Capítulo 3 - Rios de Tulipas

1.6K 172 46
                                    

Sabia que a volta seria cansativa e lenta

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

Sabia que a volta seria cansativa e lenta.

Levou um dia para chegar na prisão, correndo com afinco, mas com ela a tira colo, não poderia correr, o que o faria levar dois dias para voltar.

E isso era um saco!

Olhou de lado, vendo-a caminhar em silêncio. Os olhos verdes, agora bem abertos, vasculhavam tudo ao redor com bastante curiosidade. Já ele, capturava cada movimento dela, questionando-se sobre tudo o que aquela garota havia passado.

O caminho de terra batida se estendia a frente enquanto o sol estava forte, mostrando que estavam na metade daquele dia. De canto de olho, viu a jovem observar um pássaro que passou voando. Ela ergueu a cabeça para poder olha-lo melhor. Voltou os olhos para frente, mantendo-se de guarda alta. Logo, precisariam parar para comer algo, afinal, a jovem não parecia ter sido muito bem tratada naquele lugar, então, começou a olhar ao redor.

Parou de caminhar e fechou os olhos, buscando ao redor se havia alguma fonte de água, instantaneamente, ela parou também e o observou.

Estava levemente frustrada.

Aquela máscara não permitia ela perceber muita coisa.

Viu quando ele abriu os olhos e começou a caminhar no sentindo direito. Confusa, ela o seguiu, afinal, o que mais poderia fazer?

Embrenharam-se por dentro da floresta. O ar era um pouco mais fresco, o sol não castigava tanto por cauda das altas copas das árvores. O que fez a mulher suspirar agradecida. Estava com fome, sede e cansada, mas mesmo assim, estava tão maravilhada com tudo que não iria reclamar. Queria chegar logo ao local onde saberia quem realmente era, mas os olhos verdes piscaram fascinados quando visualizaram um enorme campo a frente com flores.

Eram belíssimas tulipas.

Ela piscou fascinada, olhando aquela mistura de cores tão exóticas que chegavam a doer nos olhos claros.

Viu quando o mascarado seguiu por entre as flores e com cautela, ela o seguiu.

Os pés descalços tocaram o chão macio pela folhagem caída e ela sentiu cócegas. Eram tão macias e delicadas. Com delicadeza - desconhecida até por ela mesma - a jovem mulher ergueu uma mão, deslizando a ponta dos dedos pelas pétalas das flores, sentindo a maciez sobre a pele. A delicadeza da flor causava-lhe cócegas, fazendo-a colocar um pequeno sorriso nos lábios.

- O que é isso? - perguntou baixo, deslizando os dedos sobre a superfície.

- Hum? - olhou para ela, vendo a mesma parada, com os olhos presos nas flores - São tulipas.

- Tulipas... - apontou, baixo. Lentamente, abaixou-se e aproximou o nariz de uma flor, respirando fundo. Os olhos verdes fecharam enquanto ela inalava aquele cheiro - É bom...

- Sim. É. - murmurou, observando-a.

Sakura parecia uma criança, descobrindo tudo. Foi impossível não se questionar a respeito do que ela havia passado, sobre o que haviam feito a ela para que esquecesse de absolutamente tudo. E o mais importante: o que ela havia feito para ter passado por tudo isso?

Através Das SombrasWhere stories live. Discover now