por RUTE PRAZIM

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Dias em casa

Estranho

Olho

E percebo

Que eu estou só

Isso, por hora,

Pouco me chateia.

Tudo bagunçado

E isso

Me agonia.

Mas passo uns dias

Mergulhada nesse furdunço

Sei lá,

Por costume...

Até que um dia

O meu quarto arrumo.

Foi um longa

De três anos

Em três curtas horas

De tempo zero.

Entro no banheiro

E vejo

Que as aparências

Enganam.

Há sempre algo

Pra surpresa

Ou espanto.

Chego na sala

Tiro pó

Passo pano

Ajeito um arranjo

Limpo a tv

Estaria, eu,

Pronta pra te receber?

Acho que não.

A sala recebe

Mas a cozinha acolhe.

É de lá

Que vem os sabores do anfitrião.

E lá

Sempre precisa de arrumação

É muita confusão

É quente

É frio

Pote sem tampa

Tampa sem ponte

Panela com o fundo queimado

Que não tem bombril que solte

É colher, garfo

Faca!

É a pia

Que não para vazia

É o restinho de uma boa comida

Que vai para o lixo...

Lá se queima

Se corta

Se adoça

Chora

Conserva

Mas isso

Eu arrumo outro dia

Agora,

Esquento a água

E tomo um café

Na sala.

Sozinha. 

OPIA- a arte de tirar de siWhere stories live. Discover now