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Say goodbye has aways be easy. But never with you.

Diferente da primeira vez que a deixou em casa, o caminho pareceu ainda menor que antes.

Como se as ruas estivessem encurtado um pouco mais ou ele tivesse pego um atalho, embora fosse pela mesma estrada de antes.

Será que era por que já conhecia o lugar? Ou simplesmente não queria se despedir dela e ser obrigado a voltar para sua casa solitária outra vez — embora algum dos seus amigos estivessem lá —,  e lidar com sua própria realidade? Com a sua doença?

Youngjae não era do tipo teimoso. Mas por breves segundos, enquanto observava Yangmin descer do carro, desejou agir como um louco e pedir para que ela ficasse. Ao invés disso, apenas disse:

- Você pode me passar seu número?

Ela ficou em silêncio por alguns segundos. Até que respondeu.

- Tão de repente?

- Não é de repente. Só não quero perder contato com você.

- Sabe onde me encontrar.

- Isso por acaso é um não?

Tudo bem se ela não quisesse responder aos seus sentimentos, Youngjae havia aprendido desde muito cedo a respeitar isso.

Mas era um pouco triste.

- Não - ela falou, sorrindo fraco. - Me dá seu celular. Eu vou passar.

Retirando-o do bolso, ele entregou o aparelho para ela, que digitou alguns números e entregou-lhe de volta. O garoto olhou rapidamente. Havia um emoji de borboleta no final do nome "Yangmin" e ele sorriu para si mesmo, antes dela continuar:

- Quando quiser conversar, pode me chamar a qualquer momento. Mas não prometo responder rápido.

- Por causa do trabalho, eu entendo.

Ele encarou o celular outra vez, abriu o Kakao e mandou uma figurinha de gatinho para ela.

- Mandei uma mensagem. Salva meu numero, está bem? E vê se não me bloqueia.

Yangmin soltou uma leve risada.

- Por que acha que eu faria isso?

- Não acho. Mas tenho medo que isso acabe acontecendo.

- Eu não tenho motivos pra fugir de você, Youngjae.

- Mas fugiu do nosso encontro.

Ela revirou os olhos. Youngjae tinha um sorriso provocativo nos lábios.

- Não é assim. Só foi repentino. E em um momento em que eu estava acabada. Se tivesse pedido em outra situação...

- Tipo agora? - Ele perguntou.

Ela fingiu indignação. Mas os olhos brilhantes não estavam zangados com a insistência dele. Pelo contrário, era como se aquele ato tivesse deixado-a um pouco mais segura.

E o garoto entendia.

- O que faz no tempo livre? - Ela perguntou para ele.

Youngjae não entendeu a mudança de assunto mas respondeu mesmo assim, ainda dentro do carro.

- Fico em casa, vejo televisão, prático piano enquanto vejo meus amigos colocarem fogo na minha cozinha.

- Parece chato.

- Acha que não sei me divertir?

Ela fez uma careta.

- Sendo sincera? Não. Você também parecia um pouco descolado no bar.

- Porque beber não é meu forte.

- E ar livre? Natureza?

- Aquece a alma.

- Uau - ela pareceu surpresa com a fala dele. - Acho que sei de um lugar legal para irmos então.

- Irmos aonde?

- O encontro.

- Achei que fosse pensar no assunto.

Yangmin balançou um pouco a cabeça, como se aquele comentário fosse uma pequena bobagem.

- Acho de já pensei demais. Então, quer sair comigo?

Inconstante. Esse jeito dela agir tão inconstante era tão encantador para ele. Porque, enquanto Youngjae era mais como um robô sobrevivendo a monotonia, Yangmin não tinha regras. Ou parecia não seguir as coisas que prometia a si mesma.

Ele alargou o sorriso.

- Achei também que fosse eu a pessoa que convidou primeiro.

- Rótulos, rótulos e rótulos - ela murmurou. O vento balançando o seus cabelos castanhos. - Que diferença faz? Vamos aproveitar juntos do mesmo jeito. Quer dizer, pelo menos, é isso que eu espero.

- Que dia está bom pra você?

- Não vou trabalhar amanhã. É meu dia livre.

- Passo aqui para te pegar, então?

- As oito.

- Certo, as oito.

- Se cuida, Youngjae.

- Você também.

Ele observou-a entrar no prédio com um sorriso bobo nos lábios e ligou o carro, indo pra sua casa.

O sentimento dentro de si era tão estranho. Essa emoção. A vontade de algo.

Tinha evitado por tanto tempo sentir coisas reais, que agora parecia ter noção da burrada que fez.

Ele era humano.

Tinha que fazer algo mais além de apenas sobreviver a cada dia. Tinha que viver.

Mas também sentia-se culpado.

- Me desculpe se isso não durar muito, Yangmin - falou para si mesmo. - Eu só quero sentir alguma coisa antes de partir.

How it all began ❄ Choi YoungjaeWhere stories live. Discover now