CARTA A CARTAXO

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Quando desapareci de mim, você surgiu. Chegou calado,levantou com dificuldade, olhou e saiu para fumar um cigarro. Você parecia conhecer todas as pessoas através do olhar ou só pelo tocar de mãos e guardar o que queria guardar. Eras chuva quando deverias ser Sol e Sol quando deverias ser chuva e isso te marcava além do sobrenome.

Tua vida era livro semi-aberto. Havia um contexto de luta e caos, a cada página permitida. Eras preciosidade em pé e saudade de final de semana que parecia nunca passar. Quando passou, nenhum deles tinha mais gosto de barco parado na beira da praia. Por um longo momento, você queria que você visse, ouvisse, uma única vez, que também estava aprendendo a ser Sol em dias de chuva. A falta que você faz sempre rebate com os dias que você nunca deixou de ser.

A sua parte deixada nas pessoas, nunca será preenchida por outro Sol ou Chuva, porque ambos são partes pertencentes, unicamente, a você.

Por favor, continue sendo mar entre as nuvens

Poeira que nunca sai

Sol que some a noite

E retorna como Lua

Chuva que acalma ao ser tocada na pele

Ao lado de quem te quer bem

Desde que nascestes na Terra

OPIA- a arte de tirar de siWhere stories live. Discover now