•Capítulo 47•

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Catarina

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Catarina

Quando estou chorando desenvolvi uma espécie de mecanismo de defesa, para nunca incomodar ninguém com meus soluços desesperados, ou os gritos latejantes.

Engolia o choro, pressionava meu próprio pescoço de modo a comprimir aquilo de volta para mim, afinal eu era rica, tinha tudo, então, porque me sentia triste assim?

Era como se envolta da minha garganta existisse um arame farpado que não me deixava falar, e minha voz era somente um incomodo aos outros, não gostava que alguém me visse assim.

Tão vulnerável, fraca. Demonstrar sentimentos significa que você é humano, e as pessoas a minha volta gostavam de imaginar que eu era uma espécie de demônio, insensível, no lugar que costumava ser meu coração existia um buraco preto, latejante, cheio de indiferença.

Me acostumei tanto a reprimir tudo isso, que no momento que você me deixou soluçar e arquejar me senti livre.

Não era mais uma escrava das palavras não ditas que se acumulavam em meu ser.

Eu era apenas eu.

Ethan me disse na primeira noite mal dormida em sua casa, “grite, esbraveje, quebre algo, só não guarde isso para si”. Assim que fiz aquilo foi libertador, não existe outra palavra além dessa para descrever a sensação.

Ficamos todos nós sentados em cima do capô do carro, a noite prometia ser a mais bonita do ano, uma chuva de meteoros passava por esse lugar a cada três anos, então havia se tornando tradição os jovens da cidade vierem aqui para observar.

Normalmente casais somente compareciam ao evento, mas como não gostamos das coisas tradicionais viemos em grupo.

— É injusto ela ficar com as batatinhas.

— Pietro é falta de educação continuar vivo mesmo quando ninguém quer — Bianca caçoava.

— Calem a boca inferno, quero namorar em paz — digo me aconchegando em seu braço.

𝑴𝑰𝑺𝑩𝑬𝑯𝑨𝑽𝑰𝑶𝑼𝑹 [CONCLUÍDA]Where stories live. Discover now