Maísa E Larissa Manoela Caem No Soco

A Hora do Show

*POV Larissa

Aquela Maísa... Mesmo odiando ela, algo nela ainda chama a minha atenção.

Talvez fossem seus olhos cor de chocolate que brilhavam esporadicamente, seus cabelos castanhos ondulados e esvoaçantes, sua pele macia e delicada... Não, não acho que sejam nenhuma dessas coisas... Mas QUE ÓDIO!

Ela age sempre como se fosse mais esperta, mais querida, mais tudo! Como se tivesse num pedestal maldito que só eu consigo ver. Eu sei que, se o meu namorado estivesse dando em cima dela, a culpa não seria dela... Mas mesmo assim! Eu não consegui me controlar ao ver a oportunidade perfeita de gritar umas boas palavras pra ela, a senhorita perfeitinha.

E era exatamente isso que eu ia fazer neste instante. Avistei a grande cabeleira instantaneamente mesmo estando distante. Aquela garota não me escapa!

-sua vaca! Vem aqui que eu vou te ensinar uma lição!- eu gritei para ela. Não que eu realmente tivesse dito a verdade com aquelas palavras, minha intenção real era chamar sua atenção.

E funcionou.

A menina logo virou-se em minha direção, acompanhada de seu amigo. Seus olhos de chocolate me encarando enquanto ela franzia as suas grossas sobrancelhas, expressando claro incômodo por ter sua saída interrompida. Ela então ficou completamente parada, com sua mão direita apoiada em sua cintura, como se esperasse que eu desse um motivo para a minha interrupção. Soberba. Confesso que fiquei um pouco... Distraída com aquela visão. A desgraçada realmente era muito atraente. Droga Larissa, se recomponha!

Ela parece ter notado minha distração, pois logo se pronunciou.

-O que você quer dessa vez, querida Larissa?- ela me perguntou, dando ênfase no "querida", claramente em tom de deboche. Como se eu ligasse, até parece que queria ser querida por alguém como ela.

-Eu quero que você pare de olhar para o namorado dos outros. Até por que eu duvido que o João é a sua única vítima- eu respondi confiante.

-Eu já disse, eu não estava olhando para o seu namorado.

-Não?

-Não.

-E o que provas você tem que comprovem que não?

-Larissa, pelo amor de Deus, era mais fácil eu estar secando você do que ele.

Eu imediatamente me calei após perceber o que ela havia dito. Os olhos de Cirilo se expandiram em surpresa. Algo me diz que ela também percebeu o que disse, já que seu rosto começou a ficar completamente corado. Não demorou muito para a garota ficar vermelha como um pimentão.

Fofo.

Não, espera, isso não foi fofo. Maísa Silva pode ser qualquer coisa, menos fofa.

Após alguns segundos em silêncio, ela finalmente se pronunciou novamente.

-Olha, já que você claramente não tem nada de produtivo ou baseado em fatos para me dizer, eu tô caindo fora, beleza?- ela falou, antes de sair andando acompanhada por aquele amigo dela.

-Isso não vai ficar assim!- eu esbravejei, antes de correr para o interior do colégio para me encontrar com o meu namorado, que havia desaparecido da minha mente por alguns instantes, mesmo ele supostamente sendo o motivo de minha briga com aquela garota irritante.

*POV Maísa

Oh.

OH.

Ok, eu basicamente disse na cara da Larissa Manoela que eu acho ela atraente. Não só isso, mas eu disse que ela mais atraente que um dos caras mais cobiçados da escola. Também, eu disse que ela era atraente. Uma garota. Poucas pessoas sabem disso, mas eu também me interesso por garotas. Não que eu seja lésbica, eu apenas não tenho preferências, só isso. Mas eu não costumo sair falando isso para qualquer um, e definitivamente não falo para a Larissa Manoela.

Afinal, a garota me odeia, e eu odeio ela, certo? Certo? Bom, não necessariamente. Eu apenas "odeio" ela por que ela me odeia. Não há nada que eu possa fazer sobre isso. Então eu apenas tento viver minha vida e rebato sempre use ela vem de gracinha pra cima de mim. Afinal, eu sou indiferente, não otária.

Mas não posso negar que realmente acho ela muito bonita. Não era atoa que viam ela como a "garota perfeita". Seus olhos esverdeados eram hipnotizantes, para dizer o mínimo. Era como encarar um oceano vasto e desconhecido. Sua pele pálida era um contraste perfeito com o verde suave, suas bochechas adoráveis e definidas. Seu corpo havia curvas em todos os lugares certos, suas pernas e braços eram levemente malhados, ela definitivamente se exercitava nas horas vagas. Ela recentemente havia adotado a cor ruiva em seus cabelos, e uma franja que cobria sua testa( que era alvo de bastante críticas, mesmo eu achando charmosa). Enfim, era uma bela garota.

Pena que essa bela garota acompanhava uma personalidade podre.

Eu acabei sendo retirada de meus pensamentos por Cirilo, que limpou a garganta para chamar a minha atenção. Virei meu olhar para o menino, e comecei a andar, dando a entender que queria conversar enquanto caminhávamos para casa, já esperando questionamentos sobre meu confronto com Larissa no pátio da escola.

-Então... Você acha Larissa Manoela uma menina digna de secar...?- ele me encarava com as sobrancelhas arqueadas enquanto aguardava por minha resposta.

-Claro, por que não?- eu tentava demonstrar indiferença.

-Hm, que tal... Por que vocês se odeiam?!

-Eu não odeio ela, Cirilo, ela que me odeia. Eu apenas não ligo.

-Hm...- ele murmurava de maneira acusatória.

- Podemos mudar de assunto? Já esgotei minha cota de "Larissa Manoela" por hoje. - eu praticamente supliquei. Era verdade, aquela garota já havia contaminado meu pensamentos durante a minha manhã toda.

-Ok, ok, não tá mais aqui quem falou.- meu amigo disse enquanto erguia os braços em sinal de derrota.

Seguimos o resto do nosso caminho em silêncio, até que chegamos na casa de Cirilo, que era um pouco antes da minha.

- Posso contar com a sua presença na festa hoje? Sim ou com certeza?- ele dizia com um sorriso maroto nos lábios.

- Sim?- eu respondi brincalhona, deixando uma resposta ambígua de propósito.

- Estarei aqui às 19:00 em ponto, gatinha, não se atrase.- ele falou, depositando um beijo carinhoso em minha bochecha, antes de sair correndo em direção a sua porta da frente.

Sorri com o jeito peculiar de meu amigo, antes de seguir em direção à minha casa, me preparando já psicologicamente para essa festa que viria a acontecer mais tarde.