Disorder | Jikook (Incompleta)

ato XXXII: eclipse

leiam as notas finais!

🐥 + 🐰

No início de todas as paixões, amores, afinidades e coisas platônicas, todas as pessoas envolvidas nessa relação sofrem por antecipação.

Criar expectativas. Criamos expectativas com tudo, seja com um projeto futuro, com a hora que chegaremos em casa, com um lanche, com amizades e principalmente, no amor.

Criar expectativas significa ter confiança (ou não) o suficiente pra se permitir acreditar e se jogar de cabeça em qualquer relação.

Eu confio em Jungkook e ele também confia em mim o suficiente pra criar expectativas em relação ao nosso futuro. Eu o quero sim na minha vida, só não tenho certeza se consigo ser a pessoa que vai ajudar ele em todas as circunstâncias, apesar de tudo, eu também sou quebrado.

Não chegamos a conversar sobre as falas de Jinwoo em relação ao nosso possível relacionamento, mas o jeito que ele pronunciou e intitulou como um "ainda" me faz flutuar.

Talvez essa seja a melhor parte dos relacionamentos, a espera, saber que independente de tudo, sempre teremos um ao outro, sempre teremos a quem nos confiar, seja um segredo ou uma coisa simples.

Por isso, hoje, agora mesmo, eu estou sentado o banco do motorista, observando Jeon Jungkook suar frio somente com a visão da casa do meu avô em sua frente.

— Jungkook, eu não entendo... — E este sou eu tentando entender o porquê dele estar tão absurdamente nervoso. — Porque esse nervosismo todo? Não é como se você nunca tivesse visto o meu avô, de fato, você até falou com ele!

— Jimin, pelo amor de deus, eu tô tremendo mais que um pinscher! — Ele murmura, tentando ficar calmo.

— Me diz, amor — Eu não consigo evitar rir do seu evidente nervosismo. — O que é que está te incomodando? Vovô é um anjo, ele vai te tratar muito bem, lembra que ele disse que você era um partidão?

— Pois então, agora eu me sinto um partidinho — Ele se encolhe contra o banco, claramente amedrontado. Que bebezinho.

— Jungkook, olha o seu tamanho, cara! — Eu tento melhorar a situação. — Você é lindo, inteligente, interessante, obviamente me ama muito e tem o sorriso mais lindo desse planeta. Ah! E eu esqueci o cheiro, vovô ama pessoas cheirosas!

— É que, sei lá, ele é o vovô Park! Ele é o dono de uma geração, se eu não conseguir impressionar ele, como que vou namorar o neto dele? Ele é tipo a pessoa mais importante do mundo pra você! — Ele pontua, e nessa hora, meu coração para por alguns segundos.

Namorar o neto dele.

Oh, Jesus, namorar. Me namorar.

Namorar euzinho, Park Jimin.

E subitamente eu não consigo ouvir mais nada do que ele fala. Jungkook treme e continua falando, mas tudo que eu consigo focar é no quão natural soou aquela palavra.

Poxa, me namorar. Que fofo.

— E... e então eu vou ficar nervoso e vou acabar tremendo na frente da sua mãe, do seu irmão, do seu avô... — Ele continua, gesticulando com as mãos.

Nesse momento, eu levo minhas mãos até a sua numa tentativa de pausar qualquer tremedeira que haja ali, acariciando brevemente, antes de me inclinar em sua direção e lhe roubar um beijo inesperado.

No meio da sua falatória, Jungkook se cala só para retribuir meu beijo, fechando os olhos, e, eventualmente, se entregando ao momento; seus ombros tensos relaxando aos pouquinhos.