CHAPTER FIFTY SEVEN

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-Pensei que era suposto não falarmos.- diz o Finn. -Está tudo bem?

-Sim. Sim. Está tudo bem.- digo, enquanto mexo no lençol da minha cama. -E contigo, está?

-Sim. Tudo bem.

Ficamos em silêncio por alguns segundos, a ouvir a respiração um do outro.

-Mills? Estás aí?

-Sim. Estou. É só que...- tempero a garganta. -Tenho saudades tuas. E queria falar contigo. Mas se não quiseres falar eu posso...

-Não!- diz ele, interrompendo-me. -Eu também tenho saudades tuas. Mas pensei que não querias falar. Tu sabes, para nos esquecermos e assim.

-Eu... Eu não...- humedeço os lábios. -Eu não te quero esquecer, Finn. Eu amo-te.

Ouço-o a suspirar.

-Mills... Eu também te amo. A sério. Muito. Mas eu não quero ser um idiota contigo. Não mereces isso. Eu quero que sejas feliz, Millie. Isso é o que tu mereces, ser feliz.

-Eu quero ser feliz contigo, Finn.

-Eu também, Mills. Se tu soubesses o quanto eu quero isso.

-Então porque é que não tentamos?

-Porque tu sabes que as chances de isto dar certo à distância são muito poucas.

-Não sabes isso.

-Eu prefiro ver-te feliz com outra pessoa do que estar contigo e ver-te sofrer por causa da distância.

Não digo nada. Fico calada, a tentar digerir as palavras dele.

-Mills, eu não te quero magoar.

-Mas é o que estás a fazer. Estás a ser ridículo, Finn. Eu estou-te a dizer que quero estar contigo e segundo o que tu disseste quando estavas cá, também é isso que tu queres. Não percebo porque é que estás a agir assim.

-Porque não quero que sofras.

-Achas que eu não estou a sofrer assim? Finn, a minha vida está uma merda desde que foste embora. Uma merda!

-Era isto que eu queria evitar, foda-se.

-Mas não evitaste porra nenhuma.- digo, com algumas lágrimas nos olhos.

Nunca pensei que ele fosse reagir assim. Nunca mesmo.

Se soubesse, tinha deixado o telemóvel no sítio onde estava e tinha evitado sentir-me ainda pior do que já sentia.

-Conheceste alguém?- pergunto, quando cai uma lágrima, que eu automaticamente limpo.

-Não! Claro que não!

-Então... Porquê?

-Mills, ouve-me. Eu amo-te. Amo-te tanto, porra. E é precisamente por te amar que quero que sejas livre. Quero que estejas com quem quiseres, e que essa pessoa esteja perto de ti e que te possa dar tudo o que tu queres e precisas. Mas ambos sabemos que eu não sou essa pessoa. E eu juro que se há coisa que eu quero neste mundo é voltar para ti, Mills. E eu tenho a certeza absoluta que durante este ano, até eu voltar para aí, não te vou conseguir esquecer. Tenho a certeza. Mas tu podes fazê-lo. Tu podes esquecer-me e encontrar alguém. Desde que não seja o Jacob, okay?- ele dá uma gargalhada e eu sorrio fraco. -A vossa cidade está cheia de pessoas. Cheia. Não me acredito que não haja ninguém em quem não tenhas interesse.

One Summer Can Change Everything ~ Fillie • Joah • CadieWhere stories live. Discover now