Quase tudo

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Depois de mais um dia de trabalho, busquei Eli na escola e nós fomos conversando o caminho todo para a casa. Mesmo com Astrid exigindo mais de Sina e eu, Eli não foi esquecida. É claro que eu não tinha mais tanto tempo assim para ficar com ela como eu tinha antes, mas nossos momentos ainda eram muito especiais.

Fiz uma pergunta para Eli, mas ela não me respondeu. Olhei pelo retrovisor e ela tinha cochilado, sorri ao ver que ela estava sorrindo. Quando parei na frente da minha casa, antes que eu entrasse na garagem vi que Sina estava do lado de fora, gritando com a sua mãe. Desci do carro sem acordar a Eli, e cheguei perto de Sina à tempo para segurar ela antes que voasse na sua mãe.

- Que isso??- segurei sua cintura- que isso Sina?!

- ME SOLTA NOAH!! VOCÊ NÃO PRESTA!!- ela apontou o dedo na cara de Alex, me forçando a segurá-la mais forte.

- Sina!!- a empurrei um pouco e parei na sua frente segurando seu rosto- menina Maria, calma- sussurrei e ela foi voltando a respirar normalmente.

Era raro ver Sina brava, ou chorando de raiva, tinha que ser algo muito grave para isso acontecer. Não sei o que aquela bruxa da Alex falou para minha loirinha, mas tinha que ser algo realmente muito sério.

- Ei, não gosto de te ver assim- acariciei seu rosto.

Mesmo estando preocupado, tentei passar tranquilidade para Sina. Eu posso até me sentir mal, mas ela não. Ela nunca.

Enquanto eu falava, pude ver seus olhos voltando a brilhar, eu estava vendo minha Sina de novo.

- Que romântico, minha glicose até subiu, mas eu não tenho tempo para isso- Alex riu e saiu batendo seu salto no chão.

Nojenta.

Sina olhou para ela, tenho certeza que se Alex tivesse visto morreria. Foi a minha vez de ficar irritado quando vi ela parando na porta do carro do lado onde Eli estava. Sina e eu corremos até o carro, e ela empurrou a mãe.

- Sai de perto da minha filha!- Sina cerrou os dentes e se aproximou da mulher, mas eu a puxei pela mão.

- Vai embora Alex- ordenei e ela me olhou com desprezo- você está na minha casa, sendo desrespeitosa com a minha namorada e com a minha filha. Vai. Embora- tentei soar calmo, não sei se deu certo.

- Sua casa Noah Urrea? A única coisa que te pertence é a falta de controle, o vício.

Em um piscar de olhos, Sina estalou a mão no rosto de Alex, depois do ato eu a puxei para o meu lado. Eli deu três toques no vidro do carro e me olhou confusa, eu só pisquei para ela e sinalizei que precisava de um minuto. Ela não tinha visto nada, Sina estava cobrindo sua visão.

- NUNCA MAIS FAÇA ISSO SUA VAGABUNDA!- Alex gritou e tentou bater na Sina, mas eu a afastei antes.

- Chega! Vai embora Alex!- foi a minha vez de gritar, ela bufou e finalmente foi embora.

Sina olhou para mim com os olhos cheios d'água, e não demorou muito para me abraçar, eu também não demorei em a abraçar forte.

Nós fomos levemente empurrados pela porta do carro, Eli desceu e abraçou as pernas da Sina, logo depois a minha. Sina voltou a chorar e pegou a pequena no colo, chorando no ombro dela.

- Eu te amo meu amor! Me desculpa por tudo Eli- Sina colocou Eli no chão e segurou o rosto dela.

- Não chora mamãe.

- Faz um favor pra mim?- Eli afirmou- vê se a sua irmãzinha acordou?

- Claro- a nossa mais velha beijou a bochecha de Sina e entrou em casa.

O segundo lugarWhere stories live. Discover now