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⁠Se não fizer a sua melhor amiga entender que este relacionamento é importante, então acho que não temos um relacionamento. - A Barraca do Beijo👄 2

Nicolas

Uma semana, uma semana que estamos nesse maldito hospital. Nesse curto tempo, Bruno tentou falar com a Beatriz, tiver que contratar dois seguranças para ficar na porta do quarto da mesma para impedir que ele tentasse algo.

Não confio no Bruno, já não confiava nele.

Isaías passou em todos os noticiários possíveis sobre sua prisão, todos os seus crimes vinheram a tona. Agora eu fico me perguntando, quem ele matou? Talvez quando era mais jovem?

Denise, Fernanda e Clystoff estão aqui todos os dias. Clystoff passa o dia com a Bea quando eu tenho que trabalhar. Hoje eu nao quis ir ao trabalho, preferir ficar aqui com a dona marrentinha.

- Eu não aguento mais. - Beatriz reclama.  estou com o controle remoto mudando os canais a procura de algo interessante. Porém não passa nada que preste. - quando eu vou poder sair? - pergunta.

- O médico disse que se tudo estiver em ordem, amanhã. - respondo e desligo a tv.

Beatriz revira os olhos e se joga pra trás caindo na cama.

- Aqui estar um tédio nick.

- Eu sei meu bem. - me aproximo dela e beijo no topo de sua cabeça. - mas amanhã tudo voltará ao normal.

Ela concorda e pega no celular.

- O Bruno não me procurou mais? - pergunta.

- veio ontem, mas foi barrado pelos seguranças.

Não iria mentir. Se ela quisesse falar com ele eu não iria impedir.

- Melhor assim. - diz e voltar a mexer no celular.

Por uma parte me sinto aliviado por ela não quer saber dele, por outra me sinto péssimo. Posso ser tudo, mas jamais iria querer que a amizade deles acabasse assim.

O médico não queria liberar a alta da Beatriz, segundo ele, ela poderia ter um aborto por qualquer emoção que fosse.

- Iremos tomar cuidado. - digo. - por favor, ela não aguenta mais esse hospital.

- Eu realmente entendo, mas se saírem por aquela porta estarão por sua conta e risco. - ele diz.

Franzo a testa, constrangido. Não posso arriscar a vidas das duas pessoas mais importantes pra mim. Mesmo que Beatriz estivesse no tédio, ela iria permanecer aqui, até que o médico ache que está na hora.

- Tudo bem doutor, eu entendo. Mas quando o senhor acha que ela irá poder sair? - pergunto.

- Até o fim da gestação.

Ah, não.

- por quê?

- É como eu disse, com uma gravidez de risco assim é sempre bom prevenir.

A gravidez estava ótima, até aquela palhaçada no altar acontecer.
Fecho meus olhos por alguns instantes e peço mentalmente que isso seja apenas um pesadelo.

Beatriz

Decepcionada.

Essa é a palavra.

Esperaria por qualquer coisa, menos pelo que o Bruno fez.

Somos melhores amigos desde os seis anos, o tinha como o meu segundo irmão. Apesar de tudo, não conseguiria não conseguiria odiá-lo mesmo se quisesse. Apenas estou magoada e preciso de um tempo pra pensar em tudo.

Por enquanto não quero vê-lo.

Se não eu choraria e não quero que o mesmo se sinta culpado.

Sinto a neném chutar. Passo minhas mãos sobre a barriga e a sinto chutar ainda mais.

- Que milagre você chutando pra mamãe. - falo com ela. Ela só chutava pro Nicolas.

Suspiro e penso em como minha vida foi durante esses dois anos sem o Bruno. Foram bons apesar de tudo, Nicolas e eu eramos felizes com a nossa loucura. E tudo tava no ritmo.

Balanço a cabeça afim de espantar as paranóias.

- O médico não liberou sua alta. - Nicolas fala após entrar no quarto.

- Tudo bem, me sinto mais segura aqui. - ele se deita na cama ao meu lado.

- O que foi? - pergunta.

- Nada. - digo e beijo seu queixo. - só fica aqui e assiste algo nada a ver nessa tv comigo.

Agarro suas mãos e fico brincando com seus dedos.

- Ei - ele chama a minha atenção. - Não vou deixar nada e nem ninguém te machucar. - apenas concordo e volto a brincar com seus dedos. - sei que falhei com você.

- Não foi sua culpa.

- Foi, e me odeio por isso.

Minhas lágrimas estão caindo.
Caindo, caindo e não consigo contê-las.

Abraço Nicolas e ele deixa minhas lágrimas molharem sua camisa.

- Eu te amo Beatriz.

- Eu te amo mais.

A porta do quarto foi aberta. Denise invade o quarto com o gorducho do meu sobrinho.

- Que choradeira é essa? - ela pergunta.

- Nada demais. - digo e seco minhas lágrimas.

- Não sabia que podia entrar com crianças. - Nicolas aponta para Cláudio dormindo tranquilamente nos braços da mãe.

- E não pode. Entrei escondida. - ela me entrega o bebê. - achei que seria legal pra Beatriz ir treinando com o meu filho e conhecê-lo pessoalmente.

Admiro Cláudio. Um bebê com as bochechas rosadas e gordinhas. Ele não havia puxado a nada da Denise, era branquinho igual ao pai. E tinhas os cabelos incrivelmente pretos.

- Eu sei, a gente carrega por nove meses na barriga. Pra no fim se parecer com o traste do pai. - Ela diz. - Nicolas, pode pegar um copo de água para mim?

Ele concorda e sai nos deixando sozinhas.

Deposito um breve beijo nas bochechas de Cláudio e o mesmo nem se mexe em meus braços.

- O Bruno tai fora, ele quer te ver. - ela diz e eu fico tensa.







Ainda amo você Where stories live. Discover now