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P E D R O

— A gente pode gritar a frase das branquelas agora? – Pergunto.

— Não. – Fernanda e Júlia respondem ao mesmo tempo.

— Como vocês são chatas. – Faço careta.

— Pedro, a gente não vai gritar no meio do shopping. – Julia responde.

— Perderam todo o espírito da coisa. – Digo. 

— É hoje. – Fernanda me dá um sorriso malicioso.

— É hoje o que menina? 

Júlia dá um tapa no braço de Fernanda, cerrando os olhos.

— Meu sensor ninfeta está me dizendo que tem alguma coisa errada aqui.

— A Fernanda que é doida, ignora ela. 

— Isso mesmo, sou muito doida. – Ambas riram de forma estranha.

— Não nasci ontem apesar de ter essa cara de bebê.

— Esquece Pedro. – Fernanda me puxa de um lado e Júlia do outro. – Vamos fazer compras. 

— Adoro gastar dinheiro que não tenho. – Digo.

Começamos a andar pelo shopping, vim procurar uma roupa para jantar na casa dos meus sogros.

É bizarro pensar assim e ainda falar em voz alta. 

Viro o meu rosto para uma loja de roupas encontrando uma figura igualzinha a de Matias...espera?

Paro rapidamente.

— Pedro. – Júlia reclama. 

— Aquele ali é Matias?

— Aonde? – Fernanda pergunta.

— Tá cega porra, olha lá. – Falo.

— Você marcou com ele aqui? – Fernanda pergunta.

— Não! Ele me disse para vir sozinho. – Cruzo os braços. – Vou ficar paradinho aqui vendo o que ele vai fazer.

— Ou podemos ir comprar roupas. – Júlia sorri.

Faço minha cara de tédio e ela senta num banco.

— Vou morrer aqui. – Ela faz drama.

Foco meus olhos em Matias, logo uma mulher de cabelos morenos o puxa pelo braço. 

Arregalo os olhos.

— Pedro... – Fernanda tenta puxar meu braço.

— Não me tira daqui! Quero ver que porra tá acontecendo. 

Ele e a mulher entram para dentro da loja rindo.

— Eu vou até lá. – Falo não esperando a fala das minhas irmãs.

Entro na loja agachado.

— Senhor. – Uma voz feminina me fez virar a cabeça. – Está tudo bem?

— Aham. – Respondo caminhando atrás das roupas.

— Não parece.

— Moça. – Olho pra ela. – Sou um cara meio louco seguindo meu namorado pra saber se ele não está me traindo, você nunca teve uma loucura dessas?

— Não. – Ela balança a cabeça.

— Que pena, espero que um dia tenha. – Falo a deixando sozinha.

Chego perto de ambos.

— Eu estou tão feliz que tu está de volta. – Ouço a voz de Matias.

Através do espelho [✓]Onde histórias criam vida. Descubra agora