Capitulo 43

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"Eles... Eles estão a falar de nós!!"

Mal ele acaba de o dizer, ouço a porta da entrada a bater e vejo os três rapazes a entrar.

"Calum!!!!!!!" diz o Luke.

"Estão a falar de nós na televisão, venham ver!" o Calum grita todo feliz e os rapazes correm até ao sofá e ficam atentos.

"... São uma banda com bastante talento, e ao que parece já tiveram um alguns concertos pelo seu país, Austrália. Escrevem as suas próprias músicas e fazem alguns covers. Acho que precisam de dar mais dedicação à banda, visto que ainda são novos e têm outros interesses para além da mesma. Acredito que são rapazes com futuro. Pessoalmente, já ouvi algumas produtoras a falar neles e penso que uma está de facto interessada nestes rapazes. São uma boa banda e as suas vozes combinam. Posso dizer que já sou fã!"

O senhor que anteriormente estava a falar na televisão muda então de assunto, fazendo com que eles desliguem a mesma.

"Isto... isto é real?" pergunta o Calum.

"Acredita que sim, acabamos de receber um telefonema, Cal aquela ultima música que publicamos está a fazer sucesso e os nossos covers têm milhares de visualizações."

"Eu ainda não acredito, a sério... Isto é surreal."

"Não bebé, isto é bem real... Bem, eu tenho que ir embora, se não a minha mãe ainda se passa. Beijinhos a todos." dou só um beijo de despedida ao Calum e vou-me embora, deixando-o sozinho com os amigos no meio de tanta felicidade.

Para ser sincera? Estava feliz por eles, por o sonho deles estar realmente cada vez mais perto de se tornar possível. Mas por outro lado, aquele meu lado mais egoísta, desejava que isto fosse apenas uma fase, que aquilo não acontecesse. Eu não suporto a retardada da ex do Calum, quanto mais suportar a fama, ver a quantidade de raparigas bonitas que provavelmente iriam estar atrás dele, e vê-lo a apaixonar-se por outra pessoa. E eu não queria que isso acontecesse, não queria ser trocada, eu não queria que o Calum me deixasse por alguém mais bonita, eu queria-o comigo sempre. Quero que ele nunca se esqueça de mim, e mesmo sabendo que eventualmente um dia ele vá ter de ir para o seu país, ou até, se realmente conseguir, percorrer o mundo com a sua banda, eu quero que ele nunca se esqueça da promessa, do facto de que ele me ama.

Entro em casa, está tudo silencioso e as luzes não estão acesas, o que me faz crer, que estou sozinha em casa.

Vou a entrar no meu quarto e deparo-me com a minha mãe deitada na minha cama, a olhar uma fotografia minha de quando era pequena.

"Mãe? Porque estás aqui?" pergunto quando ganho a sua atenção.

"Oh, filha... Já estás em casa..." ela diz sentando-se e eu afirmo lentanente que sim com a cabeça "senta-te aqui, meu amor. Quero muito falar contigo."

"Está tudo bem mãe?" sento-me à beira dele e ela afirma negativamente, o que me deixa preocupada. "Fala, o que se passa?"

"Eu vou ser ser direta e tentar ser breve naquilo que vou dizer."

"Claro." digo olhando-a nos olhos.

"Filha, eu não tenho nada contra o Calum, eu até gosto bastante dele. Eu quero muito que sejas feliz, mas sabes o que vejo quando olho para vocês? Eu vejo apenas duas pessoas com um bonito romance de verão, mas não consigo ver mais. Sabes porquê? Porque vocês são de mundos completamente diferentes."

"Mãe, eu sei disso. Eu sei que não somos propriamente vizinhos, eu sei que qualquer dia ele vai ter de ir embora. E isso não é facil para mim, porque eu apaixonei-me mesmo por ele, percebes? Eu apaixonei-me por ele e eu não sei como irei reagir no momento em que o vir partir. Mas eu acredito na nossa relação, eu acredito que nós somos capazes de nos aguentar, eu acredito porque eu acredito no nosso amor. Eu sei que o que temos, não é só apenas um romance de verão qualquer. Eu realmente gosto dele e sei que o sentimento é mutuo."

"Eu só não te quero ver triste depois, Mia. Sabes que eu sou tua mãe e só quero o teu bem e eu apoiava a 100% a vossa relação se eu tivesse a certeza que ela poderia funcionar. Mas o mundo dá tantas voltas filha, e é tão cruel às vezes." ela olha-me nos olhos e vê lágrimas a sairem dos mesmos "oh, meu amor... olha se realmente gostas dele, então não desistas nunca dele. Mesmo quando ele partir, luta todos os dias pelo seu amor. Se gostas mesmo dele, não deixes esse teu amor de verão morrer. Deixa-o viver para sempre e tornar esse amor de verão no amor de uma vida. Eu só quero o teu bem, meu anjo e tu sabes que podes contar comigo para tudo. Sou tua mãe, vou estar sempre aqui, a tratar do meu rebento." ela sorri-me.

"Obrigada por esta conversa mãe. Eu não o vou deixar, eu não vou permitir que nada disto seja em vão... E mesmo que seja, eu sei que ele vai ocupar sempre aquele cantinho mais especial no meu coração e eu no dele."

"Bem, eu vou fazer o comer, o teu pai deve estar a chegar. E não te esqueças, estou aqui para tudo."

"Eu sei, mãe."

Ela sai do meu quarto, deixando-me sozinha. Passam-me mil e uma coisas pela cabeça e eu não sei como reagir a cada uma delas. Se o tempo permitisse, eu parava-o neste momento e aí sim, pensava em tudo o que estava a acontecer neste momento, aí sim tinha tempo de perceber como reagir a tanta coisa. Eu amo o Calum e não o vou deixar, nunca. Mas tenho medo que a nossa relação vá ao fundo quando ele partir, quando eu tiver que dizer adeus, quando ele tiver de ir para a sua casa, para a beira da sua família, dos seus amigos, das suas amigas, de toda a gente que é importante para ele. E eu sei que o mais provavel é perdê-lo, ele vai estar noutro país a milhares de quilómetros de distância, eu não vou poder tocar-lhe, não vou puder beijá-lo, nada. Como é possivel uma relação sobreviver a isso, se provavelmente nunca mais se vão ver depois? Como é possivel?

E eu sei que a minha mãe tem razão, e percebo o porque de ela se preocupar, mas por um lado, depois de hoje, depois do que se passou, do que fizemos, eu tenho a certeza que eu significo tanto para ele como ele para mim. Eu tenho a certeza que ele vai fazer tudo por nós, que não vai permitir essa estúpida e longinqua distância nos separe. Assim espero mesmo.

Olho para a janela do meu quarto que se encontra com a perciana aberta e encontro a casa dos vizinhos, a casa alugada por os rapazes. Nunca tinha reparado, mas consigo ver o que eles estão a fazer na sala devido à enorme janela de vidro que se encontra lá e vejo-os todos sorridentes a festejar. Provavelmente ainda pelo mesmo motivo. Deito-me sobre a cama e tento adormecer, o dia hoje foi um dia com bastantes emoções.

Desculpem, desculpem, eu sei que disse que publicava na segunda, mas ontem foi-me totalmente impossível de cá vir, mas aqui está mais um capítulo.

Beijocas.

Encontra-me | C.H.Where stories live. Discover now