A merda do celular

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Sua mente sempre será seu pior inimigo

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Sua mente sempre será seu pior inimigo. Ela sabe seus pontos fracos.

O meu ponto fraco? Dá vontade de rir.... Eu sou o próprio ponto fraco personalizado em forma de gente.

Quando eu era criança, morávamos em uma casa enorme. Sabe aquelas casas maravilhosas a preço de banana? Pois é, minha mãe acreditou que naquele tempo existia blackfriday e comprou.

Éramos eu, minha mãe e minha vó. Tinham mais quartos naquela casa do que gente, literalmente. O que mais me marcou naquela casa foi o quintal sinistro, meus pesadelos, e sons vindo de dentro do espelho.

Eu explico;

O quintal da casa não tinha iluminação. Era grande. Cheio de mato. O único acesso ao quintal era um corredor sinistro, estreito e comprido (e sem noção) que ficava na parte externa da casa que interligava as janelas de todos os quartos. Ele, o corredor (porque pra mim era quase uma entidade, junto com o maldito quintal) ficava ao ar livre e la no final dele, uma porta pesada enferrujada de puro ferro podre que dava acesso aquele troço.

Da minha infância, meu inconsciente apagou muitas coisas de minha memoria, mas, para minha infelicidade, eu ainda lembro de todas as noites naquela casa. Havia uma energia me chamando para lá, para o quintal, sempre a noite, em plena escuridão. Meu medo, naquela época, era meu melhor amigo. Eu me confiava nele para nunca ir lá, mas, parte de mim, sabia que, mais cedo, ou mais tarde, o quintal ia ganhar a guerra.

Minha mãe era ausente desde de aquele tempo. Nem sei por onde ela andava nessa parte de minha infância. Ela virou apenas um borrão em minha memoria. Era somente eu e minha vó. Minha velha fazia tudo. Limpava, fazia nossa comida, lavava roupa, me levava para escola... . Obvio que a coitada não ia dar conta de mim toda hora.

Pior era que as noites, digo todas as noites, o telhado virava motel de gatos no cio. Vocês ja ouviram gatos no cio? Vou explicar; Coloque um som bem alto e estridente de uma mulher sendo estripada. Isso mesmo, pense em um som de alguém gritando enquanto é retirado seus órgãos enquanto está sóbria e sem anestesia....pensou? Se sim, você entenderá o som de gatos no cio.

Adicione esse som infernal a sons sinistros de pegadas vindo em sua direção a noite (minha vó dizia que eram as porras do gatos no telhado andando. Eu sempre duvidei. Se gatos usassem chinelos, sandálias, tamancos, eu até acreditaria em minha vó). Mas, olhando para trás, e lembrando de um grupo de oração lá em casa na mesa do jantar, todas as quintas a noite (eu não podia participar) , eu penso que nem minha vó acreditava que eram pegadas de gatos...

O ultimo dia (aliás, a última noite) que estivemos naquela casa, eu lembro como se fosse ontem, infelizmente. A presença no quintal havia vencido. E quando menos espero, lá estava eu naquela escuridão. Eu ouvia os gritos de minha vó me procurando na casa. Mas não conseguia falar, não conseguia pedir ajuda, não conseguia voltar CORRENDO pra perto dela.

Meu amigo DarkOnde histórias criam vida. Descubra agora