XIX. Nineteen

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Caminho em direção ao carro do lado de fora e não vejo Grigore

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Caminho em direção ao carro do lado de fora e não vejo Grigore. Sinto as lágrimas em meus olhos querendo escapar.

Já se sentiu traída? Não me refiro a relacionamentos.

Confiança quebrada, mentiras contadas...

Já sentiu que você é o último a saber de algo que deveria ser o primeiro.

Nesse momento, só consigo raciocinar sobre o quanto é injusto que eu tenha passado por tanta coisa. Soluço.

O vento sopra em meus cabelos e fecho o casaco me mantendo aquecida.

- Vou te levar a partir de hoje. - a voz de Doutor Drak soa logo atrás de mim e me obrigo a permanecer calada, sinto o nó na garganta aumentar e seco as lágrimas furtivas. "Você está bem Emília!"

E mais uma vez, assombrada, encarava meu novo psiquiatra, que não sabia que eu, possuindo uma enfermidade mental, conseguia enxergar a aberração gratificante e horripilante que habitava seu coração frio e sedento:

- Tudo bem Senhorita Johnson? - aquele sorriso seguia meus pesadelos e se projetava o maior dos meus medos e desejos diante de meus olhos, mas uma única resposta que me escapava diante do medo excruciante daquela voz rouca era...

- Perfeitamente Doutor Drak! - ele assente e se aproxima.

- Tem certeza? - assinto e toco seu rosto, sinto meu mundo desabando. Ele fecha os olhos e engole seco. Mantenho minha mão em seu rosto e a vontade chorar aumenta.

- Estou. - digo com um fio de voz, Drak abre os olhos e encara meus lábios, ele se desvencilha do toque e estende as mãos enluvadas em direção ao carro.

- Por favor... - assinto e caminho em direção ao carro, mordo o interior das bochechas. Entro no carro e fecho a porta, Drak abre a porta do motorista e entra em seguida, me pego olhando para ele através do retrovisor e sentindo-me perturbada com o que escutei. Ele liga o carro e saímos.

O tempo começa a fechar e a chuva provavelmente não vai demorar cair. Meu celular vibra e encaro o visor.

Desconhecido.

Olho pelo retrovisor e vejo Christopher Drak concentrado. Levo o celular ao ouvido e espero a outra pessoa falar, mantenho os olhos em Drak.

- Emília? Está aí? Preciso do seu endereço, eu sei o que parece... - Drak olha pelo retrovisor e seus olhos vão ao vermelho, vejo ele apertar o maxilar, mas finge não ouvir. "Eu sei que pode ouvir..." -... Não sou um assassino ou algo assim ok? Preciso que confie em mim e me diga onde te encontrar. - Drak passa a língua sobre os lábios e parece irritado.

- Falando ao telefone? - ele pergunta e olha pelo retrovisor. Ignoro a pergunta dele.

- Quem fala? - pergunto e Christopher para o carro.

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