Capítulo-2

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O ódio que sentimos, a compaixão que inventamos, os amores que sonhamos, as ideologias que pensamos. São tudo ilusões, criada pelo nosso artesão. O artesão que nós mesmos criamos.


Depois da morte de um dos comerciantes que se recusou a pagar os impostos, a população entrou em um estagio de ódio contra dos que não tinha nenhuma culpa. Alguns boatos que vinham das províncias menores, que um grupo estava ateando fogo nas casas de alguns oficiais, de agentes públicos. Muitos diziam que era uma carta de repudio contra as mortes. Isso fez que na capital as coisas ficassem muito ásperas. Os nobres estavam se recusando em sair de suas casas e os que saiam, saiam com suas guardas triplicadas, e quando alguém chegava perto era motivo de ameaça e... Sabemos muito bem quando as coisas estão assim oque acontece.

Três guardas estavam fazendo a ronda pela feira livre, algo rotineiro. Quantas vezes já não fizeram isso, protegendo os fracos, prendendo os bandidos, mantendo a ordem, nada além que obrigações cívicas. Eles andavam tranquilo, as ruas estavam tranquilas (mas como não estariam? Com toda essa tempestade de merda acontecendo, ninguém é louco em sair), mas por cada rua que eles passavam uma pessoa os acompanhava. A estranheza daquela ocasião era muito suspeita, mas eles não podiam fazer nada ainda, ainda não era crime andar e ainda por cima era direção da feira. Quando chegaram à feira, já estava uma multidão, estava parecendo procissão da padroeira ou algo parecido. Chegou ao ponto que os guardas estavam relaxados com aquela situação, já estavam vendo a normalidade naquela estranheza, e até que foi. Alguns fizeram suas compras, outros rindo, conversando, como nada tivesse acontecendo no universo. Mas uma parcela ainda estava estranha de mais, o ressentimento pela morte do comerciante era muito pesada nos corações do povo, só que alguns aprenderam a sentir calado, mas outros nem tanto. Vocês sabem que é preciso pra revoltar uma população? Um revoltado. Um se torna, dois. Dois, se torna três, e por ai vai o resto da população. E foi mesmo assim, só precisou um gritar do meio da multidão que os outros entraram no coral. Todos gritavam Ladrões! Assassinos! Bandidos! E iam se aproximando cada vez mais dos pobres guardas, que quando perceberam estavam encurralados no muro, rodeado de pessoas famintas por sangue. E o povo gritava, com tanta ferocidade que chamaram atenção de umas sombras que observavam de longe essa divina comedia.

Primeiro individuo- Veja ai! Era tudo que precisamos. O povo está revoltado, essa é a hora certa pra tomamos o reino.

Segundo individuo-Isso é perigoso, as pessoas podem se revoltar contra nós também.

Terceiro individuo-Isso é verdade. O povo está com muita raiva. Vai ser jogar contra a sorte. Por um lado iremos trair o rei, pro outro lado o povo irá contra todos os nobres.

Primeiro individuo-Não irá não, eu já espalhei pelas ruas que foi o rei que mandou matar qualquer um que fosse contra suas ordens de aumento dos impostos. E nunca terá como o rei desconfiar de nós. O único que sabia desse plano foi sentenciado a morte.

Segundo individuo-Como assim? Esse comerciante sabia dessas nossas conversas?

Primeiro individuo-Logico que não, você acha mesmo que eu ia colocar meu pescoço, colocando um comerciantezinho? Eu só fiz chegar aos seus ouvidos, aquilo tudo que ele precisava saber.

Primeiro individuo-Então foi você que espalhou aquelas noticias todas pela cidade?

Primeiro individuo- Boa parte sim, outras o povo mesmo que inventa. eu só precisei da o ponta pé, O resto eles terminam.

Segundo individuo- Isso está ficando muito perigoso. Você fez isso tudo e os guardas descobriram. Vai demorar quanto tempo pra descobrirem que foi você que fez isso tudo?

SENTIMENTO DE UMA NAÇÃOWhere stories live. Discover now