inspirar a brisa

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na inquietude que em minha'alma se aleita
sob a palidez da aurora que se espreita
lacrimejo cristalina água que desaba em nuvem fina
e o céu se mancha nublado — há profecia angelina:

"ao chuvisco bravio, o primaveril róseo míngua...
mas um pingo de mel caíra em tua língua!
vê, a macieira floresce, abrem-se pétalas alvacentas
e deleita-se com coradas frutas, doces e suculentas"

ao clamor do nuvioso querubim, minhas lágrimas evaporam ao desalento brumoso
me aquieto, enfim, sob a égide d'um manto calmoso
que envolve-me tal os lábios da rosa beijam minha face,
e a brisa gélida que me acaricía n'um enlace;

a manhã paira lá fora; a luz matutina pousa na íris
meu olhar áqueo, hialino avista a pálida amarílis... certa beleza evoca-de n'água de minha lágrima sonial
e com lentes amoriscadas viver faz-se belo, floral...
e o ar sopra fresco... a egéria me traz alento;
afinal, respiro fundo; vivo sendo tão leve: vou-me flutuar ao vento...!

lilium somniumWhere stories live. Discover now