♡ - 𝑂𝑖𝑡𝑜.

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Madara:

O dia no shopping tinha sido tranquilo, porém mais caro que imaginei. Em todas lojas que passávamos, Hashirama sempre via algo esteticamente agradável e insistia que Obito precisava daquilo em seu quarto, mesmo com ele nem se importando de fato com a maioria daquelas coisas. No fim, compramos bem mais que o necessário para um quarto infantil.

Os rapazes mandados pela loja montariam o cômodo na segunda-feira a tarde, até lá o pequeno continuaria a ter de dormir conosco. Isso não seria necessariamente um problema, se ele não se mexesse tanto enquanto dormia, podia sentir a dor que seus chutes causaram em minhas costas até agora.

Depois de cerca de meia hora do Senju tentando montar a cadeirinha que também havíamos comprado no banco traseiro, finalmente voltamos para casa. No trajeto, Obito estava muito animado e não parava de falar sobre o seu mais novo brinquedo, um urso marrom de pelúcia que ele nomeou de Teddy.

Por fim, finalmente chegamos em casa. Após tirá-lo da cadeirinha com muito esforço e colocá-lo no chão da garagem, percebi que ele puxava a minha calça para chamar a minha atenção. Abaixei a cabeça e olhei em sua direção, vendo que ele abraçava o brinquedo com força sob a sua barriga e sorria travesso, como se quisesse pedir por algo.

– O Teddy qué um ablaço dos papas também. – Esticou o urso em minha direção, ainda sorrindo.

Olhei para Hashirama, que segurava o riso e se aproximou por também estar incluído em seu pedido. O moreno abaixou-se um pouco e o pegou de suas mãos, o pondo entre seus braços e o abraçando com força. Ao ver a cena, Obito bateu palmas e gargalhou, virando-se para mim, esperançoso que eu fizesse o mesmo.

Suspirei, eu realmente estava chegando a níveis decadentes por aquela criança. Peguei o urso das mãos do outro e o abracei rapidamente, logo devolvendo a Obito, que pareceu ter ficado muito feliz com o nosso pequeno gesto. 

Obligada papas do Obito. – Ele fazia uma voz mais fina do que o comunal para fingir ser o Teddy, mexendo os seus braços.

– Não há de quê, pequeno Teddy. – Hashirama se pronunciou antes que eu pudesse dizer qualquer coisa. – E então, quem está com fome?!

Ele levantou uma das mãos animadamente, dando pequenos pulos. Seu outro pai logo o pegou no colo e o encaminhou para dentro correndo, o fazendo soltar pequenos gritos. Depois de trancar o carro, os segui.

Senju estava ligando a televisão em um filme qualquer enquanto o pequenino se entretinha brincando num mundo de faz-de-conta com o seu mais novo amigo. Após deixar tudo pronto, veio até mim, me dando um pequeno beijo antes de se dirigir até a cozinha.

– Fique com ele, vou preparar o jantar.

Assenti e me sentei no sofá ao seu lado, vendo que ele assistia a animação da Disney sobre um boneco de madeira com total concentração. Aproveitei aquele momento para responder alguns e-mails que havia recebido da escola.

Após um certo tempo de filme, Obito virou-se a mim curioso e com um olhar singelo.

– Papa, puquê o nariz tá glande? – Balançava as perninhas enquanto revezava olhares entre a televisão e a mim.

Deixei o aparelho em minhas mãos de lado e cocei a cabeça. Não me lembrava muito sobre aquele filme, mas sabia que basicamente toda vez que o tal boneco mentia, o nariz dele crescia.

– Porque ele mentiu. O nariz dele só cresce quando ele mente. – Expliquei pacientemente.

– O que é menti?

– Hum... – Suspirei, eu não sabia responder aquela pergunta de uma forma didática o suficiente para uma criança de quatro anos. – Mentir é quando nós falamos algo que não é verdade.

Por alguns segundos, pareceu estar processando a minha resposta, logo assentiu. Eu sabia que Obito estava na fase dos porquês, então era comum que ele se perguntasse o que eram muitas das coisas a sua volta.

– Se eu menti o meu narizinho vai ficá glande? – Pareceu assustado pois segurava o próprio nariz com força.

Aquela era uma boa oportunidade, eu não queria que futuramente Obito aprendesse a mentir para mim e Hashirama. Tudo bem, eu estaria sendo hipócrita se dissesse que odeio mentiras quando eu teria de mentir para ele, mas aquilo era para o bem de nossa família.

– Sim, Obito. – Passei os dedos delicadamente pelos seus cabelos negros para tranquiliza-lo. – Nunca minta para o papai, se não o seu nariz vai crescer, tudo bem?

Concordou freneticamente pelo medo daquilo acontecer. No fim, eu tinha conseguido tirar algo bom daquela situação.

Voltou a assistir o filme, apertando o Teddy contra o peito. Antes que eu pudesse voltar a minha atenção ao que estava fazendo anteriormente, Hashirama apareceu em frente a nós animado.

–O papa está pronto, querido! – Tive vontade de rir pela forma que ele se referiu ao jantar, mas me contive para não o ofender. Obito se levantou prontamente sob o sofá e abriu os braços, sendo pego por ele e sendo encaminhado à cozinha. – Vamos, Madara.

Suspirei e me levantei, deixando o aparelho para trás por completo. Ao chegar em nossa confortável cozinha, pude reparar que o pequeno estava sentado numa das cadeiras com a colher de dinossauro que tínhamos comprado em mãos, além da mamadeira que o próprio orfanato tinha mandado.

Hashirama se aproximou e pôs o pequeno prato em formato de balão em sua frente e se sentou ao seu lado. Para a sua surpresa, Obito lhe deu a colher, provavelmente em sinal que queria que desse para ele. Sem exitar, a pegou e a pôs dentro do prato, logo levantando a colherada e a encaminhando para o nosso filho.

– Olha o aviãozinho... – Esperou que ele abrisse a boca e colocou a colher ali, logo a tirando. – Bom menino, filho!

Enquanto mastigava, saltitou sobre o assento, feliz com o elogio do pai.

Me escorei sob a geladeira ao meu lado, sorrindo. Era difícil acreditar que eu não tive e não queria ter aquela imagem nos últimos anos, que agora me soava tão natural. No fim, aquilo era tudo o que eu queria para o resto dos meus dias.

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𝐎𝐮𝐫 𝐂𝐡𝐢𝐥𝐝 • 𝐇𝐚𝐬𝐡𝐢𝐦𝐚𝐝𝐚Όπου ζουν οι ιστορίες. Ανακάλυψε τώρα