Clara Dallow
Os lençóis de seda vermelha envolviam meu corpo.
O tecido gelado causou leves arrepios em minha pele quando me movi pelo colchão macio, despertando com os primeiros raios de uma aurora rosada. Meus olhos abriram quando encostei em algo quente e macio. Alguém.
Ele devia ter ido embora horas antes.— Christopher, vai embora agora.
O balancei com uma das mãos, segurando uma parte das cobertas sobre os seios com a outra, impedindo que eles ficassem a mostra.
Como se ele nunca os tivesse visto.— Hum?! — Christopher resmungou preguiçosamente e rolou pela cama, me prendendo sob seu corpo quente e musculoso.
— Sai.
Seus lábios foram de encontro com os meus, e quando desviei o rosto, o virando para o lado, senti beijos molhados deixarem uma corrente gelada pelo meu pescoço, deixando cada pelo do meu corpo arrepiado. Ele era implacável pela manhã, mas minha mente estava lúcida o suficiente.
— Vai embora — disse colocando as mãos espalmadas em seu abdômen bronzeado e definido, sua temperatura corporal era quente, ele era quente.
— Você quer que eu vá?
Meu amante desceu seus beijos até minha clavícula, envolvendo minha cintura com suas mãos grandes e ásperas e apertando com força suficiente para deixar marcas vermelhas na pele.
— Diga, diga que quer que eu vá.
Ele segurou meus cabelos com uma mão e um seio com a outra, colocando força em ambos movimentos. Tinha vontade de o puxar para mais perto, mas apenas segurei um suspiro o empurrei com força.
— Vá embora, Christopher, agora. Não vou repetir.
O desapontamento era claro nas linhas que se formavam em seu belo rosto. O cabelo loiro queimado pelo sol caía em seus olhos cor de mel, o deixando ainda mais charmoso. Resisti a um impulso, que veio do lado inconsciente do meu cérebro, de beijá-lo.
— Você nunca resiste a mim, Clara. O que aconteceu?
Sua voz estava amarga. Nada como um "não" para destruir o ego de um homem confiante.
Gargalhei quase sem perceber e ele me encarou, seus olhos refletiam uma fúria ardente.— Nem amanheceu direito e você já está assim? Você já foi mais animado, Christopher. — Deslizei para fora da cama, cobrindo meu corpo com o cobertor escarlate.
— O que aconteceu?
Ele segurou meu braço com força e me puxou contra seu corpo novamente, tentando alcançar minha boca com seus lábios ferozes.
A fúria começou a dançar em meu sangue, fervente e destruidora como um vulcão ativo.— Você não percebeu que já está amanhecendo? Christopher, você sabe que eu odeio quando dorme no meu quarto, na minha cama, nos meus lençóis. Daqui a pouco vão sentir sua falta, o que vai dizer quando te verem saindo dos meus aposentos?
O soldado era o meu amante preferido, mas isso não dava o dava o direito de fazer o que bem entendesse. Eu era uma Dallow, eu dava as ordens.
— Mas você não se importa com o que nós fazemos em cima dessa sua cama, certo? Você não se importa em se deitar com um soldado, um guarda da sua segurança pessoal. Você é minha aqui dentro, por que não pode ser lá fora também?
Um sorriso cruel se abriu em meu rosto. Eu era a herdeira do Trono de Aridon, jamais pertenceria a um relés soldado.
Me aproximei lentamente dele, e de uma forma quase sensual segurei em seu queixo e olhei dentro de seus olhos.
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Imperatriz da Lua
FantasyA paisagem congelada era um fiel retrato do coração de Ailyn Bernardi, uma jovem princesa do reino de Salim, com uma aparência unicamente exótica e um precioso dedo livre de um anel de compromisso. Inconformada com o destino que lhe aguardava, mais...