Capítulo 66

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66º CAPÍTULO

Flávia: Não aconteceu porque eu cheguei e estraguei tudo. Foi mal por isso, mas vocês tem sorte de ter sido eu quem pegou vocês no flagra. Tô com vontade de bater muito em vocês dois. Juro.
Guilherme: Já fez isso.
Flávia: Fica na tua! – Eu me levantei da cama e fui em direção a porta, na intenção de sair do quarto.
Guilherme: A gente não terminou aqui, Manu.
Flávia: E nem vão. Ta doido? Quer que uma das meninas peguem vocês aqui?
Manuela: Amiga, ele ta falando da "aula" de inglês. Calma. – Eu dei risada e abracei ela.
Flávia: Vocês me estressam. – Eu dei um beijo no rosto dela e ela me abraçou. – Vou pra lá. É pra vocês estudarem. Vou ficar de olho. E tranquem a porta se forem se pegar. – Nós rimos e ela saiu do quarto.
Guilherme: Vamos continuar? – Ele disse do outro lado da cama. Eu estava encostada na porta.
Manuela: Estudar? Claro. – Pisquei e ele fez uma cara emburrada. Foi engraçado. – Antes eu vou atacar esse bolo aqui. – Peguei o prato com os pedaços do bolo e os copos de coca. Dei um coco pro Guilherme e fiquei com um. Sentamos na cama, um na frente do outro. Coloquei o bolo no meio. Eu peguei um pedaço e em seguida, Guilherme peguei também. Nós comemos e ele não tirou o olho de mim. Bebi o meu copo de coca e deixei em cima do criado mudo. – Bora terminar isso logo.
Guilherme: To comendo ainda. – Ele disse com a boca cheia.
Manuela: Porco.
Guilherme: Aprendi com a melhor.
Manuela: Agradeço, lindo. – Falei ironicamente.
Guilherme: Sou lindo mesmo.
Manuela: Muito, nossa.
Guilherme: Tu gosta, ta bom já.
Manuela: Cala a boca e come logo.
Guilherme: Tu é muito chata.
Manuela: "Tu gosta". – Imitei ele falando e ele tacou um travesseiro em mim.
Guilherme: Escrota. E eu não falo assim.
Manuela: Fala sim. – Eu dei risada e abracei o travesseiro.
Guilherme: Não vou deixar lavarem esse travesseiro jamais.
Manuela: Por que? – Olhei meio estranho pra ele.
Guilherme: Lerda! Esquece. Bora estudar.
Manuela: Odeio que me deixem curiosa. Odeio. Vai ter volta. – Ele riu e eu voltei a ensina-lo. Fiz o máximo que eu pude. Pelo menos daria pra ele ir bem no teste amanhã. – Acabamos por aqui. Agora é contigo, Gui. Tu estuda mais um pouquinho e vai dar pra ir bem. – Levantei-me e comecei a caminhar até a porta. Ele se apressou e parou na minha frente.
Guilherme: Não vai se despedir? – Eu ergui uma sobrancelha e ele sorriu. Me puxou pela cintura e me fez colar o rosto no dele. – Fica aqui comigo. – Ele inclinou a cabeça e começou a dar beijinhos no meu pescoço. Eu coloquei as mãos nos ombros dele e alisei. Guilherme deu um chupão no meu pescoço e foi aproximando o lábio do meu. Eu quase cedi, mas me controlei e me afastei dele.
Manuela: Não, Gui. Não. Não dá. – Eu coloquei a mão no peito dele e afastei-o de mim.
Guilherme: Ta legal. – Ele disse meio triste.
Manuela: Tchau. Boa sorte amanhã.
Guilherme: Valeu.
Eu saí do quarto, mas queria voltar. Jogá-lo na cama e beijá-lo. Sentir a mão dele deslizar por todo o meu corpo. Mas eu não podia. Não podia.

67º CAPÍTULO

Meu coração estava acelerado. Eu corri pro meu quarto e me tranquei lá, antes que algo me fizesse voltar pro quarto de Guilherme e agarrá-lo. Eu não podia fazer isso. Eu queria e muito, mas não dava. Já era um pouco tarde, jantei e adormeci no sofá, assistindo televisão. Jack passou pela sala de manhã e me viu dormindo. Me acordou e eu me arrumei pra ir pra escola. Helen levou Amanda pra escola dela e nós fomos pra escola a pé. Guilherme puxou papo comigo, mas ele tava ansioso pro teste. Nem tocamos o assunto do beijo. Era melhor assim.
Chegamos na escola e Gabriel veio depressa me cumprimentar.
Gabriel: Bom dia, Manu. – Ele me deu um beijo no rosto e cumprimentou todo o resto. Felipe avistou a Flávia e veio com uma expressão péssima até ela.
Manuela: Bom dia, Gabriel. – Gabriel falou alguma coisa que eu não prestei muita atenção. Felipe puxou Flávia pelo braço e os dois foram meio afastados conversar. Ele falava bravo com ela e ela chorava. Ela tentou falar, mas aparentemente, Felipe não deixou. Eu queria saber o que estava acontecendo, mas Gabriel estalou os dedos e eu olhei pra ele.
Gabriel: Ta no mesmo planeta que eu, Manu!? – Eu assenti com a cabeça.
Manuela: Foi mal. Tava meio distraída. – Guilherme colocou a mão no meu ombro e apontou pra Felipe e Flávia brigando. – Eu vi. Tô preocupada. – Disse pro Guilherme.
Guilherme: Já já a escola toda vai sacar. Vai lá, Manu. – Assenti com a cabeça e fui em direção aos dois. Felipe falava alto e Flávia só chorava. Eu me aproximei e a abracei. – Por que você ta gritando com ela? Para!
Felipe: Manu, não se mete. É papo de casal.
Manuela: Não me meteria se você estivesse conversando com ela. Tu ta falando grosso e outra, ela ta chorando. O que ta acontecendo aqui? – Eu olhei pra Flávia. Ela soluçou, tentou falar algo, mas não saiu.
Felipe: Soube da palhaçada de sábado.
Manuela: Tu ta zuando que tu ta brigando com ela por isso, né!?
Felipe: Não é brincadeira, velho. Agora eu to com fama de chifrudo. Se ela quisesse se pegar com uma menina, tivesse terminado comigo.
Manuela: Para de ser idiota. Foi uma brincadeira. Ninguém ta te chamando de chifrudo. É bobagem da sua cabeça.
Felipe: Tão me chamando de chifrudo assim como tão chamando a Flávia e tu de lésbicas. E tem mais coisas sobre você, do tipo, barraqueira e fácil de pegar.
Manuela: Ótimo saber disso. – Respirei fundo e a minha vontade era de dar um murro na cara dele. Eu sempre achei ele bacana e gente boa. Flávia amava ele e ele fazia bem pra ela. Mas essa foi demais. – Dá pra perceber o quanto a opinião das pessoas importa pra você. Tu não vê que exatamente isso que elas querem? Elas invejam o namoro de vocês. Invejam o amor de você. Merda, Felipe! Larga de ser criança. Ela me beijou porque a outra opção era pagar um boquete pro Henrique.
Felipe: O que? – Ele olhou meio espantado pra Flávia. – Tu não fez isso, né!?
Flávia: Claro que não. Eu amo você, amor. Para com isso, por favor. Por favor. – Ela se soltou de mim e foi na direção dele.

PUTA PROFISSIONAL [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora