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Eu vi a sua foto no meu celular
Depois eu lembrei do seu beijo - Donatto.

Clystoff não havia ido trabalhar hoje e minha mãe havia saído a algumas horas.
Fiquei um pouco deitada com ele em seu quarto, enquanto o mesmo fazia massagem em meus pés.

- Não vai me contar no que você trabalha? - pergunto pela milésima vez.

- Se mete no que é da sua conta. - responde.

Começo a rir achando graça da situação, Clystoff só poderia estar se prostituindo ou algo pior.

- Teu trabalho tem a ver com prostituição? - pergunto arqueando uma das sobrancelhas.

- Que prostituição Beatriz. - ele para a massagem. - chata mano, já falei pra não se meter.

- Tá bom ridículo. - Clystoff volta com a massagem e mudamos de assunto.

Tudo bem que ele era mais velho e eu não deveria me meter, mas acima de tudo ele era meu irmão e me preocupo com ele. Clystoff só possuía idade, por que pensar com a cabeça de cima que era bom nada.

- Acha que o perdão do Bruno foi totalmente sincero? Ou ele ainda guarda uma mágoa de mim? - pergunto encarando o teto. Me perguntava isso todos os dias em que ele esteve fora, eu sou uma cuzona.

- Acho. - ele pega um creme hidratante para o corpo e passa em meu pé esquerdo. - Desde crianças que você e o Bruno são grudados um no outro, ele te ama Beatriz. Você sempre foi mais unida com ele do que comigo, que sou seu irmão de sangue.

É, talvez Clystoff esteja certo.

- Você ainda tem sentimentos por ele? - pergunta.

- Não! - respondo imediato.

- Certeza? - o chatonildo insiste.

- Sim. Eu o amo, mas como uma irmã ama um irmão. Não sei como vim confundir as coisas..

- Bom, eu ainda tenho minhas dúvidas.

Clystoff era ótimo em dar conselhos, as vezes muito raro.

- E você não vai da uma chance a minha amiga? - pergunto tentando tira um pouco o foco de mim.

- Eu adoro a Fernanda, ela é gente boa, e linda. Perfeita demais pra um cara como eu, e além do mais, sou uma droga, ela merece coisa melhor. - ele para a massagem e se levanta. - Devia fazer o mesmo, quando a gente não dá valor a gente perde, não quero vê você se lamentando irmãzinha.

Clystoff me deixa sozinha com os pés exageradamente encharcados de hidrante. Em parte ele tinha razão, meu irmão as vezes parecia um filósofo, só que não.

Toco a campanhia do Bruno pela terceira vez, aguardo e ninguém abre. Talvez não tenha ninguém em casa, mas ele tinha me dito que não iria sair. Antes que eu pudesse apertar novamente a porta se abre, Gabriela com uma cara de poucos amigos me olha de cima a baixo.

- Oi, o Bruno estar? - pergunto.

- Uhum.

Gabriela não me convidou e muito menos disse alguma coisa. Apenas saiu da frente e foi para um outro cômodo da casa. Melhor assim.

Bruno aparece descendo as escadas e me recebe com um abraço e um beijo na bochecha.

- Pensei que não viria. - ele diz. - Que tal uma tarde de filmes?

- Por mim ótimo!

- Bruno, você tinha dito que iríamos passar a tarde no shopping. - a vaca aparece com sua cara feia de sempre e com uma vasilha de pipoca. Então ela é uma híbrida, mistura de vaca com galinha.

- Ah, me desculpe eu me esqueci. - coloca as mãos rapidamente sobre a cabeça. - podemos ir amanhã? Bea acabou de chegar, eu a convidei.

- Tá.

E com apenas essa resposta ela se senta no sofá e liga a tv. Já vi que nossa tarde vai ser um tanto chata e entediante com a presença dessa vaca.

Ainda amo você Where stories live. Discover now