XXIV - Vencido

32 3 4
                                    


- Chester? Oi, estás a ouvir-me? Chester!!

- O que é, porra?!!

Olhou para a sua mulher e deu-lhe vontade de esmurrar-lhe as fuças. Enrolou-se no cobertor e regressou ao travesseiro, resmungando, fechando os olhos com força, como se pudesse voltar a adormecer com essa facilidade e ignorar que ela estava ali, a atazanar-lhe os cornos. A mão dela cobriu-lhe o ombro como uma garra, sacudiu-o mais uma vez com brutalidade.

- Não te levantas hoje?

- Deixa-me em paz, Samantha!!

- Vais ficar deitado o dia todo?

- E depois?

- Não te tivesses deitado tarde, preguiçoso de merda!

- Quero estar em casa e em paz, Sam!! – protestou ele, irritado. – Quero fazer o que bem entendo na minha própria casa! Que merda!! Se me deito tarde, é porque quero deitar-me tarde. Se quero levantar-me às duas da tarde, é porque quero dormir. Será assim tão difícil de compreenderes, chata de merda?!

- Hoje íamos dar um passeio! Sabes há quanto tempo não saio de casa, seu egoísta?

- Isso não é problema meu! Por que motivo não saíste de casa?

- Estava à tua espera, anormal! Queria sair contigo!

- Quando ando em digressão com a banda podes sair sempre que te apetecer. Acabei de regressar de uma longa viagem e quero descansar.

- E quando voltas a casa, queres ficar dentro da concha!

- Sim, é isso mesmo! Sou um tipo caseiro. Ainda não sabes isso, minha? Estás casada comigo há tempo suficiente para saberes isso. O Mike sabe isso! E ele é apenas o gajo que escreve canções comigo.

- E eu e o puto que se lixem!

- Vai sair com o puto e deixa-me em paz. Porra! Desanda daqui!

- Sim, precisamente, hoje éramos para sair todos juntos. Eu, tu e o Draven.

- Ele é só um bebé. Não se importa de ficar mais um dia em casa... nem sabe onde está.

- Já fez um ano. Não é mais um bebé.

- Certo, tem treze meses. Já lhe podemos oferecer um carro... Caralho!

Samantha gritou-lhe:

- És um pai de merda!

- Pois sou – murmurou ele, crispando as mãos em volta do lençol, empurrando tudo contra o queixo, para não saltar daquela cama e aplicar-lhe o murro que ela merecia. – Sou mesmo um pai de merda.

- Qualquer dia, quando voltares dessas tuas digressões merdosas, não me vais encontrar aqui, à tua espera.

- Ótimo! Assim poderei dormir descansado!

Samantha afastou-se. Pelo barulho que escutava, portas a bater, coisas a cair, ela estava a vestir qualquer coisa e finalmente percebera que não o conseguia pescar daquela cama. O sono já não iria voltar, o seu descanso estava estragado, mas também não lhe iria fazer a vontade e ir ao tal passeio.

- Tenho aturado demasiada merda da tua parte, Bennington!

- Adeus.

- Tens andado a foder com as tuas fãs... É por isso que estás assim comigo.

- Sim. São duas e três por noite. De dia, são mais...

- Quero que morras!

- Sim, querida. Vou atender ao teu desejo.

O Lado Oculto da LuaWhere stories live. Discover now