XI. Eleven

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Será que existe uma porcentagem de pessoas escolhidas para morrer todos os dias ou vai de acordo com o azar?

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Será que existe uma porcentagem de pessoas escolhidas para morrer todos os dias ou vai de acordo com o azar?

Não estamos no topo da cadeia alimentar e não chegamos nem perto de estar, temos predadores mais rápidos, fortes e selvagens, porém, somos racionais e inteligentes, capazes de criar máquinas tecnológicas para nosso próprio benefício, fazendo com que as diferenças de força e  velocidade se tornem um pequeno detalhe diante da cadeia alimentar, ainda assim, não estamos no topo.

Imagine agora, conviver diariamente com predadores fortes, velozes, inteligentes e famintos.

Você seria praticamente uma gazela na fila do pão esperando para levar uma mega mordida no bumbum!

- E Aí? Nos conte tudo! - Adam diz. Dou de ombros.

- Alucard é muito assustador. - digo e Raluca franze o cenho.

- Ele é muito bonito! Isso sim! - nego.

"Você não vê com meus olhos..."

- Não acho que consideraria a beleza um fator importante se tudo o que cercasse eles fosse uma aura de morte e mistério. - Raluca e Adam me encaram como se eu falasse outra língua - Esquece... - digo e sorrio. Foco em minha bandeja e começo a comer.

Ser incompreendida ou viver em um mundo onde você não tem liberdade para falar o que realmente quer sem ser julgada, é muito desgastante.

Como as torradas e abro o iogurte. Tomo todo o conteúdo da embalagem e observo enquanto Adam e Raluca comem e conversam sobre uma festa em uma balada medieval, em algum lugar, meus olhos são puxados para a porta do refeitório, assim que Mirela, Alucard, Dragos e outros cinco integrantes do grupo entram.

Eles literalmente seriam como aqueles personagens de filmes, que quando chegam, chamam muita atenção, desvio o olhar e reviro os olhos.

"E você seria a pessoa que passa completamente despercebida!"

Ou era o que eu achava até chegar a Romênia.

- Daria tudo para ter um segundo respirando o mesmo ar que que eles. - Raluca solta e faço uma careta.

- Sou a única que não sente essa vontade? - Raluca ignora o que eu digo. Ela e Adam parecem distraídos olhando sorrateiramente para o grupo distinto.

Eles passam por minha mesa e mantenho meu olhar na embalagem de iogurte, pelo menos até que veja a mão de Mirela sobre a mesa e suas grandes unhas pintadas de preto. Encaro a mão pálida e me pergunto o porquê em uma pele tão branca eu não enxergo as veias no dorso de sua mão. Adam me cutuca e sou obrigada a olhar para cima. Ela está sorrindo e sozinha, perto da mesa, olho para a mesa que eles sentam e vejo todos sentados conversando, alguns calados e atentos a tudo que passa ao redor e outros conversando tranquilamente.

Olho para Mirela e ela se senta a mesa conosco.

- Posso ocupar esse espaço? - ela pergunta e olha para Raluca e Adam.

CURA-ME (PAUSADO) Where stories live. Discover now