Capítulo 46

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Paizão : Vi tu beijando a mina. - Apareceu atrás de mim e eu olhei pra ele.

Vitinho : Nem fala, deu mó b.o! - Ele riu. - Tô com umas paradas com outra maluca aí!

Paizão : E tu gosta de quem, caralho? - Eu ri.

Vitinho : Nem sei o quê eu to sentindo, papo reto! - Sentei e ele negou.

Paizão : Tem que correr atrás do quê tu quer mané, pode deixar a mina fugir só por orgulho não! Nem por outras que não vão te dar futuro. Aí, elas só querem teu dinheiro e ostentação, fica esperto! - Assenti.

Vitinho : Ela é mó diferente, procede? Ela não tem medo, ela me enfrenta, enquanto as outras quando eu olho já baixam a cabeça. Eu gosto pra caralho do jeito dela. Mas ontem ela falou uns bagulho pra mim que eu tô puto pra caralho!

Paizão : Tá gamado na mina, fala tu! - Bateu de leve no meu ombro.

Vitinho : Que gamado rapá? Sou bandido! - Ele negou.

Paizão : Da em alguma coisa? Se liga!

Vitinho: Tem outra parada também que eu não contei pra ninguém. - Ele me olhou e puxou um verdinho esperando eu falar. - Se tua muié ver, vai ser bagulho feio. - Apontei pro verdinho.

Paizão : Fica mec! - Assenti.

Vitinho : Fui na casa da Vó dela com ela um dias desses e descobri que o pai dela era policial.

Paizão : E daí? Era? - Concordei dizendo que ele tinha morrido. - Porra!

Vitinho : Foi ele que matou meu pai. - Cocei a cabeça e a expressão dele mudou.

Paizão : Vou matar! Aonde é a casa dela? - Se levantou colocando o verde em cima da mesa.

Vitinho : Po, senta aí! - Segurei ele forçando a sentar na cadeira e ele se soltou.

Paizão : Não caralho! Fala logo! - Gritou e eu me levantei também.

Vitinho : Aquieta a porra do cu aí! - Encarei ele.

Paizão : Tu não fez nada? - Olhou pra mim e eu neguei.

Vitinho : Ela não tem culpa! - Sentei e falei calmo.

Ele sentou e tentou se acalmar. Conhecia bem ele... É aquele tipo de pessoa que age pela emoção.

Paizão : Isso tu tem razão... - Abaixou o tom de voz.

Vitinho : Vou colar ali. Tenho que ver bagulho do baile - Sai.

Fui andando pra quadra e vi os moleques jogando bola.

Ta maluco? Minha cabeça ta a milhão.

Gustavinho : E aí tio, vamo jogar bola? - Chegou soado.

Vitinho : Agora não dá fiot e sai de perto que eu tô fumando. - Nem olhei pra ele e continuei bolando.

Gustavinho : Deixa eu fumar também, tio? - Olhei pra ele.

Vitinho : Tá maluco caralho? Tem que estudar, jae? - Dei um tapa na cabeça dele.

Paula : Já vimos que tu se dá bem com criança! - A voz da desgraçada surge atrás de mim.

Vitinho : Não fode! - Falei sem olhar pra ela.

Paula : A gente pode conversar com maturidade? - Sentou do meu lado.

Vitinho : Também to querendo da uns papo em tu. - Dei uns tragos.

Paula : Tu tem algo com aquela piranha de esquina? - Neguei. - Tá, mas por quê tu tava na casa dela? - Revirei os olhos.

Vitinho : Fui lá só bater uns lero com ela e rolou, procede? Nem te devo satisfação, pô!

Não tinha pra quê eu mentir pra morena, tô leve e sereno.

Paula : Então vai tomar no cu! - Gritou.

Vitinho : Vamo conversar com maturidade? - Debochou.

Paula : Tu é muito idiota! - Ri.

Vitinho : A gente fica as vezes, né?

Paula : Isso significa que a gente tem alguma coisa? - Mudou o tom de voz.

Vitinho : Uns ficas? - Ela respirou fundo.

Paula : Se não quer assumir, é por quê tem outras no contato. Olhou pra baixo debochando.

Vitinho : O que ninguém sabe, ninguém estraga, morena! - Cantei.

Paula : Então vai ser assim? Você fica com quem você quiser e eu também? - Assenti e ela saiu puta.

Acho que era efeito da droga e mesmo assim eu ainda to puto com ela.

Brotei na casa do Chapa e vi os bagulhos do baile.

Vitinho : Tudo no esquema? - Ele assentiu.

Tudo Aconteceu. (CONCLUÍDO)Où les histoires vivent. Découvrez maintenant