15

8.4K 518 146
                                    

Diego

Chego no restaurante da dona Lurdes pra almoçar com o negão, e de longe ela me olha com cara de cu, me sento que lá vem pedrada.
Vejo que tá rodeado de gringo e o movimento tá bom.

Negão tá falando alguma coisa quando minha tia chega fumaçando.

- Diego eu não quero saber de safadeza tua com a Bianca, eu ouvi a briga ontem! - Ela fala secando a mão no pano de prato, puta da vida comigo.

- Começou! - levanto indo até o freezer e abrindo uma Heineken. Ela me segue claro. - Tia meus papo com a Bia, são nossos papo, tu vai ficar de butuca toda vez que rolar um desentendimento nosso? Eu não sei não em, mas a senhora já tá de onda comigo, a Bia não é criança não po! - Falo voltando pra mesa com ela atrás de mim.

- Não quero você fazendo mal a essa menina, ela já sofreu tanto na mão dos outros, ou você faz bem a ela ou larga ela de mão, tô falando sério! - Ela fala e sai pra cozinha. Agora fudeu mesmo!

- Qual foi? - Negão pergunta quando me sento e entrego uma cerveja pra ele.

- Bia tava puta comigo ontem, acha que mandei ela pra casa porque queria ficar de boa com a Jessica, é mole? - Explico já saturado dessa história.

- Tu sabe que aquilo ali ontem foi um teste daquele surtado né irmão? Ferrí tu fica ligado nas ideia do vitao porra, só te falo isso! - Negão fala e começa a comer.

- Eu to ligado mano, aquele filho da puta ficou me testando pra saber se eu tava pegando ela. Se eu achava ruim ele passar a mão nela. Só queria um deslize meu pra porra ficar interessante pra ele. Desgraçado mesmo! Foi por pouco negão, eu só me controlei pela Bianca, porque eu sabia que ia dar munição pra ele não sossegar enquanto não fodesse ela. Aquele psicopata acha que já não saquei a dele. - Falo indignado lembrando de ontem.

Fico de lero com negão enquanto a gente almoça.

Escuto foguetes e meu rádio apita, o Menor grita mandando a gente subir ligeiro pra boca, porque o Silva acabou de dar o papo, os vermes tão querendo subir, caralho mesmo!

Passo o rádio pra todo mundo, mandando rodear as saídas de moleque trajado de cima, preparado pro combate de hoje. Vou comer esses vermes na bala!

Entro no meu carro e o negão vai na moto dele, a gente sobe pra boca da 10 o mais rápido que da. Mal entro no barraco e já começo a escutar os pipocos lá embaixo, Vitao tá carregando uma pistola e gritando com os vapor tudo.

Pego mais munição, viro meu boné pra trás e saio pronto pra furar Zé povinho. Pouco me fodendo pras palavras motivacionais do Vitão, esse filho da puta só tá preocupado com o cu dele na reta, vai sentar aqui e esperar o barulho acabar, enquanto lá na linha de frente os moleques morrem pra salvar a pele dele. Espírito de Burguês safado, que só me da mais ódio. Quando era meu pai, maior cria da favela, descia o morro com sangue no olho doido pra matar os alma sebosa. Tenho é vergonha de falar que esse fodido é meu irmão, baitola frouxo do caralho. Todo confronto é a mesma patifaria.

-

Hoje foi pica viu, morreu dos nossos, quase que não seguramos, demorou pra caralho, os vermes não desistiam, teve vapor baleado e preso. E agora to fodido no mirante pensando sobre essa porra toda, um moleque dos mais novos, que cresceu comigo, sangue bom, vai ser torturado por informações, fico indignado com essa merda.

Bolo um pra relaxar a mente porque hoje tá foda. Negão chega e puxa comigo. A gente fica conversando sobre o dia fodido de hoje até ele falar que vai sair fora. Já de noite quando chego em casa, tomo um banho e vou pra casa da minha tia comer.

Amor no Vidigal - CONCLUÍDO.Donde viven las historias. Descúbrelo ahora