Pequenos detalhes

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- Quando foi que você virou uma pessoa sábia?- ele ri

- Depois da Any, agora com ela- Josh responde sorrindo bobo- ela tira o melhor de mim

- Que meigo- nós rimos- vocês estão namorando?

- Nós já nos beijamos, tivemos momentos especiais, mas...- seu sorriso some, ele abaixa a cabeça e balança em negação- não sei se consigo

- O que?- ele ri de nervoso e arruma a bandana na cabeça- ei, não consegue o que?

- Ela quer ficar comigo, quer fazer parte da minha vida, é que...- ele suspira- é tudo uma zorra dentro de mim, é muito bagunçado

- Deixa ela te ajudar a arrumar. Você sempre suporta tudo sozinho, aguenta seus problemas, seus sonhos. Josh, aquela vez que você ficou com pedra nos rins, eu tive que cuidar de você!- ele ri

- Nem a Sina sabe

- Pois é! A única pessoa que você se abre não pode ser eu, uma pessoa toda ferrada!- nós rimos

Sentamos no sofá ainda rindo, mas Josh para e fica pensativo.

- Você sabe porquê eu não falo que você é meu amigo?- ele começa do nada

- Amizades dão trabalho?

- As falsas sim. Dá trabalho manter uma amizade superficial, o que não é o nosso caso

- Então por quê não somos amigos?

- Não gosto de desabafar, me incomoda pensar que alguém tem os meus problemas pra ficar na cabeça. Mas você Noah Urrea, você é um bom amigo- ele diz apontando pra mim

- Somos amigos?

- Não somos inimigos

- Ah Josh!- nós rimos

- Amigos- ele me estende a mão e eu aperto

- Depois de quase dez anos!

- Antes tarde do que nunca!

[...]

- Eli- tento acordar minha filha, desmaiada no sofá

Já está tarde, conversei bastante com o Josh, perdemos a noção do tempo. Ele foi pra casa e agora preciso colocar a Eli na cama.

- Filha- a chamo de novo, balançando seu braço de leve

- Naaacamataags- foi isso que eu entendi do resmungo que ela deu

- Olha só, se você me xingou você vai ficar de castigo

- Não papai, me deixa aqui- ela se desvencilha do meu braço

- Vem meu amor, vamos pra cama, quentinha, macia- pego ela no colo

- Papai

- Que?

- Dessa vez o senhor me pegou no colo certo- rio

- Eu falei que eu ia aprender- a coloco na cama delicadamente e dou um beijo em sua testa, indo pro meu quarto

Sozinho.

Esse quarto é sempre escuro de noite, é meio óbvio, mas parece que sem a Sina é pior. Tomo meu banho, deito na cama, passo a mão do meu lado, está frio. É engraçado, nunca dormi sem ela, em sete anos, nunca dormi sem ela. Não que eu me lembre. Pego o travesseiro dela e abraço, já estou com saudade. Olho pela janela do nosso quarto, a noite está bonita, se a Sina estivesse aqui ela notaria o fato da lua estar cheia, iluminando as ruas de Nova York.

Meu telefone vibra na bancada ao lado da cama, eu levanto (sem soltar o travesseiro) e olho a mensagem.

- Sina- sento na cama, abrindo rapidamente a mensagem

O segundo lugarWhere stories live. Discover now