Capítulo 36

1.5K 91 18
                                    

-Você quer que eu ligue para alguém?- Verônica pergunta, me olhando. -Você está muito mal.

-Não precisa. Eu só não me alimentei direito.- balanço os ombros. -E então? O Enrico?- sorrio.

-O que tem ele?- ela se sente numa poltrona enquanto me observa tomar soro.

-Como ele surgiu?

-Ele vem de uma produção independente.- ela sorri.

-Você não tem vergonha disso?- pergunto e ela ri.

-Óbvio que não. Eu nunca vou ter vergonha do meu filho. É ele antes de mim.

-E a mídia?

-Melissa. O Enrico antes de mim e principalmente da mídia. O Enri é meu filho, o meu amor. Quando você for m...- ela se cala e arregala os olhos. -Foi mal.

-Ah, você sabe.- reviro os olhos.

-Sim. O Breno me contou tem um tempo. Eu sinto muito, Melissa.

-Eu tenho muita sorte, né?- sorrio sem graça. -Com tanta mulher no mundo que não quer ter filho, eu fui agraciada a ter problemas com esterilidade.

O fato de não poder engravidar dói na minha alma. Corta o meu coração.

-Não é impossível, Mel.- ela alcança minha mão e aperta fraco. -Pelo que eu soube do Breno, v...

-Verônica.- a interrompo. -Eu perdi um bebê. Não sei se o Breno te contou isso mas eu estava grávida de cinco meses e perdi o bebê! O meu maior sonho se foi como areia no vento! Para de querer tentar minimizar as coisas porque não minimiza!- disparo. -A Lucy falava isso o tempo todo mas ela não passou na pelo o que eu passei! Eu não posso ter filhos!

A Verônica parece me entender e simplesmente se aproxima e me dá um abraço.

É nesse momento em que eu vejo a nossa rivalidade descer o ralo. A Verônica me aperta e eu volto a chorar igualzinho a quanto eu recebi a notícia: que nem um bebê.

-Põe pra fora.- ela dá tapinhas nas minhas costas.

Uns dois minutos depois, me acalmo.

-Obrigada.- passo um papel toalha no rosto e ela sorri.

-Será que vai demorar muito?- ela verifica a hora.

-Pode ir, Verônica.- sorrio. -Muito obrigada, de verdade.- ela me dá um abraço rápido.

-É que eu tenho que levar o Enri para a casa do meu pai.- sorrio.

-Tudo bem. Você pode chamar a Tássia?

-Claro. Qualquer coisa é só me ligar! Fica bem!

-Obrigada.- sorrio.

A Tássia não demora para chegar.

-O Enrico é uma graça!- ela coloca as bolsas na poltrona. -O que foi, Melzinha?- ela se aproxima preocupada e aperta minha mão.

-Já passou.- sorrio. -Você está liberada por hoje.- sorrio.

-Você quer que eu ligue para alguém?- pergunta.

-Não. Eu só estou esperando alta. Não comenta com ninguém que eu estou no hospital. Se alguém perguntar, diz que eu estou em reunião.

-Tudo bem.- ela beija minha bochecha. -Qualquer coisa me liga, Mel. E me dê notícias!

-Pode deixar, Tássia. Obrigada.

Ela beija minha bochecha novamente e sai, me deixando sozinha no quarto.

***

O Idiota do Meu MaridoOnde histórias criam vida. Descubra agora