Mãe

3.1K 222 467
                                    

Sina narrando

- Amor, viu minha calça?- Noah desceu as escadas só de cueca, ele já estava atrasado pro trabalho.

- Noah! Vou pegar uma pra você!- falei rindo e ele sorriu.

- Obrigada- me deu um selinho e beijou a cabeça de Astrid que estava no meu colo.

Peguei uma calça seca dele e fui levar para o quarto, mas tropecei na escada. Caí de bunda, segurando Astrid com força no meu colo.

- Sina!- Noah gritou e me ajudou a levantar.

Olhei para o chão e minha raiva subiu, adivinhem em que eu tinha tropeçado?

- Elisabeth!- gritei e Noah me ajudou a sentar no sofá- pega a Astrid, ai!

- Machucou?- ele segurou nossa filha e sentou do meu lado.

- Chamou mãe?- Eli parou na minha frente.

Minha cabeça estava explodindo. Eu tinha tanta coisa para pensar, um bebê para cuidar, estava com medo do Noah sustar com essa história do "pai" da Eli.

- Sua mochila- respirei fundo- sua mochila estava no chão da escada!

- Sério Eli? De novo?- Noah perguntou um pouco bravo.

- Foi sem querer gente, desculpa- Eli disse fazendo pouco caso com a situação.

Sei que ela é uma criança de oito anos, e essa fase não é das mais fáceis, mas com esse tanto de coisa na minha cabeça eu não estou afim de aguentar deboche.

- Desculpa. E se eu tivesse derrubado a sua irmã? Eu caí com ela no colo Elisabeth! Podia ter machucado!- gritei me levantando.

- Foi sem querer! Não vou fazer mais.

- Sabe quantas vezes você já me disse que não vai fazer mais?- ela negou com a cabeça- foram muitas! Eu já tropecei várias vezes naquela porcaria de mochila que você insiste em deixar na escada!

- Desculpa, não faço de novo- Eli disse de cabeça baixa.

- Você sempre fala que não vai fazer de novo mas sempre faz!- gritei mais alto e ela se assustou.

- Si- Noah segurou minha mão.

- Não aguento mais promessas Elisabeth! De boas intenções o inferno tá cheio!

- Eli, ela está certa- Noah falou mantendo a calma- ela está gritando, mas a mamãe te ama, você sabe.

- Ela não é minha mãe!- a pequena gritou- ela nunca me quis aqui! A sua mãe estava certa, a Sina só me suporta!- e agora ela estava chorando.

Mesmo nervosa e com raiva, aquilo me doeu. Eu amava aquela garota como minha filha, as broncas que eu dava nela eram todas para o seu bem. Se ela não sabia disso, vai ficar sabendo agora.

- Escuta aqui!- levantei do sofá e puxei Elisabeth pelo braço, fomos na escada, para que ela pudesse ficar na minha altura.

- Não precisa falar nada! Eu já entendi tudo!- ela gritou sem que eu pudesse explicar.

- Você não entendeu nada!

- Entendi sim! Você gostava de mim antes da Astrid, quando você não tinha ninguém para chamar de filha! Agora que você tem eu já posso ir embora né?

- Isso não tem nada haver com a sua irmã!

- Ela não é minha irmã e você não é minha mãe!

- Eu sou sim!- ela parou de tentar se soltar de mim, e eu comecei a chorar- não sou a Carol, mas sou sua mãe sim. Eu te amo do mesmo jeito que amo a Astrid, e ela é sim sua irmã. Se eu brigo com você Eli, é porque eu te amo, eu te amo e quero seu bem.

O segundo lugarOnde histórias criam vida. Descubra agora