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B R A N C A

Entro dentro da casa puta de raiva.

— Branca? – Marina me desperta.

— Eu. – Me viro pra ela.

— Está bem?

Assinto.

— Tô sim. – Sorrio fechado. – Espero que os meninos tenham passado na padaria.

— Passamos. – Matias diz colocando a sacola na bancada. – Pedro dormindo ainda?

Assentimos

— Ele acordou todo mundo e agora está dormindo. – Bia diz.

Eu e Marina nos entreolhamos e começamos a rir.

— Vem culpar meu amigo não, tu que tava transando e acordando todo mundo guria. – Marina fala rindo. – Você é o próprio exemplo de uma pessoa cínica. – Ela balança a cabeça.

A porta é batida com força, assustando a todos.

— Que isso Bernardo? – Bia pergunta. – Que susto garoto.

— Você! É tudo culpa sua. – Ele avança pra cima da Bia, Nicolas entra na frente.

— Cê tá louco? – Ele empurra Bernardo. 

— Sai da minha frente Nicolas, é tudo culpa dessa vadia.

— Bernardo. – Fui para sua frente. – O que deu em você?

— É tudo culpa dela Branca, se ela não tivesse me pedido eu não teria feito. – Ele fala transtornado. – É culpa dela todos me odiarem. 

— Gente, o que tá acontecendo? – Pedro desce as escadas com sua cara amassada. 

— Nada, tudo vai se resolver. – Falo olhando para Bernardo. – Ninguém aqui te odeia, eu não te odeio.

— Odeia sim! Você está certa, eu sou um monstro. 

Balanço a cabeça.

Ai merda agora minhas próprias palavras se aplicam a mim, não use um trauma de uma pessoa como ofensa Branca.

— Eu falei na hora da raiva, não leve a sério o que eu falei, me desculpa não deveria ter falado assim com você.

— Branca. – Nicolas me chama. – O que ele te disse?

— A verdade. – Respondo. 

— Que verdade? – Bia fica de frente pra mim. – Que verdade que ele falou pra você Branca?

— Você sabe qual é a verdade, eu não preciso lembrar alguém do que ela mesma fez. 

— Eu? Eu não fiz nada, nada. – Bia fala calmamente. – Vocês três estão loucos.

— Tá vendo? – Bernardo aponta para a Bia. – Ela e Nicolas se merecem, dois cínicos.

E a bomba estoura em 1,2,3....

— O que você disse? – Nicolas indaga para Bernardo. – Eu sou cínico? Engraçado tenho certeza que peguei genética.

— Eu não sou irmão! – Bernardo responde.

— É sim, bastardo. – Nicolas revida.

— Você é covarde, porque não vem aqui e me mostra que é homem? 

— Eu não preciso provar que sou homem pra ninguém. – Nicolas cruza os braços.

Bernardo ri.

Através do espelho [✓]Donde viven las historias. Descúbrelo ahora