Oásis de um lutador

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"Você não pode ter pensado nem por um segundo que eu concordaria--" O Katsuki começou a dizer, quase que começando a rir "Você não poderia--"

"Está decidido, Katsuki. Você e Ochako vão se casar. Eu não me importo com o que você quer ou deixa de querer, ela é a única pessoa que eu consigo pensar que vá conseguir dar um jeito em você." Ela balançou a cabeça negativamente.

"Tá bom, velha. Eu vou voltar pra academia e fingir que nada disso acabou de acontecer" O loiro disse, ainda tentando controlar o riso.

"Não, você não vai" Ela respondeu "Eu tranquei a academia. E seu quarto. Vamos conversar sobre isso."

"Que porra você pensa que está fazendo, velha?!" A voz dele havia subido alguns decibéis, e ele agora estava sério. Não, não sério, puto. "Me deixa em paz, caralho! Deixa eu viver a minha vida!"

"Você é um mimado desgraçado!" Ela gritou de volta para ele "Você utiliza da academia que eu e seu pai pagamos, da nossa casa, de tudo nosso... E não faz nada! Nada! Você se formou faz meses e ainda assim você não entrou numa faculdade! O que você está pensando?!"

"Que você não tivesse filhos então, sua velha do caralho! A vida é minha e eu faço o que eu quiser! Eu vou lutar, já falei pra você. Assim que tiver dinheiro vou sair dessa merda, e não quero nenhuma ajuda sua. Se você quiser que eu saia agora, eu saio também. Só se decida de uma vez, cacete!"

Masaru, Sara, Mathias e Ochako observavam tudo. Os três primeiros pareciam assustados ou preocupados com a situação, mas Ochako lançava ao garoto loiro um olhar de pura compreensão.

"Você é o único filho da família Bakugou!" Ela chiou, e, ao falar da família Bakugou, seu peito pareceu inflar em triunfo. "Você não ousará sair dessa casa. Eu não vou admitir isso. Se você quer brincar de lutinha por aí, vá em frente, eu estou lhe dando essa chance. Eu vou dar suporte à toda essa merda! Você só precisa se casar!"

" se casar?" O loiro riu. Se tivesse o poder de explodir coisas, a casa estaria em pedacinhos. Infelizmente, ele estava no mundo real, e não tinha poder algum "Casamento é uma porra séria, sua demente! E a vida é minha! Devolve a porra da chave da minha academia e do meu quarto! Agora!"

"Ou o quê, Katsuki? Você vai fugir de casa?" Ela zombou "Eu encontro você em menos de vinte e quatro horas."

"Você quer que eu mate você, velha? É isso que você quer?" Katsuki cerrava os punhos com tanta força que eles começavam a ficar vermelhos. Sua voz era quase um rugido. "Vai tomar no cu! Vai se foder! Puta que pariu!"

Ele virou de costas e começou a se retirar da sala, batendo forte com os pés no chão.

"Katsuki! Volte aqui agora!"

"Boa sorte me achando em menos de vinte quatro horas então, caralho!" Ele respondeu para ela, saindo da cozinha. Era óbvio que nenhum dos empregados teriam coragem de impedi-lo. Ouviu-se apenas o barulho de uma porta batendo com força.

Mitsuki suspirou longamente e colocou a mão no rosto, sentindo-se exausta. Masaru pôs a mão em seu ombro numa tentativa de dar-lhe suporte.

"Eu disse que ele era complicado..." Mitsuki murmurou para as visitas "Desculpe por isso tudo."

Ochako olhava para a porta por onde o garoto tinha saído, séria. Não esperava que ele fosse daquele jeito, apesar do que os pais haviam lhe contado. Sabia apenas que era desajustado com a família. A reação dele não significava muito, entretanto. Qualquer um ficaria daquele jeito diante de um casamento arranjado. Sentia-se compadecida pelo garoto. Não que fosse deixar ele saber disso, óbvio. Ele arrancaria sua cabeça.

DynamiteWhere stories live. Discover now