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📍Maldonado.
Dezembro de 2018.

« Alana »

Pego o último casaco do Luan sob a cama para pendurar quando ele chega no quarto e guarda o celular no bolso da calça.

—    Preciso sair - Diz ao se aproximar e pega o casaco da minha mão.
—    Onde cê vai?
— Tratar de negócios, Alana.
—    Ué, mas os seus negócios não são os nossos negócios? - Ele revira os olhos e me encara.
—     Quer vir? Então vem.

Responde ao virar as costas e já segue pra fora do quarto. Pego o meu celular e o sigo, pegando a chave de casa que estava no aparador no hall de entrada.
Seguimos em direção ao carro e quando começamos a nos mover, começo a me perguntar onde iríamos.

—    Que negócios são esses?
—    O Índio está no Uruguai - Ele responde - Parece que a nobreza decidiu vir visitar a plebe - Continua em tom de desdém.

Logo entendi o que é que estávamos fazendo. Eu nunca vi esse tal de "Índio", ou essa "nobreza" a qual o meu namorado se refere e não é algo que me importa tanto, afinal eu estou ali pra trabalhar e conseguir sobreviver.
Ele para o carro na frente de uma enorme mansão e fala para um interruptor que ali tem.

— Luan Soares, Alana Monteiro.

Os portões abrem e a gente entra. Fazemos duas curvas enormes e então o Luan estaciona perto de uns carros que estão ali na frente da garagem.
A mansão estava localizada bem no topo, a gente podia ver Maldonado inteiro, bem perto da praia e ao redor, uma floresta. Um moço vem na direção do Luan e eles se cumprimentam, pareciam empolgados por se verem, conversando entre si enquanto eu só fico atenta aos detalhes a minha volta. O tráfico é lucrativo mesmo.

—    Essa? É Alana - Escuto o Luan falar e me aproximo.
—    Muito prazer, Alana. Sou o Rogério - Ele estica a mão e eu aperto.
—    O coelho - Luan continua e eu me toco. Falavam muito dele.
—    Igualmente - Sorrio.

Luan se aproxima e abraça a minha cintura, então entramos acompanhados pelo Coelho. Na sala, tinha um moço sentado no sofá com uma Bíblia na mão enquanto conversava com um outro que prestava atenção e não muito longe, tinha um de dreads bolando um baseado, o que deixava aquela cena até engraçada.

—    Lembra do Cleyton? - Coelho pergunta e o moço que escutava o rapaz da Bíblia olha na nossa direção.
—     Coé rapaziada? - se levanta e dirige a nós - O chefe tá esperando você.

Ele cumprimenta o Luan e em seguida estica a mão para me cumprimentar. O tal Cleyton fala qualquer coisa para os outros moços e depois nos indica o caminho, mas o Coelho fica para trás.
Paramos em frente a uma porta preta de correr e escutamos gargalhadas vindas lá de dentro. Cleyton bate antes de empurrar a porta, revelando dois homens na sala. Logo identifiquei quem era o Índio, entendendo a razão do apelido.
Ele estava sentado numa poltrona atrás de uma mesa com um copo de whisky na mão e um charuto. Usava um robe bordô e não parecia usar uma blusa por baixo. Ria com um moço que eu tinha visto uma vez, ele estava sentado na beirada de uma janela, tinha o cabelo ondulado, mas curto, só que o nome dele era esquisito demais para eu lembrar.

—    Eae patrão - Luan diz sorrindo.
—    Fala Luanzito - Ele se levanta e vem na nossa direção - Que bom ver você, cara.

𝙰𝚖𝚘𝚛 𝚎 𝙲𝚘𝚌𝚊𝚒𝚗𝚎.Onde histórias criam vida. Descubra agora