Atração.

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    Depois da conversa que tivemos no estúdio, Jiyong escolheu continuar tomando seu vinho como se nada tivesse acontecido. Segundo suas palavras, seria melhor assim pois eu não sabia o que estava falando devido à influência do álcool. O fato era que para mim tudo continuava igual e eu permanecia me atraindo cada vez mais por ele. Todo esse mistério que ele trazia consigo me fazia querer conhecer mais de quem ele era.

    Percebi que estarmos sozinhos naquele grande estúdio dava a permissão ao meu cérebro para fantasiar situações que eu mesma achava difícil admitir que saíam de mim, mas que provavelmente as taças de vinho ingeridas tiveram o efeito chave. 

    O jeito gentil e quieto de Jiyong, em conjunto aos olhares intensos que recebi em alguma das vezes que tentava disfarçadamente o observar o deixava extremamente sexy. Ele estava sentado ali de frente para a grande janela, iluminado pelas luzes da cidade, com as pernas cruzadas e segurando tranquilamente a taça de vinho com sua mão tatuada. Seus lábios umedecidos pelo líquido e pela sua língua em seguida. Esses pequenos movimentos me deixavam totalmente hipnotizada por sua presença.

    Cenas possíveis de nós dois surgiam em minha mente sem que eu pudesse controlar. Pensei em como seria ter seu corpo perto do meu, prensado no vidro daquela grande janela e correndo o risco de sermos vistos pelas pessoas que passavam lá fora. Ou então como seria estar sentada em seu colo naquela grande poltrona, dominada pelo desejo e ouvindo suas falas sujas no pé do meu ouvido. Será que ele era do tipo falante nessas horas?

    Suas mãos eram habilidosas devido ao seu trabalho. Quase pude senti-las em minhas pernas, passeando pelas minhas coxas e me provocando. Apertando minha cintura, meu pescoço, puxando meus cabelos com força, acariciando todas as partes possíveis de meu corpo que começou a queimar apenas ao imaginar como seria o ter sem qualquer barreira de tecido.

    Se naquele momento ele tivesse o poder de ler meus pensamentos...

    Meu Deus, eu estava ficando louca e um tanto alegre pelo álcool. Nunca havia tido esses tipos de fantasias com pessoas que conhecia na vida real, apenas com cantores e artistas que era fã durante a adolescência.

    Havia reprimido minha vontade de beijá-lo no dia da exposição, mas tenho noção de que minha atração por ele aconteceu a partir desse dia. Ele ficava tão sexy falando sobre arte, sua postura confiante exalava o poder de suas palavras. Essas coisas me faziam questionar se era apenas eu que nos imaginava assim, ou se ele também estaria tão atraído por mim quanto eu estava por ele.

    Após chegar em casa naquele dia me deparei com minha mãe rindo como uma adolescente enquanto falava ao telefone.

— É claro, é claro! Eu adoraria, tenho certeza que Flora vai gostar também! – Ela respondeu à outra pessoa, ainda sem notar minha presença.

— O que é que eu vou gostar? – Perguntei agora encostada do outro lado do balcão, fazendo-a dar um pulo de susto ao me ver.

— Ah! Ela chegou. – Ouvi a outra pessoa falar algo que me foi ininteligível. — É o John, queremos sair para jantar e gostaríamos que fosse junto, é uma ocasião especial.

    Seu rosto agora demonstrava uma expressão pidona, ela sussurrava "por favor, aceita, vai!" e diante disso, obviamente não pude negar. Ela direcionou o microfone do celular em minha direção, me deixando falar diretamente com o homem.

— Eu adoraria, John! Com certeza estarei lá, não se preocupe. – A felicidade que minha mãe transpareceu fez um enorme sorriso surgir em meu rosto.

    Fazia muito tempo que não a via tão feliz e não pude conter minha animação por ela também. Talvez o seu lance com John estivesse mais avançado do que eu pensava estar. Será que ele iria pedir a mão dela em namoro nesse jantar e queria minha permissão? Não, isso é arcaico demais para Catherine, talvez fosse apenas para oficializar e me dar um aviso de que agora ele frequentaria nossa casa mais vezes.

Singular - Kwon JiyongWhere stories live. Discover now