𝐁𝐀𝐊𝐔𝐆𝐎 𝐊𝐀𝐓𝐒𝐔𝐊𝐈, 𝐜𝐨𝐦𝐨 𝐧𝐚𝐦𝐨𝐫𝐚𝐝𝐨

• festival desportivo •

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- Que que eu perdi? - a garota pergunta assim que pisa aonde os amigos estavam.

- Você vai lutar contra o Todoroki. - respondem em uníssono, sem desviarem o olhar da luta que tava ocorrendo.

- E é a próxima já. - Mina avisa.

- Ah, que ótimo! - exclama irônica. - Metade de mim vai sair esfolada, e a outra queimada.

- Larga de ser exagerada. - Katsuki diz, aparecendo atrás dela. - Você é mais forte que ele.

- Mas ele tem mais treinamento. - retruca.

- Mas ele não tem a mesma potência que você tem. S/N, com todo o respeito, tu é apelona demais, e com todo certeza vai conseguir derrotar o Shoto. - Kiri se intromete, deixando o casal levemente impressionado, e corando por isso. - Só tô dizendo. - desvia o olhar.

- Valeu Kiri. - a garota sussurra no ouvido do ruivo, deixando um beijo na bochecha quente. - Depois quero falar com você. - ele sem confiar muito na própria voz, assente.

Katsuki fica sério com a cena que se desenrolava em sua frente. Tinha dito para a namorada que não tinha problema envolver outra pessoa na relação íntima - sexo - dos dois, vulgo Kirishima Eijirou, mas não conseguia evitar se sentir levemente incomodado com a proximidade dos dois.

Admitia pra si mesmo que sentia tesão em Kirishima, mas seu coração batia por S/N, e somente ela. Era complicado consolidar a ideia de que iria dividí-la - nem que fosse por apenas um dia.

A garota deixou um selinho no loiro quando o viu se emburrar novamente, se virando para sair.

- Eu já vou indo. Torçam por mim. - e sem esperar respostas, se foi, andando rapidamente e de vez em quando saltitando.

Quando atravessou o túnel, a luta que acontecia já havia acabado, e Midnight já se preparava para anuncia-la. Respirou fundo quando ouviu seu nome, logo entrando na arena, encarando o rapaz de olhos e cabelos bicolores com firmeza.

Detestava se sentir um animal preso em uma gaiola com toda aquela platéia a observando? Sim, detestava. No entanto, detestava mais ainda perder.

- Saiba que não é porque você é minha amiga que eu vou pegar leve com você. - Shoto avisa, em tom irônico. A garota sorri de lado, respondendo a altura.

- Assim eu espero, detestaria acabar com você tão facilmente. - o garoto arregala os olhos com as palavras da garota, mas logo se recupera, voltando a se concentrar.

O apito soa, e a luta dos dois pré-adultos se inicia. Todoroki, sem deixar S/N sequer pensar em se mover, ativa suas duas individualidades, queimando um lado da garota e congelando o outro.

Uma fumaça se ergue, e o que aparece assim que esta se dissipa, surpreende e causa espanto nas pessoas. A garota continuava intacta. Tirando metade da roupa que estava queimada e a perna esquerda que estava congelada presa ao chão, ela estava perfeitamente bem.

S/N suspira, abrindo os olhos, mostrando a intensa cor sangue neles. Sorriu ladina, desprendendo o pé do gelo com apenas um puxão. Sem dizer nada, termina de rasgar as roupas, deixando a mostra seus seios e a barriga, deixando o meio a meio corado e os outros surpresos. Todos puderam ver a pele da garota se tranformando, as escamas tampando sua nudez, uma calda escamosa rasgando o resto do uniforme, as garras que saíram salientes das unhas, assim como as asas de morcego, que se ergueram majestosas ao redor da morena.

A roupa que lhe cobria o corpo se encontrava toda rasgada no chão, e tudo o que eles viam, era o demônio azul, de corpo esbelto, aparência vertiginosa e olhos amedrontadores. Este ainda não tinha nome, mas seria útil contra o meio ruivo, que ainda estava chocado.

Fechando os punhos, saltou, mergulhando em uma velocidade extrema contra Todoroki, que recobrou sua consciência tarde demais. Deus, mas ela era tão linda! - pensou.

Foi acertado por um soco no estômago, e por pouco - graças ao gelo que se movia em sua mão - ele não ultrapassa os limites da arena. S/N arqueou uma sobrancelha, avançando cada vez mais rápido, o espírito selvagem da besta escolhida a motivando mais e mais.

A luta estava acirrada. A garota era forte, e acertava sem dó nem piedade os lugares que mais causavam dor no garoto. E Todoroki era orgulhoso demais para apenas desistir. Mas não teve como evitar a perda, quando o demônio azul se aproximou abrupto, perto demais de seu rosto - o fazendo respirar o perfume natural da garota - e o empurrar fortemente contra uma das paredes da arquibancada, causando até mesmo uma cratera devido a força bruta. Shoto desmaiou na hora.

Havia perdido, no entanto, estava orgulhoso de sua amiga. S/N seria uma ótima heroína no futuro.

Com um peso na consciência e ignorando os aplausos e assovios, ajudou os paramédicos a levarem o corpo inerte do garoto, ainda transformada. Não podia se transformar de volta já que suas roupas foram dizimadas.

Assim que teve certeza de que o meio ruivo estava bem, saiu da enfermaria, dando de cara com Endeavor.

- Parabéns pela vitória senhorita, creio que queira algo para se vestir. - ofereceu uma camisa grande - ou melhor dizendo, enorme - para a morena, que o encarou desconfiada.

- Valeu...? - pegou a camisa e a vestiu, se sentindo confortável para voltar ao normal após ver que cobria um pouco mais abaixo de sua bunda. Nem sua calcinha havia escapado do fogo de Todoroki Shoto.

- Você me lembra alguém. - tencionou ao ouvir a voz grossa mais perto. - Qual era o nome do seu pai? - encarou o herói, sem se deixar intimidar.

- Acho que você já sabe. - responde seca.

- É só uma pergunta criança, não precisa ficar na defensiva. - os olhos azuis brilhando em uma diversão sádica, tentado a provocar garota.

Queria saber se ela perderia o controle tão facilmente quanto ele perdeu.

- Uma pergunta? Então me permita fazer uma ao senhor. Por que caralhos vocês estão de olho em mim? - direta, grossa e sem desviar os olhos do homem alto.

Ele arqueou uma sobrancelha.

- Quem disse-

- Ah senhor, me poupe! - ironia transbordando na voz. - Achou mesmo que eu não ia perceber os olhares de vocês, o modo cauteloso dos vigias sempre que eu tô perto e principalmente a barreira feita para ser usada justamente contra mim? Eu posso até ser lerda senhor, mas burra não sou. - decretou raivosa.

Após um momento em silêncio, o ruivo de barba flamejante fala:

- Tem razão, estamos vigiando você.

- Por que? - ácida.

- Porque foi nessa mesma época, com a sua idade, que seu pai começou a se perder. - a garota estreitou os olhos. - Sabemos tudo sobre ele, o que ele fez, quem ele era, quem ele é. - reforçou, e a garota engoliu em seco. - E temos medo que você se torne igual a ele.

- Só porque minha individualidade é parecida com a dele? - mais uma vez, usa a ironia.

- Não senhorita Herrera. - se aproxima, e a garota se prensa na parede querendo manter distância. - Temos medo, porque você é muito mais do que seu pai é, e se não controlada, pode acabar destruindo o mundo pouco a pouco.