Triste Pra Sempre

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Narrador: Jão

Depois da nossa despedida, eu e Pedro convivemos mais tranquilamente, mas aquela paz partiu o meu coração bem mais que qualquer outro momento com ele. Hoje eu deveria estar bem, mas por que então eu sinto que vou ser triste para sempre?

Ao menos toda essa tristeza é boa para algo: pego meu violão e uma nova música vem fácil para mim.

Hoje eu queria 'tá bem
Pra te levar por aí
Ser engraçado, bem disposto
E te convencer de mim
Eu entendo querer mais
Por isso eu parei de ligar
E a fundo seguindo pessoas que odeio no meu celular
Eu quero ser maior
Eu quero ser melhor
Me quero mais bonito
Eu quero estar contente
Mas eu simplesmente não consigo

Eu ando pela rua
E nada mais me surpreende
Eu era melhor no passado
Do que eu sou no presente
Tenho medo de ser só isso
Minha vida daqui pra frente
*orra eu não quero ser triste pra sempre

Largo o meu violão e decido que preciso de um tempo. Um tempo só para mim. Abro meu computador e compro passagens antes que eu desista da ideia Se eu parasse para pensar, eu não faria e se eu contasse para alguém, eles não deixariam.

Mas eu preciso de um tempo longe de tudo isso para aceitar a presença constante de Pedro na minha vida (não do jeito que eu queria). Preciso esquecer isso e voltar a focar na turnê.

 Preciso esquecer isso e voltar a focar na turnê

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Narradora: Mari

Hoje eu queria estar bem, engraçada e bem disposta como antes, mas eu simplesmente não consigo. Eu convenci a mim mesma que aquele encontro com o Jão na festa tinha sido apenas um sonho doido da minha cabeça (o que me deixava triste, mas não tão triste quanto pensar que ele não tinha nem me dado um tchau).

Eu não queria acreditar que ele e Pedro estavam juntos. Aquilo era demais para o meu coraçãozinho.

Ali estava eu me alongando com as meninas para mais um treino enquanto a minha mente vagava entre estar triste por causa do Jão ou estar triste por não ter conseguido nenhum estágio até agora. As férias escorriam por entre os meus dedos e eu não queria que elas passassem tão rápido.

- Mari, ninguém aguenta mais ver você com essa cara de quem está com dor de barriga - a Vi disse.

Eu tentei sorrir.

- Credo, volta para a cara de dor que essa careta aí é muito estranha - a We disse.

- Parem de encher a coitada. Mas, Mari, você conseguiu aprender sua música solo?- a Gi perguntou e eu neguei com a cabeça.

Eu mal conseguia pegar a coreografia que ela passava todos os sábado e agora elas tinham decidido que cada uma iria apresentar uma música solo. Era demais para o meu pobre corpo.

- Você ao menos tentou? - a Gi perguntou.

Eu não diria que eu não tinha tentado... Eu tinha ligado a música, visto o clipe. Olhado de novo e simplesmente percebi que não tinha entendido nada depois dos primeiros 2 segundos de música (em que todos ficavam parados esperando a batida começar).

-Tentei, mas foi mais difícil que eu imaginava - eu falei e as meninas suspiraram exasperadas.

- Eu aprendi Latata - a Mand falou e eu fui salva - querem ver?

- Isso, aprensenta para nós, depois eu posso dançar Chocolate Love - a Nat chegou (atrasada de novo) e mostrou os leques.

- Eu apresento depois Gogobebe então - a We falou.

- Querem que eu dance Kill this love ou Dance the night away? - a Gi perguntou.

- As duas! - a Vi falou - eu vou dançar Shine.

E lá estava eu me alongando infinitamente e não falando nada para que ninguém lembrasse que eu não iria apresentar nada.

Enquanto a Mand dançava, a Vi sentou do meu lado e perguntou baixinho:

- Está tudo bem mesmo? Não aguento mais ver você triste assim.

- Nem eu aguento me ver assim, eu só nao consigo voltar ao modo Mari sempre feliz. Cada lugar dessa cidade só me faz lembrar de alguma entrevista que fiz e não passei - eu falei baixinho enquanto olhava para a Mand. Ela dançava bem demais.

- Que tal uma mudança de ares? Lembra que eu, minha vó e meu pai íamos para a Espanha semana que vem? - ela perguntou.

-Sim, vocês não vão mais? - eu perguntei.

- Vamos só eu e minha vó. O pai vai ter que viajar a trabalho - ela falou - então, se quiser podemos mudar a passagem pro seu nome, a tacha não é tão cara assim. Você tem passaporte, não?

- Sim, eu tenho. Mas, de verdade? - eu perguntei me animando um pouco.

- Sim, vamos ficar na minha tia, mas ao menos lá nenhuma empresa te disse não. Topa? Aí a gente já faz isso hoje - a Vi falou enquanto abria um salgadinho.

- Claro que sim, como eu recusaria uma viagem internacional? Você não tinha nada mais saudável para comer não? - eu perguntei enquanto roubava um.

- Ah, Mariana, não começa. Presta atenção nas dança. Não pense que esqueci que você não treinou - ela puxou o pacote para si.

- Ei, parem de fazer tanto barulho aí - A Gi gritou.

Eu e Vi nos olhamos e reviramos os olhos.
Eu ia para a Espanha.

ES PA NHA

Um sorriso brotou no meu rosto. Eu estava me sentindo como aquelas pessoas que viajavam ao redor do mundo. (Ok. Eu tinha ido para Portugal e agora iria para a Espanha, não era tão a redor do mundo assim, mas para mim é, ok?)

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Você já viajou para fora do Brasil?
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