Motivo 3

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Acordar cedo já era rotina na vida de Camille, e antes do seu celular despertar ela já estava levantada fazendo exercícios simples para aquecer.

Ela tinha lido a pouco que exercícios matinais ajudam a ter um dia mais ativo e estava precisando disso.

Depois de terminar os exercícios ela entrou no chuveiro para tomar um banho gelado e refrescante, as manhãs estavam cada vez mais quentes esse ano.

Uma vez ouviu dizer que nossas atitudes transformam nosso futuro, ela lembra da primeira vez que entrou em um hospital para acompanhar o nascimento da prima. A menina ficou encantada com a quantidade de pacientes que o hospital podia atender e quantos nascimentos podiam existir em um ano. E o que mais a surpreendeu foi ver o carinho de todos com o bem estar e saúde dos recém-nascido e das mamães.

Logo que a menina voltou para casa prometeu a ela mesma que um dia faria um hospital para atender e acolher pacientes. Nem que isso custasse uma vida inteira de estudo e dedicação. Por isso não queria distrações, elas custariam seus sonhos.


Com o começo das férias sua rotina de estudo começava a aumentar, Camille sonhava em fazer engenharia civil em uma universidade federal e para isso precisava estudar mais e mais.

As horas passam, Mille estava concentrada demais nos seus estudos a ponto só perceber que tinha passado do almoço direto quando seu estômago rugiu por alimento. O almoço eu sou única hora com celular, ao menos que ela permitia. E mesmo se quisesse, não tinha ninguém para ela falar hoje, Antonella estava na sua avó, e seus pais estavam focados demais no trabalho para lembrar de existência da garota.

Me almoça a janta do dia anterior e se lembra do garoto idiota preso na janela. Ela sorri, ao lembrar que não estava sozinha.

"Aquele idiota bem que podia aparecer aqui mais uma vez... não que eu queira vê-lo... é que ele é divertido." - Camille pensa e chacoalha a cabeça tentando de forma falha esquecer Ben.

Ainda sorrindo sem perceber a menina volta para seus estudos, já não tinha mais a mesma concentração de antes.

...

Quando estava terminando a janta, ouve a garagem abrindo e o carro de seus pais entrando em um segundo coloca o prato para eles na mesa também.

- Boa noite querida! - Bruno fala dando um beijo no topo da cabeça da menina que já colocava a panela quente na mesa.

Com um sorriso Camille envolve seu pai em um abraço apertado.

- Wow! Quanto amor! Espero também ser recebida assim... - Cláudia, mãe da menina, fala entrando na cozinha e abraçando os dois.

Cláudia e Bruno trabalhavam na sua própria empresa de arquitetura, com poucos funcionários eles revolucionaram a indústria do design de interiores e da própria arquitetura em si. Eles já tinham documentários e entrevistas em todos os meios midiáticos. A menina tinha orgulho deles, mas também precisava dos dois.

Cláudia, assim como Mille, tinha seus traços finos e cabelos loiros, porém, seus olhos eram do mais escuro dos chocolates. Mille havia o gênio do pai, carinhoso e atencioso, sempre querendo tomar o mundo melhor mudando a cabeça das pessoas, não simplesmente torcendo para que algo mude um dia. Os olhos de Camille eram do pai, mas Bruno sempre dizia que quando a menina ficava brava seus olhos saltavam assim como os de Cláudia.

- Espero que estejam com fome, fiz uma janta simples e... - Camille fala mostrando a mesa e os pratos.

Sua mãe torce o nariz.

- Desculpa querida, voltamos mais cedo porque combinamos de ir jantar com um produtor do próximo documentário e com o editor do livro. - Cláudia fala ajeitando o cabelo da filha. - Mas prometemos tentar voltar mais cedo amanhã para jantar com você!

O sorriso da garota diminui cada palavra mais, "ilusão a minha eles jantarem comigo..."

- Não fique triste filha, fazermos isso para você ter a vida que merece! - Bruno fala tentando alegrar a filha.

Em vão.

- Vão, mas dá próxima vez se puderem ou tiverem a desceencia de avisar, eu não faço tanta comida assim... vou demorar uns dois dias para comer isso tudo! - lágrimas involuntárias começam a invadir o olho da garota. - Eu sou filha de vocês, não mata me mandar uma mensagem de vez em quando! - irritada e com o coração na mão ela sai da sala em passos largos. Ouve seu nome ser chamado duas ou três vezes, mas não queria que a vissem chorando. Odiava essa "fraqueza" dela.

Minutos se passam, a garota debaixo das cobertas ouve a porta se abrir.

- Sentimos muito filha - a voz de seu pai preenche o quarto. O salto de sua mãe ecoa e a menina sente sua cama afundar.

- Não adianta vocês serem um exemplo de arquitetos para o mundo e não lembrarem que tem alguém que estava desde o começo com vocês, a pessoa que sempre torceu pelo sucesso de vocês. - a menina solta sem se mexer na cama.

- Nós vamos cancelar e ficar aqui com você hoje. - sua mãe fala fazendo um carinho na perna da garota.

- Não. - Mille se levanta com o rosto fechado. - Vocês vão e vão fechar esses contratos, seja lá o que irão fazer. E depois ficam. Mas saibam que eu irei cobrar. - a menina mal termina de falar e sua mãe joga seus braços no pescoço da loira, com lágrimas nos olhos ela sorri.

- Prometemos a você nunca mais te desapontar. - Cláudia fala mexendo no cabelo da filha.

- Vamos voltar mais cedo para jantar com você agora. - Bruno promete a menina da porta. - Te amamos filha.

Ela sorri, mas seu coração pesado não estava alegre.

- Também amo vocês, agora vão e não voltem tarde. - a menina fala e vê seus pais se afastarem. - Levem a chave, irei fechar tudo assim que estiver indo dormir.

Eles concordam e saem. Em poucos minutos a menina ouve o carro saindo da garagem e quando vai para a janela do quarto olhar eles já saíram, e ela só consegue ver seu vizinho Benjamin levando o lixo para a rua. Em uma rápida troca de olhares ele acena para ela, roubando um sorriso do lábio dos dois.

Ela acena de volta e vai jantar. Com o sorriso no rosto.



***

Como prometido, mais um para vocês ❤️

Quem puder indicar para alguém eu serei eternamente grata!

Votem e comentem!

Bjs,
Rah❤️

Motivos que me fizeram amar vocêWhere stories live. Discover now