hawkmoth se aproveitou disso. Ele estava transformando todas as crianças mais novas que ele em adultos para evitar a competição. Descobri que ele gostava de gatos e o distraí até você chegar. Por que você... – Os brincos dela deram um bip. — Você deveria ir.

— Patrulha hoje à noite?

— Você está se sentindo melhor? – Ele sorriu quando ela assentiu. – Até mais. – Ele saltou na direção da escola.

— Ótimo trabalho, gatinho.

O peso de ser um GuardiãoOù les histoires vivent. Découvrez maintenant