Nove

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Como um fato já rotineiro para Rafaella, Manu foi a primeira a pedir para ir dormir naquela noite, seguida por Marcela e Gizelly. A garota decidiu dirigir por mais algumas horas e era quase meia noite quando ela, finalmente, encostou o caminhão para descansar.

-- Bem, então acho que vou lá para trás. -- Bianca disse, mexendo no boné que ainda estava em sua cabeça. Rafaella achou que ela havia ficado fofa e feliz demais com o boné e por isso não se atreveu a pedir de volta.

Bianca ainda estava no banco da frente e passou a maioria do tempo, depois que as meninas foram para trás, perguntando sobre os lugares que Rafaella já havia ido. Rafaella nunca se viu tão falante em toda a sua vida, pois respondeu de bom grado todas as perguntas de Bianca.

-- Certo. Boa noite, então. -- Rafaella disse e Bianca sorriu, retirando o boné de sua cabeça e o devolvendo para onde estava antes: A cabeça de Rafaella. Ela colocou o boné para trás em Rafaella e a mesma franziu o cenho.

-- Fica mais bonita assim. -- Bianca explicou ao ver a expressão confusa de Rafaella.

Rafaella corou e assentiu, agradecendo e Bianca se inclinou, dando um beijo no rosto de Rafaella e a pegando de surpresa. -- Eu realmente agradeço por estar me levando.

-- Não tem de quê. -- Rafaella respondeu. -- Mas não acha que deveria prestar queixa sobre o roubo de seu carro? -- Bianca corou e negou com a cabeça.

-- Não. Estou bem assim.

-- Mas...

-- Meu carro, minhas regras. -- Rafaella até tentou, mas gargalhou ao ouvir aquilo.

Bianca sorriu embasbacada por ter sido capaz de fazer Rafaella soltar semelhante som.

-- Certo. -- A mais velha respondeu ao fim da risada.

-- Rafa, posso assistir algo no DVD? -- Bianca perguntou ainda sorrindo e Rafaella entortou a boca, mas acabou assentindo. -- Sério? -- Perguntou surpresa, pois já esperava um não como resposta. Rafaella assentiu novamente e Bianca voltou a sorrir alegremente. -- Obrigada e, hm, boa noite.

Foi para o banco de trás após ouvir um curto boa noite de Rafaella. Rafaella se recostou em seu banco, mas ao se lembrar de algo se levantou na hora e se jogou na boléia tentando impedir Bianca de ligar aquela televisão.

-- Hm, parece interessante. -- Bianca disse segurando o riso. Havia duas garotas conversando e logo uma se inclinou e beijou a outra. Bianca se remexeu e pegou a capa do DVD, constatando que era um curta-metragem erótica.

-- Isso não é meu. -- Rafaella se apressou em dizer e Bianca riu.

-- Qual é o problema se fosse? Parece legal. -- Disse, soltando a capa do DVD e olhando para a tela. As garotas estavam em uma troca de beijos romântica, no entanto, a áurea pesada de excitação já estava presente na cena.

-- Eu, hm, não tenho esse tipo de conteúdo de filme. -- Rafaella fez menção de desligar a TV, mas a mão de Bianca tocou a sua, a impedindo de executar tal ação.

-- Não, eu quero ver.

-- Por quê? -- Rafaella perguntou.

-- É melhor do que ficar olhando para as paredes do caminhão. Não estou com sono.

-- Oh, certo. -- Disse corando. Bianca sorriu e lhe olhou.

-- Você não é virgem, é? Digo, nada contra se você é e não teria nada de errado nisso. É só uma dúvida.

-- Por que acha que sou virgem? -- Rafaella perguntou levemente irritada e Bianca sorriu, apoiando seu braço na parte de trás da almofada dali e encostando sua cabeça em sua mão.

-- Bem, você cora ao mencionar calcinhas e corou de novo ao falar do conteúdo do filme. -- Explicou, com um sorriso divertido nos lábios.

-- Bem, nem todos são despojados e descontraídos, tudo bem? -- Rafaella disse séria.

-- Então não é virgem?

-- Não, Bianca. Não sou virgem. -- Rafaella disse.

-- Ah. -- A garota respondeu rindo.

Seus olhos voltaram para a tela e agora as garotas estavam nuas, na areia da praia. Uma delas penetrou a outra e Bianca mordeu o próprio lábio; Aquilo a excitou um pouco. Rafaella quase perdeu seu alento ao ver a cena e depois acompanhar Bianca prender a ponta de seu lábio inferior entre seus dentes.

-- Elas estão na areia de uma praia de dia. Que loucas! -- Bianca disse, reparando Rafaella se remexer inquieta. -- Qual foi o lugar mais inusitado onde você já transou? -- A pergunta fez Rafaella contrair-se. O tom rouco de Bianca e a encarada nada discreta da garota para seus lábios fez sua calcinha umedecer.

-- Eu acho que nunca fiz em nenhum lugar além da cama e embaixo do chuveiro. -- Rafaella revelou constrangida.

-- O quê? Como não? Você tem esse caminhão e está me dizendo que nem aqui você transou?

-- Não que eu não tenha pensado em já ter sexo aqui, mas levo ele como uma coisa mais séria, então não, ainda não tive a oportunidade. -- Bianca tentou se comportar, mas quando viu já havia levantado sua sobrancelha de modo sugestivo e umedecido seus lábios, passando a mão esquerda pelo cabelo e o jogando para trás sutilmente.

-- Então leva a sério o sexo, hm? -- Perguntou sorrindo. -- Quer dizer que nunca teve sexo casual?

-- Pff, eu nunca disse isso. -- Bianca arqueou uma sobrancelha e Rafaella deixou os ombros caírem em derrota. -- Tudo bem, nunca tive.

-- Uau. Estou impressionada.

-- Você já? -- Rafaella perguntou, tentando não olhar para a cena onde a garota dava estocadas fundas e fortes.

-- Já, algumas poucas vezes, mas sim. Sempre estou aberta à opções. -- Bianca disse, lhe lançando uma piscadela e logo sorriu.

-- Eu, uh, vou dormir. -- Rafaella disse e Bianca riu baixinho.

-- Tem medo de mim? Eu não mordo, fique tranquila. Só sou bastante curiosa e por isso as perguntas, mas desculpe invadir o seu espaço.

-- Não invadiu. -- Rafaella disse, não muito certa de suas palavras. -- Só preciso acordar cedo para dirigir amanhã.

-- Certo, boa noite então, Rafaella.

-- Boa noite, Bianca. -- E assim que Rafaella foi para a frente Bianca lançou seu corpo para trás e respirou fundo. O que estava dando nela? E desde quando era tão curiosa e ousada daquele jeito?

Seus olhos foram para a tela e sentiu-se contrair em sua intimidade. Assistir aquilo não havia sido uma boa ideia, muito menos ao lado de uma mulher tão atraente como Rafaella.

A mais nova desligou a TV e se deitou, sentindo o sangue fervilhar por entre suas veias. Dormiria excitada pela segunda noite seguida e, definitivamente, isso não era uma coisa boa.

Destino Incerto | Rabia.Onde histórias criam vida. Descubra agora