Status: Concluída, em revisão.
Mari, uma estudante de engenharia química super organizada e determinada sofre um acidente fatal em seu coração.
O diagnóstico? Um amor a primeira música quando escutou o Jão cantar.
O remédio? Iniciar uma carreira de...
O Tom Brasil estava lotado. O show tinha sido mágico de novo. Todos cantaram comigo e era como se estivéssimos cantando na mesma frequência, como um só. Foi com toda a certeza o melhor começo de aniversário que eu poderia pedir.
No fim do show chamei todos para virem até o meu apartamento - não era grande mas a gente dava um jeito. Eu queria dividir aquela energia e comemorar o meu aniversário com eles. Nem que fosse o mesmo de sempre, uma pizza e risadas.
Assim que cheguei na porta olhei para a Malu. Eu não tinha ideia de onde eu tinha colocado as chaves - fazia tempo que eu não parava ali. Ontem estava em Minas e hoje quando cheguei em São Paulo fui direto para o Tom Brasil. A turnê mal tinha começado e eu já estava perdido.
- Malu, deixei a minha chave com você? - ela fez que não e desviou o olhar de um jeito estranho.
Droga. Só o que faltava era não conseguir entrar em casa no dia do meu aniversário.
- Hum, está comigo - Pedro falou enquanto jogava a chave para eu abrir a porta do apartamento.
Eu mal tinha visto ele hoje. Onde foi que ele se meteu? E por que ele estava com a minha chave?
Olhei sem entender e dei de ombros. Eu não ia me estressar com isso agora.
Assim que acendi as luzes tomei o maior susto da minha vida.
O apartamento estava cheio.
Meu pai e minha mãe gritavam: "surpresa" enquanto corriam me abraçar.
Bella lançava confetes em mim.
Até a Giovana, a minha prima, estava ali segurando uma garrafa de champanhe e gritando parabéns.
Sorri sem acreditar que eles tinham vindo até ali para o meu aniversário.
Pedro tirou um bolo da geladeira (aquilo era chocolate em cima?) enquanto a Malu acendia as velas.
O Renan começou a cantar parabéns e eu nunca me senti tão amado e feliz na minha vida.
A melhor decisão que tinha tomado até hoje era ter escolhido os meus melhores amigos da faculdade para serem a minha equipe.
Eu não conseguia parar de sorrir. Aquilo era simplesmente perfeito.
Talvez eu precisasse de um banho depois do show, mas ninguém pareceu notar isso enquanto me abraçavam e desejavam feliz aniversário.
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Narradora: Mari
- Feliz Aniversário - não eram nem 5 horas da manhã quando o meu celular tocou.
Eu tentei segurar um bocejo antes de dizer alô. Não deu muito certo.
- Opa, desculpa, eu te acordei? - Gui falou - eu sempre esqueço do fuso horário.
Caso eu não tenha falado, o nome do menino de Portugal é Gui (estava na hora já, não é mesmo?)
Sentei na cama e estiquei os meus braços tentando mandar a preguiça embora.
- Sim, você me acordou. Mas se te consola, você foi o primeiro a me dar parabéns - eu disse sorrindo (ou quase sorrindo, não sei se alguém consegue ser acordado às 5 horas da manhã em um domingo e sorrir de verdade).
-E quais os planos para hoje? - ele perguntou.
- Comer muito bolo e bolinha de queijo - minha barriga roncou só de pensar. A minha parte favorita de todos os aniversários era a comida.
Escutei uma risada cortada pelo telefone.
- Isso foi a sua barriga? - Gui tentou falar entre risos.
- Talvez? - eu respondi baixinho. O sangue subiu para as minhas bochechas enquanto eu morria de vergonha e me escondia nas cobertas.
Ele riu mais ainda.
- Vou deixar você dormir - ele fez uma pausa - ou deveria deixar você ir comer?
Eu nasci para passar vergonha. É isso.
- Brincadeira. Mas, agora falando sério, hoje vou passar em algumas lojas aqui e comprar as coisas que a minha família pediu para levar pro Brasil, acho melhor eu ir logo - ele falou dando um suspiro - quero só ver como vou levar pro Brasil essa lista de compras gigantes.
Eu mal acreditava que daqui a pouco ele ia estar de volta no Brasil, faltava pouco tempo para acabarem as aulas lá. Fazia quase um ano que eu não o via.
Depois de me despedir (ou só soltar grunhidos no telefone), eu me enrolei nas cobertas e voltei a dormir até quase a hora do almoço - a vantage. de ser a aniversariante é que você pode dormir até tarde sem que sua mãe te peça para descascar as batatas.
Lá pelas 3 horas da tarde a casa começou a ficar cheia. Eram tantos parentes e amigos que tinha gente sentada até na escada.
-Feliz Aniversário! - as meninas do Pop Yellow chegaram todas juntas e segurando um pacote de presente.
- Obrigada, meninas - podem tentar achar um lugar para sentar ali perto da cozinha.
Abracei todas elas e abri o embrulho.
Era um CD.
DO JÃO.
UM. CD. DO. JÃO.
AAAAH.
Eu amo essas garotas.
- Mari, chorar não é exagero? - a Vi perguntou revirando os olhos - é só um CD.
- Vi, deixa ela chorar, quer dizer que ela gostou - a We falou para Vi e depois virou para mim - chora mesmo, Mari, isso deu trabalho achar.
Olhar para aquele CD me lembrou do Jão.
Hoje era aniversário dele também.
Droga. Como eu fui me esquecer?
Hoje era o NOSSO aniversário.
- Mariana, vai ficar aí chorando em cima desse CD ou vai oferecer comida para as suas amigas? - minha mãe gritou da sala com a mão na cintura.
Sequei as lágrimas e fui buscar um prato com salgadinhos.
Eu não sei como você comemora o seu aniversário, mas aqui em casa só sentamos, jogamos papo fora (fofocamos de tudo, basicamente) e comemos até não aguentar mais.
E é por isso que era quase meia noite quando finalmente as últimas pessoas foram embora e começamos a arrumar a casa.
Eu finalmente vi pude pegar o CD do Jão e ficar admirando cada detalhe.
A questão era:
Mandar ou não mandar feliz aniversário?
Era tarde demais?
Eu estava em um dilema: queria que ele me desse parabéns também (sou egoísta por isso?), mas não queria pedir para ele isso.
Dar parabéns era demais? Ele ia achar que eu dei parabéns só para ele me dar parabéns?
Faltavam 2 minutos para meia noite quando tomei coragem e mandei uma foto do meu bolo (os bolos da minha mãe eram os melhores) e escrevi:
"Feliz aniversário para nós".
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O que não pode faltar no seu aniversário? ______________________________________
