Sobre a Saudade II

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Seria preferível fingir que não doeu cada erro que lhe impregnava agora toda a página da história? Tentava ser o mais racional o possível, pensava, tentativas são apenas o que parecem ser, a primeira vista; consequência, que é nada mais do que o inevitável desfecho da existência, algumas ou várias vezes acontece mesmo de parecer  um esboço.

Eu queria fingir que não precisava mais estar aqui ou em qualquer lugar,

sentia falta das doces lembranças de quando eu não fingia que era feliz,

Eu estava em algum lugar, bem e muito além do que qualquer esperança

eu tinha no alcance das mãos,

As pessoas.

Mas agora eu era um adulto, ou uma adulta, brincando com as palavras em um dia

de quarentena, desejando não estar em casa mendigando palavras,

mas eu estava.

E estaria, sempre e pra sempre nesta estranha melodia, perdida, algumas vezes com vontade de voltar no tempo, rever aquelas tardes de sombrio entretenimento no qual eu e ele erámos

como sóis envolvendo todo as sazonais estações. No entanto, as escolhas eram feitas as milhares, e o que ficava de toda aquela amizade era saber que um dia havia sido feito muito mais do que tentativas,

Foram verdadeiras ausências em formas metafóricas de querer dizer alguma coisa que pudesse

transparecer a verdadeira intenção do amor,

que eu nutria,

por aquele cara.

Escolhas, são sempre escolhas diria um mosquito zombeteiro chamado pesadelo,

E eu ficaria até para sempre me recolher do desmazelo do meu coração dilacerado,

esperando a volta daquele contato,

Eu o amava intensamente, de forma que me envolvia até a alma a vontade de que rever em meus braços, acariciá-lo para dizer o quanto eu me ainda me importava,

Era caro,

Estar assim como eu estava.

E vamos de poesia?Where stories live. Discover now