Capítulo 19

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Nunca dei muito valor a um antigo provérbio,cuja origem não sabia dizer. Aquele de que 'Os olhos são a janela do coração'. Na verdade, em nenhuma situação ele foi tão evidente, a ponto de martelar na minha cabeça por várias e várias horas. O jeito como Osten me olhou na hora de sair,assim como sua expressão antes de Kerttu e Maxon chegarem,me deixaram intrigada.

Era como se eu tivesse cometido alguma falha grave, porém, não conseguia entender exatamente o quê. Ele ainda não me desculpava pelas minhas palavras? Se sim, então por que conversou tão pacificamente comigo? Afinal, ele gostava ou não gostava da minha pessoa?Aquela dúvidas estavam me incomodando. Fiquei com elas durante o resta da tarde com a princesa e no jantar. Suspirei ao ver que estava parada no mesmo parágrafo do livro há uns minutos, um novo conflito na minha cabeça:

Tudo o que Osten fez naquela semana,toda gentileza, toda ajuda, todo consolo, todas conversas descontraídas..eu admitia que tinha gostado. Pouco a pouco,não sentia mais a repulsa e raiva que senti no dia do encontro. Contudo, cada uma dessas coisas cairia cairia por terra se o príncipe estivesse jogando comigo.Me ajudando, sendo gentil e se aproximando na última semana, que ele mesmo sugeriu que eu tivesse a mais no Palácio, para depois me humilhar em público na despedida.

Seria uma vingança e tanto.

Pelo banho na fonte; Por não ser mais uma a beijá-lo sem questionar; Por chamá-lo de indecente... Fazia sentido. O perfil dele não deixava dúvidas de que sempre foi rodeado pelas garotas que quis. Dinheiro,posição e beleza. Eu não era muito fã de rótulos,mas via que, na prática ,pessoas com essas três características tinham mais chance de não valer nada.

E garotos orgulhosos não deixariam o que fiz barato. Veriam a minha rejeição como uma afronta pessoal à sua pessoa. À auto-imagem perfeita que construíram a vida inteira. Além disso, já tinha provas de me dar mal em casos assim. Dolorosas o suficiente. Por outro lado, e... se? E se eu estivesse enganada?

Se sua educação viesse,de verdade, para o bem? Lembrava claramente do quão ofendido Osten ficou quando o chamei de não confiável,e também das coisas boas que ele fazia, como o fato ser a companhia de Kerttu desde sempre e se preocupar com Adelaide quando essa se machucou...

Despertei-me desses pensamentos quando vi Suki se aproximar. Não sozinha. Ela vinha parcialmente agachada enquanto ajudava a princesa Amberly a andar na minha direção. A asiática havia me deixado sozinha com meu livro no sofá a uns minutos para disputar a atenção da princesinha, visto que várias meninas estavam tentando mimar a pequena ao mesmo tempo. Essas mesmas que olhavam torto para Suki,paradas no lugar de onde ela veio.

"Olha a Rosie,Amby! Dá oi pra ela,dá!" Sorrio quando Suki segura a mão dela e a faz acenar para mim. Em seguida, senta ao meu lado com ela no colo.

"Amby de Amberly?" Franzo a testa deixando meu livro de lado.

"É. A Rainha me falou que esse é o apelido dela."Diz dando um beijinho no topo dos cabelos ruivos." Já notou que o nome Amberly parece com o seu sobrenome?"

"Hã... Ambers." Rio fraco." Não tinha parado para pensar."

"Fala Suki, Amby. Suki." A bebê me deixa impressionada ao repetir.

"Nossa. E não é que ela falou!"

"Ela está falando o nome de quase todas de nós."

Vejo Suki deixar sua pulseira na mão de Amberly. A ruivinha mexe no objeto, e quase que o coloca na boca.

"Que menina atentada" exclamo trocando um olhar com Suki. Rimos juntas da situação, e Amby se junta a nós gargalhando mais alto sem saber do motivo. Suki logo põe o objeto mais preso no meio antebraço, de maneira que Amberly continue a brincar sem que possa tirá-lo.

Uma Seleção Com Rosie AmbersWhere stories live. Discover now