Capítulo 21

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Acordo sentindo os braços de Luk me rodearem e suspiro me sentindo leve, quando o chamei para dormir comigo, não imaginava quão viciante era ter a presença dele, o efeito que ele tem para me relaxar é de outro mundo! Então desde aquele dia, mesmo sabendo que é algo vulgar, tenho o arrastado para cá durante a noite. Não que o mesmo reclamasse, pelo contrário, sempre vem com um sorriso no rosto, certamente por poder dormir em um colchão de verdade...

Devagar para não o acordar, me desvencilho do seu abraço e finalmente me levanto. Antes de ir fazer o nosso café da manhã, observo seu rosto e rapidamente pego o meu bloco de desenhos, começando a fazer alguns traços em cima do esboço que eu havia começado há alguns dias, se eu pudesse, ficaria o dia inteiro desenhando cada um de seus traços...

Ele se mexe e vira seu corpo, acabando com o meu tempo; guardo o bloco e sigo para a cozinha.

Me distraio enquanto como uma torrada, sendo levada pelos meus pensamentos para o dia que minha mãe voltou do trabalho e encontrou Luk e eu já dormindo, no meu quarto. Acordei com os gritos dela me chamando de traidora, dizendo que eu era uma vergonha por ter escolhido um homem e não a ela. Levei um susto tão grande que minha boca não movia, fiquei olhando e ouvindo todas as coisas horríveis que ela tinha a dizer, os braços de Luk ainda ao meu redor, me apertando a cada tremida que eu dava, podia sentir os olhos dele a fuzilando a cada palavra, e mais de uma vez tive que o beliscar por ele tentar falar algo, aquilo era entre eu e o ser gritante a minha frente, não o quero metido nisso, já basta eu me apoiar nele o tempo inteiro.

Balanço a cabeça, me fazendo retornar ao presente e volto para o quarto, o ressonar dele preenche o ambiente, me dando pena de o acordar, mas tenho que fazê-lo, senão perderemos o horário. Devagar, sento-me na cama e tiro algumas mechas de cabelo que cobriam seu rosto, faço carinho em sua face, o vendo suspirar ainda dormindo e acho graça do seu jeito quase inocente quando dorme.

— Luk, acorde, temos que ir trabalhar... — falo em seu ouvido, mas parece não adiantar muito. — Vamos, acorde! — balanço o seu corpo pesado em mais uma tentativa, em vão.

Então aproximo meu rosto do seu e colo nossos lábios em um selinho demorado, que o faz despertar.

— Bom dia. — pronuncia com a voz rouca assim que nos separamos. — Nos atrasei? — pergunta enquanto se senta na cama.

— Não, apenas te deixei dormir mais um pouco, vá tomar banho que eu irei terminar de me arrumar, o café já está na mesa! — me levanto e vou colocar meu uniforme.

Enquanto tento domar o meu cabelo com um pente, penso na minha relação com o Luk, sempre sou surpreendida com a afinidade que temos um com o outro, e isso só aumenta a confiança entre nós. É incrível como apenas observando alguns gestos, sei quando Luk está animado, com raiva ou simplesmente querendo ficar na dele (algo que acontece muito), muitas das vezes, não precisamos de palavras para saber o que está se passando em nossas mentes, acho que isso acontece devido ele ter sido o meu anjo... Talvez seja um reflexo do divino que carrega ou coisa assim.

— Ayla, já estou pronto, vamos? — viro e me deparo com a sua figura, com a roupa amarrotada e o cabelo pingando.

É, ele realmente odeia se atrasar...

[...]

Estou anotando os números dos livros para o registro quando sinto um toque em meu braço, e não sei se fico surpresa por estar vendo minha mãe fora de seu trabalho ou por estar a vendo em uma biblioteca.

— O que faz aqui? — pergunto em um tom baixo.

— Ora, sua monstrinha, quero conversar com você, já que não podemos nos falar em casa com o seu brutamontes te seguindo...

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