Entre as páginas

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Camila Cabello.

Eu estava sentada sobre uma de minhas pernas de maneira relaxada sobre a cadeira. Trabalhava na minha maratona de e-mails diária, verificando e encaminhando para a caixa pessoal os assuntos mais importantes.

De repente o telefone tocou.

- Venha até minha sala! - A voz saiu autoritária da mulher de cabelos castanhos.

Acabei suspirando antes de me levantar e colocar os saltos que eu havia retirado para descansar os pés. Não demorou muito para que eles estivessem se chocando contra o piso da sala de espera.

Eu me sentia em um looping eterno. Onde um dia era extremamente igual ao outro e onde em todos eles a mesma coisa se repetia.

A tarde havia sido relativamente tranquila, algumas ligações e recados. Eram cinco horas e minhas tarefas estavam em ordem. Já havia inclusive adiantado algumas atas que eu sabia que ela pediria no dia seguinte. Depois do almoço, Jauregui se trancou em sua sala, pedindo para não ser incomodada, e por mais que não tivéssemos trocado mais de três frases, eu sabia que tinha algo acontecendo.

Minha chefe parecia aérea e pensativa, coisas não muito comuns de se ver.

Diante a porta da sala dela, arrumei meu cabelo, tendo a certeza de que estava apresentável antes de bater e receber um curto "entre" como resposta.

Meu esforço foi inútil, assim que a porta se abriu uma corrente de ar fez com que meus fios voassem, provavelmente me deixando com uma aparência desgrenhada.

Travei o maxilar.

O ar-condicionado estava ligado, fazendo com que um arrepio corresse seu corpo. Internamente meus olhos rolavam, por que manter o lugar tão frio?

"Bem, ela é como uma pedra de gelo. Deve se sentir confortável" pensei comigo mesma, tomando cuidado para não verbalizar.

Lauren estava de costa, observando o pôr de o sol refletir sobre a cidade e em alguns prédios ao lado. O tom alaranjado da sala, fazia com que os cabelos castanhos parecessem ainda mais claros. O copo de bebida - esse sempre fiel a ela em tardes como aquela - se fazia presente em sua mão.

Uísque?

Licor?

Vodca?

Quem sabe os três misturados?

Eu não saberia dizer, não costumava tomar nenhum álcool além dos champanhes das festas que era obrigada a frequentar ao lado dela. De modo geral, na maioria das vezes eu me mantinha longe das bebidas, minha família não ostentava um histórico muito bom com elas, e eu não queria me tornar igual a eles.

- Sente-se - Ela falou calma, finalmente se virando. E sob o olhar dela, caminhei até uma das cadeiras de frente para sua mesa - Quero te fazer algumas perguntas.

- Sim... - Incentivei abrindo a agenda que esteve o tempo todo em minha mão, crente que ela me perguntaria algo sobre o seu horário.

- Até que horas ficou aqui ontem?

Meu olhar se ergueu ao mesmo tempo que meu cenho se franzida.

Breakaway (Camren)Where stories live. Discover now