-Você quer que eu ligue para alguém?- Verônica pergunta, me olhando. -Você está muito mal.
-Não precisa. Eu só não me alimentei direito.- balanço os ombros. -E então? O Enrico?- sorrio.
-O que tem ele?- ela se sente numa poltrona enquanto me observa tomar soro.
-Como ele surgiu?
-Ele vem de uma produção independente.- ela sorri.
-Você não tem vergonha disso?- pergunto e ela ri.
-Óbvio que não. Eu nunca vou ter vergonha do meu filho. É ele antes de mim.
-E a mídia?
-Melissa. O Enrico antes de mim e principalmente da mídia. O Enri é meu filho, o meu amor. Quando você for m...- ela se cala e arregala os olhos. -Foi mal.
-Ah, você sabe.- reviro os olhos.
-Sim. O Breno me contou tem um tempo. Eu sinto muito, Melissa.
-Eu tenho muita sorte, né?- sorrio sem graça. -Com tanta mulher no mundo que não quer ter filho, eu fui agraciada a ter problemas com esterilidade.
O fato de não poder engravidar dói na minha alma. Corta o meu coração.
-Não é impossível, Mel.- ela alcança minha mão e aperta fraco. -Pelo que eu soube do Breno, v...
-Verônica.- a interrompo. -Eu perdi um bebê. Não sei se o Breno te contou isso mas eu estava grávida de cinco meses e perdi o bebê! O meu maior sonho se foi como areia no vento! Para de querer tentar minimizar as coisas porque não minimiza!- disparo. -A Lucy falava isso o tempo todo mas ela não passou na pelo o que eu passei! Eu não posso ter filhos!
A Verônica parece me entender e simplesmente se aproxima e me dá um abraço.
É nesse momento em que eu vejo a nossa rivalidade descer o ralo. A Verônica me aperta e eu volto a chorar igualzinho a quanto eu recebi a notícia: que nem um bebê.
-Põe pra fora.- ela dá tapinhas nas minhas costas.
Uns dois minutos depois, me acalmo.
-Obrigada.- passo um papel toalha no rosto e ela sorri.
-Será que vai demorar muito?- ela verifica a hora.
-Pode ir, Verônica.- sorrio. -Muito obrigada, de verdade.- ela me dá um abraço rápido.
-É que eu tenho que levar o Enri para a casa do meu pai.- sorrio.
-Tudo bem. Você pode chamar a Tássia?
-Claro. Qualquer coisa é só me ligar! Fica bem!
-Obrigada.- sorrio.
A Tássia não demora para chegar.
-O Enrico é uma graça!- ela coloca as bolsas na poltrona. -O que foi, Melzinha?- ela se aproxima preocupada e aperta minha mão.
-Já passou.- sorrio. -Você está liberada por hoje.- sorrio.
-Você quer que eu ligue para alguém?- pergunta.
-Não. Eu só estou esperando alta. Não comenta com ninguém que eu estou no hospital. Se alguém perguntar, diz que eu estou em reunião.
-Tudo bem.- ela beija minha bochecha. -Qualquer coisa me liga, Mel. E me dê notícias!
-Pode deixar, Tássia. Obrigada.
Ela beija minha bochecha novamente e sai, me deixando sozinha no quarto.
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O Idiota do Meu Marido
ChickLitMelissa e Breno voltaram. Casados e com problemas que, para resolvê-los, precisarão apagar o passado porque só assim, o amor deles prevalecerá.