Pique-pega

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Ochako observava a velocidade com que a matriarca da família Bakugou ligava para todos os delegados, seguranças e policiais que conhecia e falava que seu filho estava desaparecido.

Uau... Contatos são mesmo tudo nessa vida... Ponderou a garota, observando a cena com curiosidade. Ela não sabia por que ela e seus pais ainda não tinham ido embora, e estava um pouco entediada. Não era como se ela e Katsuki fossem se casar naquele dia, certo? Eles não podiam ir para casa, então?

Não teve coragem de perguntar isso diretamente para os seus pais, é claro. Sua mãe parecia não se importar com a espera, e tinha um sorriso divertido no rosto ao observar Mitsuki dando ordens e descrevendo a roupa que Katsuki vestia. Seu pai, como sempre, estava feliz se sua mãe estivesse feliz.

Mas Ochako não aguentava mais aquilo tudo.

"Tudo bem se eu der uma volta?" Ela indagou em um murmúrio. "Pode ser que eu acabe achando ele ou algo assim".

Seu pai confirmou com um sorriso, e logo sua mãe sorriu também. Confiavam na filha. Ochako sabia disso. Ela nunca havia quebrado, e nem planejava quebrar, a confiança que eles tinham nela - Mas às vezes usava essa confiança a seu favor.

Passando a mão pelo vestido frufru, Ochako levantou-se e se retirou da sala de jantar silenciosamente. Não conhecia nada do bairro para procurar Katsuki - e, para falar a verdade, "procurar Katsuki" era apenas uma pequena mentira que ela havia inventado para fugir da mansão -, mas estava com o celular enfiado no sutiã caso precisasse de direções ou de ajuda.

Alguns empregados e empregadas lhe olhavam com curiosidade quanto ela passava. Lembrava-se do caminho até a entrada, apesar da casa ser grande, e logo chegou à porta principal.

"Esse lugar é tão grande que umas vinte pessoas poderiam estar morando aqui sem problemas..." Murmurou, olhando ao redor. O local não a deixava confortável, entretanto, então ela logo seguiu para o jardim, se adiantando para a saída da casa.

. . .

"E então eu dei um soco bem no rosto dele. Achei que tivesse ganhado" O garoto de cabelos vermelhos falava animadamente enquanto socava o saco de boxe à sua frente. "Mas não tinha. Ele segurou minha mão e torceu meu pulso. Aí eu que ganhei um soco no rosto." Riu.

Katsuki quase se permitiu dar um meio sorriso entre os socos. O garoto ao seu lado, recepcionista da academia na qual ele tinha decidido liberar seu ódio, estava lhe contando histórias de campeonatos nos quais ele tinha participado. O loiro não havia lhe perguntado nada, mas o ruivo, muito naturalmente, começou a falar com ele.

"Sua postura é boa quando você quer que ela seja boa" O ruivo comentou, rapidamente mudando de assunto ao não obter nenhuma reação do Katsuki. "Mas não lembro de já ter te visto em campeonatos. Você não era do jiu-jitsu?"

Katsuki não estava achando que Eijirou era particularmente um incômodo, mas a pergunta lhe fez lembrar de sua progenitora e, consequentemente, de toda a merda relacionada a casamento e a infernal garota de vestido frufru.

"Não." Respondeu, seco. Sua expressão de ódio, que havia relaxado um pouco, já dominava seu rosto outra vez.

"Entendi".

Haviam poucas coisas das quais Katsuki Bakugou não gostava de falar. Ele não se importava em discutir política ou quaisquer temas polêmicos. Tinha estudado o suficiente para saber das coisas que sabia com propriedade, e no caso de ser algum assunto que ele não soubesse, bastava mandar a pessoa tomar no cu temporariamente e ir pesquisar sobre.

As coisas que realmente lhe incomodavam eram:

1. Sua mãe, que tinha uma necessidade incontrolável em se meter em absolutamente tudo da sua vida;

DynamiteWhere stories live. Discover now