Adeus Ana

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ALARICK

Olho mais uma vez para o túmulo sem acreditar que minha irmã estava dentro dele, a neve começava a derreter e a grama verde começava a surgir, trazendo os primeiros traços de uma bela primavera.

Suspiro pesadamente ao olhar para a foto de Ana sobre o mármore, ao lado da foto de meu pai, sinto as lágrimas inundarem meus olhos e as deixo cair.

_ Se fosse possível, queria eu estar aí ao invés de você. Digo olhando para o túmulo.

O peso de todos aqueles dias de agonia me fazem desabar, e eu choro, escutando meus próprios soluços, me ajoelho ao lado do túmulo de mármore e repouso meu rosto nele, choro livre pela mulher que está alí dentro.

Sinto o vento soprar e trazer um cheiro familiar, o perfume doce que a anos eu não sentia preenche o ar e imediatamente eu sinto a segurança que ele me trazia.

Fecho meus olhos, e sinto meus cabelos serem acariciados por dedos suaves, a dor em meu peito ameniza e eu apenas aprecio o cafuné, diferente de qualquer outro.

Escuto meus próprios soluços e choro mais, por saber que ela nunca realmente estaria alí.

_ Mamãe, estou precisando tanto de você. Sussurro ainda com o rosto no mármore.

Depois de um bom tempo, sentindo o cafuné em meus cabelos, ele cessa, mas eu continua alí olhando a foto de Ana e sentindo o cheiro doce de nossa mãe.

Fico ali por horas, a noite cai, mas eu não me importo, sinto alguém tocar meu ombro, mas não desvio o olhar.

_ Rick, vamos para casa. Escuto a voz de Oliver.

Continuo olhando para a foto e respiro fundo, eu sabia que deveria ir, mas eu não queria ver Mariana, nem mamãe, nem Ralf e nem mesmo Jade.

_ Você poderia me levar a casa de campo? Pergunto a ele.

_ Claro que posso. Ele responde.

_ Preciso ficar um tempo sozinho. Digo a ele.

_ Tudo bem. Ele responde.

Eu me levanto e olho para o túmulo pela última vez.

_ Adeus Ana. Falo baixinho.

Oliver segue do meu lado sem falar absolutamente nada, o nosso silêncio é confortável e eu não me sinto pesado.

Saímos do cemitério e caminhamos até o carro dele.

_ Vou ligar para que Arthur venha buscar seu carro. Oliver diz.

_ Obrigado, deixei meu celular em casa. Digo a ele.

Entramos no carro e ele liga e dá partida seguindo para a avenida principal.

Olho pela janela e vejo as árvores molhadas e ainda sem vida, depois de horas vendo apenas os vultos secos passando em minha vista, o carro diminue a velocidade e eu olho para a frente, a casa de campo surge e eu agradeço mentalmente por estar ali.

Oliver para o carro na frente da casa e olha para mim.

_ Avise a todos que volto para casa na segunda. Digo a ele.

_ Está bem. Ele diz.

Desço do carro e caminho para a casa, assim que estou a frente da porta ela é aberta para eu entrar.

_ Boa noite senhor Jeremy. Etan diz.

_ Boa noite Etan, prepare um quarto para mim. Digo a ele.

_ Sim senhor. Ele diz.

O CONTRATO (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora